Black “Fraude”: a loucura da sexta-feira de compras

O dia em que endividamento e violência ganham destaque. Entenda

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Discussões, agressões físicas, filas intermináveis, vendedores pressionados pelos patrões e ofendidos pelos clientes, sites enraivecedores, confusão nas madrugadas, propagandas mentirosas e muito lucro aos grandes empresários. Esse é o saldo da Black Friday.

A sexta-feira das promoções aconteceu no último dia 29. Esse ano, a data coincidiu com a depósito da primeira parcela do 13º salário. O resultado foi muita gente correndo para gastar o dinheiro que mal tinha caído na conta. E pior: em muitos casos, o dinheiro que deveria ser destinado ao pagamento de alguma dívida já existente.

Em reportagem do Jornal da Record é possível ver o destrambelhamento e a instabilidade emocional à qual muitas pessoas são levadas durante a Black Friday.

Assista no vídeo abaixo:

O escritor Renato Cardoso ressalta que “o povo brasileiro foi ensinado a consumir. O povo brasileiro tem aquela ideia: Chega o 13º e ele gasta todo nas compras de Natal”.

De fato, a Black Friday é apenas o início do período de compras e endividamento intenso dos consumidores brasileiros. De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mais de 62 milhões de brasileiros estão com o CPF negativado – o famoso nome sujo. E grande parte das dívidas são feitas utilizando cartão de crédito para as “compras de fim de ano”.

Em uma das orientações dadas por Renato Cardoso durante o programa Entrelinhas (transmitido aos domingos, pelo Univer Vídeo), ele explicou que “a pessoa que é consumista é escrava. O consumista é um escravo dos dias atuais”.

Escravidão atual

De acordo com Cardoso, uma das formas mais eficazes de escravidão é justamente o cartão de crédito, que tem juros acima do que o cliente geralmente pode pagar.

“Cartão de crédito é a escravidão moderna”, afirmou ele. “Não acabou a escravidão. A escravidão mudou de nome, a escravidão mudou de sistema, de jeito. E um dos tipos de escravidão hoje chama-se cartão de crédito”.

O consumismo é um ciclo que leva clientes à insanidade. É o que pôde ser visto na Black Friday, por exemplo. Um ex-funcionário de uma grande rede de fast-food, Evandro Nery, teve uma postagem viralizada. Nela, o rapaz pedia sanidade aos clientes, ressaltando a pressão e o estresse que há em cima dos funcionários.

… tenham empatia, sejam educados e compreensivos que talvez pode haver uma demora fora do habitual por conta da grande demanda que vai ter em um único dia. Tenham respeito ao ser humano….”, escreveu.

No entanto, infelizmente, o que se viu foi justamente o contrário. Pessoas insanas se agredindo em busca do endividamento.

Renato Cardoso ainda ressalta que “uma das coisas mais fiéis da nossa personalidade, do que está dentro de nós, é como nós usamos o dinheiro”.

E você? Usa o dinheiro com racionalidade? Ou se deixa levar pelo impulso em datas criadas para dar lucro ao mercado? Se você precisa de orientação sobre a vida financeira, clique aqui, crie seu acesso ao Univer Vídeo e assista à íntegra do programa Entrelinhas.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images