Brasileiros não confiam em notícias que chegam pelas mídias sociais

Estudo da Reuters mostra resistência do público ao se informar pela internet

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O relatório “Entendendo o que confiança nas notícias significa para os usuários”, elaborado e divulgado pela agência internacional de notícias Reuters, mostra que, em geral, o público é bastante resistente a acreditar em notícias sabidas por mídias sociais, como WhatsApp, Facebook e Instagram.

De acordo com os resultados, “A maioria das pessoas confiava pouco nas informações que viam nas plataformas digitais, mas o julgamento sobre diferentes veículos frequentemente dependeu da opinião previamente formada sobre as marcas que encontraram ali”.

Ou seja: raramente as pessoas acreditam no que leram por mídias sociais. E, na hora de julgar se a informação é verdadeira ou mentirosa, levam bastante em conta a credibilidade que o noticiador tem fora da internet.

Para chegar a esse resultado, a Reuters, em parceria com a empresa de pesquisas mundiais YouGov, realizou dezenas de entrevistas em quatro continentes. Parte dessas entrevistas foi realizada com grupos de pessoas, outra parte foi individualizada.

“Apesar de não podermos fazer generalizações estatísticas acerca de como todas as pessoas em um determinado país pensam sobre as notícias utilizando esta abordagem, conseguimos compreender melhor o contexto em torno de como as pessoas formam suas percepções e por quê”, relata o estudo.

O resultado é que, no Brasil, assim como em outros países estudados, o público, em geral, não conhece nem busca ter conhecimento em como as notícias são produzidas, quais as rotinas e formas de investigação que um jornal utiliza ou quem são os jornalistas responsáveis pela reportagem lida.

Em contrapartida, dá-se real importância ao veículo que está transmitindo aquela informação. Se a empresa é bem conceituada fora da internet, ela passa a ter também credibilidade na internet. As pessoas buscam jornalismo independente e imparcial, mas não buscam conhecer a linha editorial dos jornais que lê.

Ademais, o formato em que a informação é apresentada é bastante importante.

Por fim, a grande veiculação de fake news na internet fez com que a credibilidade das notícias ali lidas fossem frequentemente questionada. De fato, as pessoas procuram evitar se informar por ali, apesar da praticidade ser atraente.

“Para audiências sem preferências previamente existentes (positivas ou negativas) sobre as organizações noticiosas em seus países, dar sentido à abundância de informações online pode ser desafiador ou estressante”, afirma ainda o relatório. “Como muitas pessoas têm uma percepção das mídias digitais como locais inundados com informações não confiáveis, divisivas e até perigosas, há claras relações de custo-benefício envolvidas para as organizações noticiosas que procuram aparecer nas plataformas para atrair e se envolver com novos públicos”.

Questionar as notícias que chegam pela internet é um bom primeiro passo para evitar ser vítima de fake news. Conheça outras 5 dicas para não cair nessa armadilha clicando aqui.

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Colaborador

Andre Batista - Foto: Getty Images