Combate à violência contra idosos leva voluntários às ruas

Mais de 35 mil denúncias de violações de direitos contra pessoas dessa faixa etária foram registradas este ano

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O programa social Calebe desenvolverá ações da campanha nacional “Fique Atento aos Sinais”, de combate à violência contra os idosos, neste final de semana (25 e 26/6), com a presença de voluntários em semáforos, praças e locais de grande movimentação de pessoas.

De acordo com dados disponibilizados pelo Disque 100, de janeiro a 2 de junho de 2022, foram registradas mais de 35 mil denúncias de violações de direitos contra pessoas idosas.

Nas ações, a proposta é que os voluntários do grupo façam caminhadas, munidos de cartazes e folhetos informativos, a fim de chamar a atenção da população para os direitos da terceira idade. Nas redes sociais, o Calebe tem se empenhado, durante todo o mês de junho, na divulgação dos conteúdos ligados à campanha.

Para a advogada e voluntária do grupo Natércia Maria Magalhães, esta iniciativa tem um papel importantíssimo, pois ajuda a capacitar as pessoas a observar sinais de agressão como mudança no comportamento, na rotina, medo, silêncio e a dificuldade financeira significativa. Além disso, conscientiza o próprio idoso, levando-o “a identificar o tipo de violência (física, psicológica, patrimonial) à qual está sendo submetido, que muitas vezes se torna despercebida”.

Marlene Rodrigues da Silva, de 83 anos, integrante do Calebe no Amazonas, diz ser importante e positivas campanhas como essa, que combatem à violência contra a terceira idade. “Essas ações vão ajudar os idosos a conhecerem seus direitos diante dessas situações, além de orientações importantes de como denunciar”.

Desde 2018, o Calebe promove a campanha “Fique Atento aos Sinais” no mês de junho. Neste ano, estima-se alcançar 122 mil pessoas com a mobilização dos voluntários.

Não à violência 

Segundo o responsável pelo Calebe no Brasil, Valter Pereira, é importante conscientizar “a pessoa oprimida por algum tipo de violência que não existe grau de tolerância para uma agressão. Muitos casos já nos chegaram sem a consciência da vítima, pois sempre houve o problema da normalização da agressão, vinda por parte de um convívio e conexão emotiva com o agressor”.

“O estado emocional de um idoso que sofre agressões tende a ficar bastante fragilizado por um constante sentimento de ameaça e impotência. Tendo o seu papel fundamental no seio familiar, como um verdadeiro patriarca e fundador do seu lar, o idoso se vê dividido pelo sentimento de cuidado e proteção, e assim, seguem fiéis ao agressor (que em sua maioria são familiares próximos)”, explica Valter Pereira.

Em São Paulo, o evento acontecerá neste sábado (25) às 9h, na Avenida Paulista. No local, voluntários se posicionarão estrategicamente nas calçadas e semáforos portando banners e distribuindo panfletos informativos. Haverá, também, tendas em pontos físicos onde serão oferecidos atendimentos jurídico, psicológico e social. Cópias do estatuto do idoso serão distribuídas gratuitamente.

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Colaborador

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