Atenção aos riscos: Banalização do sexo na adolescência faz jovem esquecer seus valores

Redes sociais acendem um alerta vermelho para os pais, pois, apesar de todos consumirem o que é mostrado por elas, pouco deste conteúdo é adequado a todas as idades

Recentemente, a festa junina de adolescentes de uma escola pública de Tocantins viralizou com a reprodução de coreografias no TikTok (rede social famosa por vídeos curtos). A apresentação escolar ficou famosa porque misturou a tradicional quadrilha junina com “dancinhas diferentes”, como as da rede social citada. Com a popularidade do vídeo, internautas questionaram se é certo ou não dançar músicas atuais na quadrilha e abandonar a tradição. Essa discussão mostra o quanto a sociedade está cega, afinal, esses adolescentes estavam dançando e cantando versos obscenos dentro de uma escola. Ou seja, deu-se importância ao debate da quadriha e da tradição, quando o que deveria ser relevante é o conteúdo da música, mas a sociedade se acostumou a ver a sexualização de jovens como algo normal.

A coreografia reproduzida pelos adolescentes é a mesma que milhões de outras pessoas da mesma idade – e até mais novas – reproduzem. Por ter ficado famosa em uma rede social da qual “todo mundo” faz parte, a dança parece ingênua, mas não é. Materiais dessa natureza, em que a sexualidade é exposta de diversas formas, são oferecidos na internet e nas mídias sociais em grande escala ao público adolescente.

Esse cenário de banalização do sexo na adolescência resulta em diversos problemas, como gravidez antes da hora, jovens desacreditando do casamento, doenças sexualmente transmissíveis, baixa autoestima causada pelo sentimento de que foi apenas “usado” na relação, falta de amor-próprio e de respeito ao outro e ao próprio corpo.

Walber Barboza é responsável por discutir assuntos como esse com os jovens por meio das palestras Namoro Blindado nas Escolas, que abordam o tema com a necessária seriedade. De acordo com ele, o maior risco dessa exposição a produtos com teor sexual e que realizam uma iniciação sexual precoce é a infelicidade, pois o adolescente que assimilar esse conteúdo, provavelmente, terá dificuldades no futuro de ser fiel e respeitar o parceiro, além de viver problemas emocionais. “Infelizmente, ele já cresce com uma distorção do que é o sexo, que é maravilhoso dentro de um contexto de compromisso e de casamento. Quando a pessoa tem uma relação sexual, ela espera compromisso e fidelidade do outro e os riscos emocionais quando isso não ocorre são enormes”, afirma Walber.

Ele destaca ainda que, atualmente, “os pais estão vendo uma sexualização precoce dos filhos” e o sofrimento decorrente dessa situação pode ser evitado se eles ou os responsáveis pelas crianças as protegerem. O que se nota é que isso não tem sido feito por todos hoje em dia.

Papel dos pais e responsáveis
A despeito da classificação etária das redes sociais, os adolescentes circulam por elas e se expõem a conteúdos sexuais amplamente divulgados. De fato, algorítimos de redes sociais como o TikTok e o Instagram dão maior destaque a esse tipo de conteúdo, pois sabem que ele gera mais “engajamento” e prende o público por mais tempo.

Por isso os pais devem ficar atentos. Walber diz que cabe a eles o papel de ensinar os princípios da moralidade, do respeito, do amor ao próximo e do valor próprio: “eu creio que essa sexualização, essa quase obrigatoriedade de falar sobre sexo superficialmente com os adolescentes, acaba banalizando e desconstruindo a importância do ser humano porque ele passa a ser apenas um objeto sexual. O tabu não é falar sobre sexo no seio familiar, a questão é que já não se fala nem do básico, não se fala do respeito ao corpo e às pessoas”, afirma.

Além da importância do diálogo, ele defende que o ser humano não nasceu apenas para fazer sexo e que essa consciência de responsabilidade deve ser ensinada desde cedo para que o adolescente tenha senso de compromisso em relação a todas as áreas da vida. “A sociedade tem trazido a discussão sexual para os adolescentes apenas apresentando o sexo como uma fonte de prazer e isso é muito perigoso. Desde a infância dos filhos, os pais devem ensinar sobre o respeito do menino para com a menina e vice-versa, sobre o respeito à família e à moralidade dentro da família”, aconselha.

Cada lição deve ser transmitida na idade apropriada e cabe aos pais – que conhecem aquela pessoa em formação – entenderem quando é hora de falar o quê. O que não se pode é deixar que a internet e as redes sociais sejam as únicas a divulgar conceitos sobre um assunto tão importante e delicado.

Essa necessidade de conscientização da juventude deu origem ao projeto Namoro Blindado nas Escolas, que visa promover a educação amorosa dos jovens e ensiná-los a compreender e a conviver com os dilemas e as emoções da idade. Cada palestra dura aproximadamente 45 minutos e o aluno recebe gratuitamente um exemplar do best-seller Namoro Blindado: O Seu Relacionamento à Prova de Coração Partido, escrito por Renato e Cristiane Cardoso.

“O projeto, com o regresso às aulas presenciais, está a todo vapor. Nós temos levado as palestras às escolas e abordamos o amor inteligente. Com isso, damos a eles a oportunidade de construírem uma vida amorosa forte, que tem início com o valor próprio, o relacionamento com os pais, a família e as pessoas próximas a eles. Nós trabalhamos isso de modo que o jovem se sinta interessado em investir nessa vida amorosa inteligente. Prestamos ainda um serviço de aconselhamento e depois da palestra eles nos procuram para tirar dúvidas”, conclui Walber.

Para levar o Namoro Blindado nas Escolas ao seu local de trabalho ou à sua instituição de ensino, entre em contato pelo e-mail eventos@namoroblindado.com.

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Colaborador

Kelly Lopes / Foto: getty images