Bíblia: a "Graça prática"

Vamos observar um aspecto importante sobre a "Graça": a prática dela

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O Universal.org já trouxe em outro momento que “Graça“, no contexto bíblico, é um favor imerecido de Deus. Agora, vamos observar um aspecto importante sobre a “Graça”: a prática dela.

A “Graça prática”:

  • Quando acompanhamos os Evangelhos, notamos que o Senhor Jesus não falou abertamente sobre, mas Ele era a própria “Graça” encarnada. Porque a humanidade não merecia a Salvação eterna — por causa da maldade. Mas, mesmo assim, Deus entregou o Único Filho que tinha para que fôssemos salvos (João 3:16).
  • Além disso, o Senhor Jesus manifestava a “Graça prática” ao, por exemplo, curar os enfermos, atender os necessitados físicos e espirituais, levar a mensagem de Salvação às pessoas.
  • Assim, a “Graça” não dispensa o uso da fé. Não é porque Deus nos dá gratuitamente esta virtude que podemos banalizá-la. Pelo contrário, é necessário tratar este presente imerecido com muito amor, respeito, temor e reverência.
  • Na prática, isto quer dizer: fugir da aparência do mal, abandonar a vida de pecados e obedecer aos ensinamentos bíblicos, praticando a direção do Espírito Santo.

Por que Paulo falou tanto sobre “Graça”:

  • Sobre o tema, esclarece o Bispo Renato Cardoso: “Paulo encontrou, na época, um grande conflito na Igreja. A Igreja começou com os judeus. Os primeiros cristãos eram judeus. E a Igreja começou em Israel, em um contexto de herança religiosa extremamente rigorosa. O próprio Senhor Jesus teve os embates com os religiosos. Porque, aquilo que Deus começou com Abraão, por meio da fé, e depois com Moisés, em que veio a ‘Lei’, com a religiosidade, engessou tudo”.
  • Ele complementa que o assunto da “Graça” é trazido por Paulo contrastando com a “Lei”. Em outras palavras, a Salvação não era pelo cumprimento da “Lei”, porque ninguém conseguia cumpri-la integralmente, mas pela fé no Senhor Jesus. E Paulo trouxe uma explicação sobre isso.
  • “Porque havia no meio dos primeiros cristãos aqueles que eram chamados de ‘judaizantes’. Eles eram cristãos que vinham da religião judaica (e, às vezes, até alguns gentios que abraçavam a ‘Lei de Moisés’) e acreditavam: ‘você não pode ser salvo, a não ser que siga a ‘Lei de Moisés’. Tudo bem você crer em Jesus, mas tem que obedecer a ‘Lei de Moisés”. Eram judeus que ‘converteram-se’ a Jesus, mas não queriam largar a religião judaica. Eles não queriam perder a identidade de judeus”, ensina o Bispo.
  • Na Bíblia, o conflito entre Paulo e os “judaizantes” pode ser conferido no livro bíblico de Atos, capítulo 15.
As cartas em que Paulo mais fala sobre “Graça”:
  • Ainda sobre o tema, como observa o Bispo Renato, as cartas em que Paulo mais fala sobre a “Graça” são: Gálatas (em Antioquia) e Romanos (em Roma). Justamente pelo fato dessa ideia dos “judaizantes” ter se enraizado entre essas duas igrejas.
  • Assim, o Bispo aponta para um quadro comparativo entre as cartas de Paulo envolvendo o tema “Graça”:

Conclusão:

Desse modo, aponta o Bispo Renato, Paulo só se focava na “Lei/Graça” em suas cartas quando esses temas eram uma ameaça à Igreja. Os apóstolos direcionavam os assuntos de suas cartas conforme a necessidade espiritual do público.

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Colaborador

Da Redação / Foto: iStock