Como controlar o colesterol em crianças e adolescentes
Saiba o que contribui para manter as taxas equilibradas
O colesterol alto não escolhe idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 20% das crianças e adolescentes entre 2 e 19 anos apresentam níveis alterados no sangue, sendo que 8% têm altos valores de LDL (“colesterol mau”) – gordura que se acumula nas paredes das artérias e pode causar infarto e derrame – e 45% contam com baixas taxas de HDL (“colesterol bom”) – que tem a função de remover o excesso de gordura nos vasos sanguíneos, fazendo uma limpeza no organismo.
“Um nível elevado é quando o colesterol total está maior que 170 miligramas por decilitro (mg/dL) e o colesterol LDL maior que 110 mg/dL. Recomenda-se que o HDL esteja acima de 45 mg/dL”, explica o pediatra Ricardo Morando.
O médico alerta que o colesterol alto atua de forma silenciosa e não costuma apresentar sintomas. A obesidade é um dos fatores que favorecem os altos níveis, mas o peso da criança nem sempre está relacionado a isso. Existem crianças magras com colesterol elevado e crianças acima do peso com taxas equilibradas. Antecedentes familiares e sedentarismo contribuem para o diagnóstico.
“Nas crianças e adolescentes os níveis de colesterol devem ser monitorados por meio de exames de sangue. É indispensável a avaliação médica”, afirma Morando.
Tratamento
Medicamentos só são recomendados em casos mais graves. O aconselhável é uma alimentação saudável, com aumento do consumo diário de fibras.
A má alimentação é a principal causa do colesterol alto na infância e adolescência e uma dieta livre de gorduras trans (fast-foods, cremes vegetais, tortas congeladas, salgadinhos industrializados, bolachas e qu alquer alimento feito à base de gorduras vegetais hidrogenadas) e saturadas (presente principalmente em alimentos de origem animal, como carne de porco, carne vermelha, leite e seus derivados) é a melhor alternativa.
O pediatra alerta, porém, que nem toda gordura é prejudicial. Existem as saudáveis, que podem ajudar a reduzir o mau colesterol. São as insaturadas, dos tipos monoinsaturadas – presentes no azeite de oliva, no óleo de canola, no abacate e em algumas sementes como gergelim, amendoim e nozes – e poli-insaturadas – encontradas nos óleos de soja, milho, girassol, na linhaça e nos peixes.
A prática de atividades físicas adequadas para a idade da criança também é importante.