Aquilo que era o seu porto seguro virou pó?

Se você tem depositado a sua confiança em coisas, pessoas ou situações, tenha cuidado, pois tudo isso pode virar cinzas. Entenda que só existe uma forma de você realmente conquistar a segurança que tanto anseia

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Sejamos sinceros: quem, em sã consciência, não quer se sentir seguro? O problema é que, diante dessa necessidade, temos a tendência de buscar refúgio de maneira equivocada e eleger lugares, conquistas, pessoas, status social, beleza, dinheiro, conhecimento ou título como porto seguro, confiantes de que, assim, não haverá motivos para nos preocuparmos.

Mas o porto, fisicamente falando, é o lugar onde navios e barcos atracam. Ali, longe das constantes oscilações do mar e próximo à terra firme, é possível deixar cargas, obter outras novas e reabastecer a embarcação para seguir viagem. E o que acontece se não houver um porto? A embarcação corre o risco de ficar à deriva e terá de encontrar medidas alternativas para suprir suas necessidades.

O mesmo ocorre com o ser humano. O que acontece, por exemplo, quando o que julgamos ser o nosso porto seguro não é bem seguro como imaginamos? Até porque nos decepcionamos com as pessoas, ficamos desempregados, o nosso corpo adoece e os bens materiais perdem seu valor. Nesse sentido, se estivermos ancorados nesses portos falhos e destinados a se exaurir até virarem pó, em vez de obtermos segurança, ficaremos vulneráveis aos reveses da vida, à maré de decepções e às ondas do fracasso.

Saia!
Foi em meio a um mar de idolatria, mas seguro em sua zona de conforto por estar cercado pela família, que um homem chamou a atenção de Deus quando ouviu a Voz dEle dizendo: “(…) sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” (Gênesis 12.1-2).

Abrão tinha que escolher se continuaria ali ou se abdicaria daquilo tudo que lhe dava segurança para fazer o que Deus lhe pedia e seguir a direção dEle sem ao menos saber o seu destino, mas confiando que alcançaria as bênçãos dEle. Foi o que Abrão, que veio a se tornar Abraão, fez.

Em meditação nas redes sociais, o Bispo Edir Macedo explicou que a frase “sai-te da tua terra” foi a primeira entre outras que Deus disse a Abraão, pois, se ele continuasse naquele lugar, ficaria com dúvidas. Se ele realmente quisesse tomar posse do que o Senhor tinha lhe falado, teria que deixar tudo para trás. “Qual foi o critério que Deus usou para fazer de Abraão o que ele foi e o que ele ainda é? A primeira coisa para Deus fazer algo, o critério que Ele usa, é o fato de a pessoa se entregar”, ensinou.

Abraão não tinha nenhum exemplo para seguir, tampouco tinha um profeta para instruí-lo ou um Altar físico para honrar a Deus e, ainda assim, ele virou as costas para o que tinha, pois, em seu íntimo, sabia que aquilo tudo poderia virar pó a qualquer momento e escorrer entre seus dedos como a areia da praia. Ele decidiu, então, obedecer e firmar uma Aliança com o Senhor e colocá-Lo em primeiro lugar. Somente assim, disposto a honrar a Deus em tudo, ele se tornou a própria bênção.

E ainda hoje Deus continua a pedir “saia!”. Isso não significa que você tenha de sair fisicamente de um lugar, mas, sim, descobrir quais são as coisas, pessoas e situações em que você tem depositado sua segurança e abdicar delas. “Você tem condições de obedecer à Palavra de Deus, obedecer a esse ‘sai’ e sair da vida errada. Talvez você diga ‘eu conheço a Palavra’, mas o que importa? Não é você saber, conhecer, ter informações. O importante é você agir, tomar uma atitude, determinar”, enfatizou o Bispo.

Seja o que for que tem sido o seu porto seguro, é possível subir a âncora do comodismo e do sofrimento e evitar o naufrágio. Em outras palavras, ainda há tempo de colocar sua confiança no Único que pode não apenas lhe trazer segurança, mas, principalmente, lhe guiar pelo mar da vida – assim como Deus fez com Abraão pelo deserto e com as pessoas cujas histórias você lerá a seguir.

