Aos 15 anos, ela largou a família para morar com o marido e os sogros

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Durante o programa Escola do Amor Responde, os professores Renato e Cristiane Cardoso aconselharam a aluna Bianca, que pediu ajuda para dar um fim ao comportamento desrespeitoso do marido.

BIANCA – Tenho 18 anos, meu marido tem 21 anos e estamos casados há três anos. Começamos a namorar a distância, o tempo foi passando e resolvemos nos casar. Larguei minha família e fomos morar temporariamente na casa dos pais dele. Só que eu não era acostumada com certos tipos de brincadeira deles. Então, fui me tornando uma pessoa chata e enjoada. Isso fez com que meu marido se afastasse de mim. Ele começou a me tratar mal e isso me deixa muito triste. Mudei meu comportamento, mas meu marido continua me tratando mal. Eu o chamo para conversar e ele me manda calar a boca. Às vezes, ele parece uma criança.

RENATO – Essa situação pode indicar despreparo para o casamento. Não quer dizer que a pessoa, mesmo a distância, não possa ter as conversas certas para estabelecer se elas são certas uma para outra ou combinam para se casarem.

CRISTIANE – O que acontece é que, normalmente, uma menina de 15 anos não tem maturidade para ter esse tipo de conversa.

RENATO – Provavelmente, você começou o relacionamento bem antes, porque está casada desde os 15 anos. O erro das pessoas é achar que o namoro é uma fase para se divertirem juntas, sair, ir ao cinema ou a festas e não fazem o que realmente deveriam fazer. Elas passam um ano ou mais namorando e não se conhecem.

CRISTIANE – Essa é a consequência de se casar muito rápido e sem conhecer a outra pessoa bem. Muitos jovens se casam apenas para que possam dormir juntos e isso gera muitos outros problemas.

RENATO – Outro erro é o rapaz tirar a moça da casa dos pais e ir morar bem longe com ela. Ainda bem que é na casa dos sogros, porque tem um adulto presente, mas não deixa de ser uma situação de vulnerabilidade, porque ela sente que não tem ninguém para defendê-la. A tendência é que os pais dele o apoiem e ele se sinta com liberdade para xingá-la, pois ela não tem para onde correr. É uma situação de risco quando uma pessoa com um relacionamento instável sai de perto da família.

CRISTIANE – O que você pode fazer? Primeiro, pare com esse ciclo. Se ele faz isso, é porque você deixa. Você até pede para que ele não faça, mas toda vez que você tolera isso, na verdade, a mensagem que passa para ele é: “Você pode”. Você não pode tolerar esse comportamento dele.

RENATO – As pessoas, antes de iniciarem um relacionamento, devem entender a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que lista os direitos de todos os seres humanos. A pessoa que se sujeita a esse tipo de relacionamento o faz porque não sabe que merece ser tratada com respeito e dignidade. O que você precisa fazer é chegar até ele, mas não no momento da raiva, e dizer que não vai mais aceitar esse tipo de comportamento. Diga: “Eu vou estar atenta para que eu não o desrespeite e o mínimo que você pode me dar é o mesmo: respeito. Se isso não acontecer, eu vou voltar para a casa dos meus pais, onde sou respeitada”. Você tem que comunicar isso a ele, ser firme e assertiva, mas faça isso de forma respeitosa. Eleve o nível e, se ele voltar a baixá-lo, pegue suas coisas e vá embora.

Acompanhe o Escola do Amor Responde pela Rede Aleluia, de segunda a sexta-feira, às 6h30 e às 11h30, ou pelo site blogs.universal.org/renatocardoso/escola

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Colaborador

Yasmin Lindo / Foto: Iakov Filimonov/getty images