Ataques anticristãos cresceram 285% na França

Em sua maioria, eles têm sido feitos por radicais de esquerda e islâmicos. Entenda

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Outro atentado na França causou perplexidade ao redor do mundo na quinta-feira última (29). O ataque violento aconteceu em Nice, na Riviera Francesa. Um homem entrou na Basílica de Notre-Dame e atacou três pessoas à faca. Uma delas, uma senhora, foi degolada. A outra vítima foi um funcionário do templo, que também morreu no local.

A terceira vítima era a brasileira Simone Barreto Silva, de 44 anos, mãe de três filhos. Natural de Salvador, tinha nacionalidade francesa e vivia no país europeu havia 30 anos. Ela também sofreu ferimentos à faca e morreu, cerca de uma hora e meia depois de pedir socorro, em um restaurante localizado quase em frente à igreja.

O autor do atentado é o tunisiano Brahim Aouissaoui, de 21 anos, que invadiu a Basílica aos gritos da expressão em árabe Allahu Akbar (“Alá é grande!”, em tradução para o português). Ele foi atingido por disparos e mobilizado pela polícia ainda no local. Ele foi levado ao hospital em estado grave. A polícia investiga o caso como terrorismo.

Incidentes anticristãos

Esse é o terceiro ataque com características terroristas em um mês e meio na França. O que reforça um dado divulgado pelo Observatório de Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa. Incidentes anticristãos cresceram cerca de 285% na última década, na França.

“Isso é qualquer coisa, desde atacar uma igreja de alguma forma com vandalismo, pode ser um cemitério cristão ou ataques reais contra cristãos franceses com um viés anticristão”, disse Ellen Fantini, diretora executiva do Observatório, em entrevista ao The Christian Post.

No último um ano e meio, seis igrejas francesas pegaram fogo. A mais recente aconteceu na última semana, quando a catedral de Nantes foi incendiada. O governo local, ainda, indica que desde 2008 houve um aumento acentuado do vandalismo contra igrejas.

Em 2008, o governo registrou 275 ataques anticristãos, mas de acordo com Ellen, “se olharmos para 2018 e 2019, os números são pouco mais de 1.000 [por ano]. Portanto, o aumento de 275 para um pouco mais de 1.000 resulta em um aumento de 285%.”

A diretora esclarece, ainda, que os ataques são, principalmente, motivados pelo aumento da incredulidade no país, o que “levou a sociedade em geral a não pensar nas igrejas como lugares especiais”, destaca.

Segundo ela, os ataques são, majoritariamente, praticados por radicais islâmicos ou pessoas alinhadas aos pensamentos de extrema esquerda, como os movimentos Antifa, anarquistas e feministas.

Apesar de ainda não haver dados sobre incidentes anticristãos em toda a Europa, Ellen acredita que estejam “absolutamente aumentando em toda parte”.

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Colaborador

Rafaela Dias / Fotos: Getty Images