Babá mente em atestado para não trabalhar e é condenada

Uma foto postada nas redes sociais revelou a mentira. Entenda a importância de sempre falar a verdade no ambiente profissional

Imagem de capa - Babá mente em atestado para não trabalhar e é condenada

Recentemente, um caso divulgado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 23ª região (TRT) chamou a atenção sobre a conduta de uma profissional no ambiente de trabalho.

Uma babá se ausentou do serviço e, como justificativa, alegou complicações na gestação. Mas, após publicar fotos nas redes sociais em que aparecia na praia com outras pessoas, a profissional foi demitida por justa causa.

Insatisfeita com a perda do emprego, a babá buscou a Justiça para reaver o direito de voltar ao trabalho. Ela argumentou que tinha estabilidade por conta da gravidez e pediu a nulidade da demissão.

Só que, em vez de conseguir voltar a trabalhar, a babá teve o recurso negado e foi condenada pela Justiça do Trabalho. Além disso, teve que pagar multa por litigância de má-fé.

“A autora vem a juízo afirmando que foi demitida sem justa causa enquanto se encontrava gestante. Por alterar a verdade dos fatos, incorreu em litigância de má-fé, de modo que mantenho a irrepreensível decisão que a condenou ao pagamento da multa”, afirmou o desembargador Osmair Couto, relator do caso.

A polêmica aconteceu porque foram apresentadas conversas e até mesmo um atestado médico que descrevia que ela estava debilitada por causa de sangramentos. Porém, fotos da mesma semana revelaram o contrário. Imagens da jovem na praia com as hashtags #ferias, #rj, #perguntaseeutobem e #tobemdemais mostraram como ela estava bem de saúde.

Segundo o processo, a babá cometeu três práticas previstas no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que evidenciam a demissão por justa causa: ato de mau procedimento, por mentir informações; ato de desídia, por não comparecer ao labor; e ato de insubordinação, já que não foi autorizada a faltar ao trabalho.

Comprometimento

Segundo um estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, a mentira é um ato mais comum no trabalho do que em casa. “No ambiente doméstico, um comportamento imoral é mais ameaçador para a concepção de honestidade que a pessoa tem de si. No trabalho, o funcionário inventa mais desculpas”, diz o economista comportamental Johannes Abeler, um dos pesquisadores que conduziram o estudo.

Por isso, optar pela mentira nunca é a melhor opção. De uma forma ou de outra, a verdade sempre vem à tona e quem sofre as piores consequências é o próprio trabalhador que forjou uma situação em benefício próprio. A pior verdade é sempre melhor do que qualquer engano.

imagem do author
Colaborador

Por Ana Carolina Cury / Foto: Fotolia