O Seu “sai” foi um “entra”
A assistente de diretoria Karina Alvarez, (foto abaixo) de 27 anos, em razão da carência que sentia por ter crescido longe dos pais, desejava ser o centro das atenções. Ela buscou refúgio nas amizades, nas baladas e até nas drogas.

“Comecei com o cigarro, aos 15 anos, depois passei a beber e, a seguir, conheci a bala [ecstasy], o lança-perfume e a maconha. Eu usava drogas praticamente todos os dias e, quanto mais eu usava, mais eu queria. Eu só era feliz com a bebida e com as drogas, mas depois, quando estava sozinha com o meu travesseiro, vinha o sofrimento de não ser amada e de não ser aceita nem pelos meus próprios pais”, lembra.

Karina, então, se apaixonou por um rapaz e, sonhando que ficariam juntos para sempre, fez dele o seu porto seguro. Ela engravidou e eles foram morar juntos, mas o sonho logo se desfez. Depois de quatro anos juntos, ela terminou o relacionamento e voltou a morar com a bisavó que a tinha criado. “Ele era o meu deus, então pensei: ‘o que ia ser de mim e da minha filha?’ Estava acontecendo comigo o mesmo que já tinha acontecido com a minha mãe. Meu mundo desmoronou e eu não via mais sentido na minha vida. Fiquei com uma depressão tão grande que não queria tomar banho nem me olhar no espelho. Recorri à ajuda dos familiares, mas as palavras deles não me confortavam”, conta.

Desempregada, Karina clamou a Deus. “Eu disse: ‘se Você existe, me arruma um emprego, porque eu tenho uma filha e preciso sair dessa situação’”. Foi o que aconteceu. Ela lembra que na rua em que ficava a empresa onde ela passou a trabalhar existia uma Igreja Universal e que sempre que ela passava em frente uma voz lhe dizia para que ela entrasse. Então, em uma sexta-feira, ela entrou.

Karina afirma que a mudança começou a acontecer no primeiro dia: “quando o pastor falou ‘receba paz’, eu recebi a paz que busquei em bebidas, baladas e no relacionamento. Saí feliz e determinada a retornar”.

E ela fez isso. Aprendendo sobre a Palavra de Deus, o seu processo de entrega foi rápido, mas algo ainda a incomodava. “Sempre fui muito sincera e falei para o pastor que eu me sentia bem a reunião inteira, mas, quando ele falava do dízimo, eu não gostava. Então, ele me orientou a fazer uma prova com Deus, ressaltando que eu não era obrigada a fazê-lo, mas que, se nada acontecesse, eu não devia ser dizimista”. Ela seguiu o que lhe foi proposto. “Eu não progredia, não tinha terminado os estudos, tinha dívidas e o nome sujo, mas, quando passei a honrar a Deus e a priorizá-Lo, todas as coisas começaram a ser abençoadas na minha vida”, relata.

Determinada a ser batizada com o Espírito Santo, ela perguntou a Deus o que Ele queria dela. “Ele me falou para entregar a mágoa que eu tinha dos meus pais, a esperança que eu ainda tinha de retomar a relação com o pai da minha filha e também meu apego ao dinheiro. Foi o que fiz. Quando pisei no Altar, veio o selo de Deus sobre mim”, diz.

Hoje, Karina diz: “depois que comecei a depositar minha confiança em Deus, tudo em que eu coloco as minhas mãos se torna abençoado. Hoje sou feliz porque tenho o Próprio Deus me guiando, me confortando e me alegrando. Não tenho medo do amanhã porque sei que estou segura por ter um Pai que me ama e supre todas as minhas necessidades”, diz.

