“Cheguei a roubar meu pai”

Iludido com as distrações mundanas, John Lennon Sousa da Silva se envolveu com as drogas e a criminalidade. Veja como ele saiu dessas situações

Imagem de capa - “Cheguei a roubar meu pai”

Muitos jovens veem os pais como caretas e antiquados. Em contrapartida, enxergam no mundo um terreno de possibilidades e promessas de liberdade e felicidade sem fim. Com essa visão distorcida, são incontáveis aqueles que, mesmo com uma educação baseada em valores cristãos, dão as costas para o que aprenderam e se jogam no precipício oferecido pelo mundo.

Foi exatamente isso o que aconteceu com John Lennon Sousa da Silva, de 32 anos. Ele cresceu em uma família cristã e conhecia desde cedo a proposta de Deus para o ser humano: uma vida abundante na Terra e a Salvação no porvir. Mas, aos 16 anos, a curiosidade e o desejo pelo novo falaram mais alto em sua mente. “Comecei me envolvendo com más amizades, passei a ir para baladas e as coisas foram piorando gradativamente. Passei a beber, a usar drogas, depois entrei no tráfico e comecei a roubar. Passei várias madrugadas vendendo drogas armado”, relembra.

John relata que os roubos começaram dentro de casa: “cheguei a roubar meu pai. Pegava o dinheiro que ele separava para o dízimo e os propósitos de Fogueira Santa. Eu gastava todo o dinheiro em jogos. Era viciado em fliperama e gastava tudo o que conseguia lá. Toda vez que meu pai chegava do trabalho, eu fazia a mesma coisa, até que ele descobriu. Aí ficou pior, pois comecei a roubar na rua com meus amigos”, diz.

Envolvido na criminalidade, ele conta que chegou a esconder armas na casa de seu pai e, com o tempo, deixou até de dormir em casa. “Eu passei a ficar numa casa que era usada para guardar as drogas e os armamentos. Eu tomava conta das coisas e já ficava por lá.”

Se dentro de casa ele não tinha paz, John explica que, quando estava na rua, o medo de ser pego pela polícia era aterrador. “Eu era vazio, depressivo. Quando eu chegava em casa e colocava a cabeça no travesseiro era um verdadeiro sofrimento. Eu tinha o desejo de tirar minha vida para acabar com aquela situação, só não fiz isso porque tinha consciência de que se me matasse iria para o inferno.”

Na tentativa de sair dessa situação, John decidiu investir na vida amorosa. Ele começou a namorar e logo se casou. “Na época, eu tinha 17 anos e ela, 13. Meu objetivo era acabar com a depressão e o vazio dentro de mim, mas a situação piorou. O relacionamento era marcado por brigas, traições e vícios. Ela também era viciada em bebida e ainda ficava ao meu lado no tráfico. Mas foi quando descobri que seria pai que o desejo de morte ficou ainda mais forte dentro de mim.”

Mudança de rumo
Diante de uma vida “sem sentido” e repleta de problemas, John se lembrou da paz que sentia quando frequentava a Universal com o pai. Assim, aos 20 anos, ele retornou à Igreja decidido a restituir o controle de seus caminhos às Mãos de Deus. “Como eu já sabia o caminho, fui ao Altar e me entreguei. Logo me batizei e coloquei toda minha força em conhecer a Deus. Depois de três meses, tive meu encontro com Ele e recebi o batismo com o Espírito Santo.”

A mudança aconteceu de dentro para fora. Inicialmente, ele abandonou todas as coisas erradas que eram visíveis. Com o tempo, seu comportamento, atitudes e novos pensamentos confirmaram que, onde antes habitava um espírito do pecado, passou a viver o Espírito do Próprio Deus: “mudou tudo. Aquele vazio que eu tinha foi preenchido. A depressão e a sensação de que eu estava ficando louco sumiram. Deus mudou meu interior, restaurou minha saúde, meu casamento e minha dignidade.

Hoje eu tenho casa, carro e uma família abençoada, mas o principal é a minha Salvação. Eu perdi vários amigos e sou grato a Deus por ter tido outra chance. Sou verdadeiramente feliz”, finaliza.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: Demetrio Koch e arquivo pessoal