Atividade musical em asilos traz bem-estar e boas recordações a idosos com Alzheimer

A ação é realizada semanalmente pelo programa social Calebe. Após os 80 anos de idade, um quarto das pessoas sofrem da demência.

Imagem de capa - Atividade musical em asilos traz bem-estar e boas recordações a idosos com Alzheimer

Cientistas do Instituto Max Planck de Neurociência e da Cognição Humana, na cidade de Leipzig, na Alemanha, descobriram que a música faz pacientes com Alzheimer conseguirem se lembrar de histórias que marcaram suas vidas. Além disso, a música proporcionou aos idosos a sensação de bem-estar, alívio da dor, relaxamento, distração e conforto.

E é exatamente o benefício terapêutico da música que o programa social Calebe – grupo de apoio aos idosos – tem proporcionado aos residentes em casas de repouso em todo Brasil, oferecendo atividades musicais para a terceira idade.

O mais comum é a pessoa desenvolver o Alzheimer após os 65 anos de idade. No mundo, a doença afeta 1 em cada 80 mulheres e 1 em cada 60 homens, com idades entre os 65 e 69 anos. Acima dos 85 anos, o Alzheimer atinge 1 em cada 4 pessoas.

Na zona leste de São Paulo, onde se encontra a sede do Calebe, os voluntários realizarão a próxima ação no dia 26/1. Cerca de 10 asilos serão visitados.

Segundo o responsável pelo programa social da localidade, Marcos Eduardo Lopes, os voluntários levam instrumentos e tocam músicas da época em que os abrigados ainda eram jovens.

“Alguns se emocionam ao lembrar da canção e outros cantam junto. Temos visto um resultado positivo na vida deles, possibilitando resgate de lembranças relacionadas aos familiares, lugares e situações vivenciadas”, explicou Marcos.

 Memórias vêm com melodias

Os pesquisadores descobriram que isso acontecesse porque a melodia fica armazenada em uma parte diferente do cérebro, daquela que guarda a maior parte das nossas memórias.

“É fundamental que as pessoas que não têm a doença ou aquelas que estão no início do tratamento, tentem memorizar os principais fatos ou pessoas da sua vida, em forma de melodia”, explica o neurocientista Renato Anghinah.

Estima-se que a cada 3 segundos, um novo caso de demência é detectado no mundo. A doença é incurável e se agrava com o tempo. Até 2030, a previsão é que o número de pessoas com a patologia passe de 46 para 74 milhões. Os dados são da Associação Internacional de Alzheimer (ADI).

imagem do author
Colaborador

UNIcom