Um sonho de menina
A maioria das pessoas ainda na infância sonha em constituir uma família e com a supervisora de vendas Giselle dos Santos, (foto abaixo) de 34 anos, não foi diferente. Ela sonhava em se casar com o primeiro namorado, assim como via nas novelas, e, ao conhecer Genilson dos Santos, consultor de vendas, de 32 anos, viu que seria possível realizar esse sonho. No entanto o que tinha tudo para ser uma grande realização pessoal tomou outro rumo.

“Acabei depositando todas as minhas expectativas, todas as minhas forças e todos os meus objetivos nele. Eu amava muito mais a ele do que a qualquer pessoa, mais do que aos meus pais, do que a mim mesma e até do que a Deus”, revela. Na opinião de Genilson, isso só cooperou para o desastre que foi o casamento deles, como esclarece: “a Giselle dependia de mim para tudo, o que levou a um casamento errado. Da minha parte, foram mentiras, traições e agressões verbais e, algumas vezes, até físicas”.

Giselle pensava que agia da maneira correta, afinal, amava Genilson. Ao ver que seu relacionamento não seguia o roteiro dos seus sonhos, ela dava mais de si e reclamava por ver seu marido levar uma vida de solteiro, beber e andar com pessoas de má índole, enquanto ela ficava em casa com a filha de poucos meses de vida. Ela resume que nessa época “quando ele estava longe, sentia muita falta dele e, quando ele estava perto, queria morrer ou que ele morresse. Eu não suportava mais viver em um lar destruído”.

A separação foi o destino do dois. Giselle, então, se viu no fundo de poço, triste, vazia e sem vontade de viver. Foi quando um familiar de Genilson a convidou para que fosse à Universal e ela aceitou. Assim, ela começou a frequentar a Terapia do Amor. “Fui aprendendo a me valorizar. Entendi que tinha que me amar para fazer alguém feliz e que eu precisava começar a mudar e não esperar por ele”, afirma. Observando a mudança da esposa, Genilson, que conhecia a Palavra de Deus mas tinha se afastado dEle na adolescência, retornou ao Pai. Então, ele e Giselle começaram a investir no casamento da maneira correta: colocando Deus como o primeiro em suas vidas.

Genilson diz que só foi possível reatarem depois que aprenderam a usar a Fé inteligente e que só deveriam depender de Deus. Foi depois de focar nas mudanças que cada um deveria fazer e de priorizar o relacionamento com o Criador que houve uma transformação completa na vida e no casamento deles. “O tempo passou e posso garantir que somos um casal feliz, maduro e respeitoso. Ela não depende mais de mim nem eu dela. Há sinceridade e não existem mais mentiras, traições e agressões. Vivemos segundo a fé e convivemos como um casal referência”, diz ele. Giselle completa que essa referência começa dentro da própria casa, pois, se antes a filha presenciava as brigas do casal, hoje ela sonha em, no futuro, ter um casamento como o dos pais. “Vivemos o casamento que pedi a Deus, mas isso só foi possível porque O obedecemos, sacrificamos diariamente e nos entregamos a Ele de fato e de verdade. Somos muito felizes porque Deus está acima de tudo em nossas vidas.”

Conceitos em xeque
Mesmo depois de fazer de Deus o porto seguro e colocá-Lo em primeiro lugar, a vida não é um mar de rosas que isenta a pessoa de eventuais problemas ou desafios e o agente público André Araújo, (foto abaixo) de 38 anos, viveu isso na prática. Sua história é semelhante à de muitos: as pessoas o enxergavam como um adolescente alegre e cheio de vida na convivência com amigos e familiares, mas, sozinho em seu quarto, a realidade era diferente e consistia em vazio, angústia e choro.

Seu irmão mais velho tinha acabado de falecer em decorrência de um câncer e, por conta do tratamento, a família enfrentava uma situação financeira difícil, morava de favor e tinha muitas dívidas. “Eu cheguei na Universal aos 11 anos, com a vida toda destruída e depressivo. Eu e minha mãe aprendemos a usar a fé e nossa vida começou a mudar. Antes eu não tinha perspectiva de vida, não acreditava que um dia poderia me casar, ter uma casa, um carro e ser feliz, mas fui aprendendo que tudo é possível ao que crê”, declara.

