Combate ao alcoolismo: Iniciativa ajudou 37,7 mil pessoas viciadas em álcool e outras substâncias em 2023

Trabalho social ajudou na ressocialização de 1,6 mil viciados que viviam em situação de rua

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No dia 18 de fevereiro é celebrado o “Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo”. No entanto, o Vício Tem Cura desenvolve ações que independem dessa data e ajudam a combater esse problema e outros tipos de vícios que são a realidade de muitos brasileiros. Em 2023, o trabalho desenvolvido pelo programa social contabilizou 37,7 mil beneficiados, dentre esses, 1,6 mil ex-viciados que deixaram de viver em situação de rua.

Um levantamento feito a partir dos resultados de um inquérito nacional e de um teste da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que seis milhões de brasileiros consomem álcool em excesso e correm risco de dependência.

“Normalmente as pessoas chegam até nós em uma situação deplorável. Um dos maiores problemas que as pessoas viciadas enfrentam é a perda da família, além de que muitos se veem sem emprego e até mesmo em situação de rua por conta do vício. Com o apoio dos integrantes, realizamos os atendimentos, visitas, ligações e acompanhamentos, e com isso, temos visto muitos terem as suas vidas transformadas por meio do programa social”, explica o responsável pelo Vício Tem Cura, Nilton Donizeti.

O programa social foi criado em fevereiro de 2014 com o intuito de auxiliar usuários de drogas e pessoas com outros tipos de dependência, assim como seus respectivos familiares, dando-lhes apoio emocional e social.

Em 2023, a iniciativa realizou 740 eventos – em lugares como clínicas de reabilitação, comunidades carentes e até mesmo na Cracolândia – e com o apoio de seus 2,4 mil voluntários, conseguiu ajudar à população necessitada por meio de doações de 24,5 mil refeições, 12,1 mil livros e 3,3 mil cestas básicas.

Impacto do álcool em uma família

Hoje, Fernanda Viana é uma das voluntárias do Vício Tem Cura e ajuda outras pessoas que sofrem com algum tipo de dependência, mas seu passado foi marcado por vícios e sofrimento.

“Me tornei alcóolatra aos 7 anos de idade. Com 10 anos, fui para casa de uma das minhas amigas da escola e lá bebemos a tal ponto, que cheguei a ter coma alcoólico e minha mãe teve que ir me buscar. Todo sofrimento começou com a dependência do álcool. Devido aos vícios, eu tentei o suicídio sete vezes, porque eu era muito depressiva e angustiada. Vida sentimental era frustrada, vida financeira eu não conseguia parar em emprego nenhum. Eu não tinha equilíbrio e nem controle, e assim não conseguia ter convívio com as pessoas”, relembra a voluntária.

Já há quase dois anos vivendo longe dos vícios, Fernanda comemora: “Tudo foi por meio do Vício Tem Cura, porque a minha mãe buscou ajuda e lutou por mim. Pela forma que eu vivo hoje, parece que eu nunca tive vício”.

A mãe da Fernanda, Ednalva Araújo, conta que devido a filha ter começado a beber muito cedo, lhe deu muitos problemas. “Ela começou a sair com as amigas e passava dois, três dias fora, eu ficava muito preocupada. Ela não tinha controle, bebia ao ponto de urinar na roupa, se ela colocasse um gole de bebida na boca, já ficava descontrolada. Eram muitas brigas e ela quebrava tudo dentro de casa”.

“Lutei por ela por muitos anos e hoje ela está transformada. Ela é companheira, cuida da filha dela e de mim. Hoje eu não me preocupo mais com a minha filha”, finaliza.

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Colaborador

Unicom / Foto: Cedida