Brasil pode ter milhares de mortes a mais por câncer, por causa da pandemia

Isso porque muitas pessoas, mesmo doentes, estão com medo de irem aos hospitais

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A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) acaba de informar que, aproximadamente, 50 mil enfermos deixaram de ser diagnosticados com câncer nos primeiros dois meses de pandemia de COVID-19.

Isso porque muitas pessoas, mesmo doentes, estão com medo de irem aos hospitais.

Outros problemas que se apresentam são o cancelamento e a falta de agenda para consultas e exames.

Além disso, milhares de pessoas que já foram diagnosticadas tiveram cirurgias, consultas, exames e tratamentos adiados ou suspensos pela falta de capacidade dos hospitais de atenderem aos pacientes.

No Brasil, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o diagnóstico de câncer leva cerca de 200 dias, entre a primeira consulta e a receita do tratamento. Durante a pandemia, esse prazo está aumentando ainda mais. O que interfere diretamente nas chances de cura do paciente, afirmou a presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, Maira Caleffi, ao site O Tempo.

De acordo com a SBP, o Brasil diagnostica, por mês, cerca de 50 mil casos de câncer. Em março e abril de 2020, entretanto, pouco menos de 50 mil novos casos foram registrados. Isso significa que outras 50 mil pessoas, provavelmente, têm câncer. Mas não sabem.

Caleffi explica que “os pacientes não estão conseguindo marcar exames, biópsias e consultas. E, provavelmente, veremos mais casos de câncer avançado, e o número de mortes por câncer será ainda maior”.

Esse não é o único impacto indireto da pandemia da COVID-19 sobre a saúde do país. Psiquiatras já constataram o agravamento de doenças mentais nos últimos dois meses. Clique aqui e saiba mais a respeito.

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Colaborador

Andre Batista / Imagem: Getty Images