Passo a passo, André se libertou da depressão e dos complexos, se batizou nas águas, começou a se envolver com as coisas de Deus e viu a vida financeira da família mudar pouco a pouco graças à fé da mãe que se tornou dizimista fiel. Ao ter o seu Encontro com Deus, ele passou a entender o que Deus queria dele e de que forma Ele desejava usá-lo. Contudo algo ainda lhe faltava, como descreve: “busquei o Espírito Santo porque eu sabia que minha base e meu alicerce seriam Ele. Comecei a fazer propósitos, a participar da Força Jovem Universal, a evangelizar e a levar a Palavra aos que sofrem. Com o desejo de servir a Deus, fui batizado com o Espírito Santo. Nada mais me trazia dúvida, medo e insegurança. A alegria que dominou minha vida não foi algo momentâneo, ela é permanente”.

André se tornou obreiro voluntário, dedicou-se a ganhar almas e em ajudar o próximo, começou a fazer núcleos de oração e se sentia grato em levar a Palavra de Deus a outras pessoas. Tudo ia bem, até que, numa quinta-feira à noite, retornando para casa depois de ter realizado um núcleo de oração, ele sofreu um acidente. “Bati minha moto em um caminhão e foi grave. Em razão do impacto da pancada, o capacete estourou, a viseira estraçalhou, perfurou o meu olho esquerdo e, por isso, perdi a visão. Também quebrei o ombro e o braço. Fiquei 21 dias internado, entre três e quatro meses me recuperando e todos os meus projetos e planos ficaram paralisados”, diz.

Ele lembra que se questionava: “por que isso aconteceu, se eu estava vindo da igreja?” Entretanto, por Deus ser o seu refúgio e a sua fortaleza, ele não se deixou abater: “não duvidei de que Deus era comigo. Tinha certeza que para tudo existia um propósito e que Deus sabia o motivo de tudo aquilo. O Espírito Santo me confortou, confiei, permaneci com fé e, anos depois, continuo aqui, firme e forte, na Presença de Deus e O servindo”. Hoje, André tem uma vida estável e um casamento abençoado, mas faz questão de ressaltar que a sua principal e maior conquista é ter o Espírito de Deus habitando dentro de si, pois Ele é o seu sustento.

Refúgio, fortaleza e direção
A verdade é que quando uma embarcação chega ao porto a segurança não é saber que ela poderá ficar ali ancorada o tempo que precisar, mas que ali ela receberá todos os cuidados e suprimentos necessários para enfrentar qualquer adversidade que vier a encontrar no mar. Da mesma forma, conforme você leu nas histórias relatadas anteriormente, o que trouxe a verdadeira segurança a essas pessoas foi a entrega, a obediência e a confiança no Único digno de ser o porto seguro. “O critério que Deus usa para abençoar é assim: primeiro a gente tem que se entregar, obedecer, praticar e mergulhar na sua Palavra”, enfatizou o Bispo Macedo. É como o Senhor Jesus orientou em Mateus 6.33: “buscai primeiro o Reino de Deus, e a Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Você deseja chegar a um porto seguro inabalável, imutável e que nunca vire pó? É simples: coloque Deus em primeiro lugar, confie em Suas promessas e obedeça à Sua Palavra, busque o Seu Reino, ou seja, procure ser morada do Espírito Santo. É fazendo dEle o primeiro que todas suas conquistas serão validadas e contribuirão para que você O honre por meio de sua própria vida. “O Reino de Deus já existe e está disponível para todas as pessoas. O que é o Reino de Deus? É o Senhor, o Rei, Jesus na Pessoa do Espírito Santo vir reinar dentro da gente. Quando Ele desce para reinar dentro de nós, usar nossa cabeça, então Ele nos guia a uma vida diferente da que temos vivido”, finalizou o Bispo Macedo.

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Colaborador

Laís Klaiber / Montagem: Edi Edson sobre fotos wundervisuals e PeopleImages/getty images / cedida / Dermot Conlan/getty images / James_Gabbert/getty images