Amor ao dinheiro: a armadilha que destrói a prosperidade

Na busca por uma renda cada vez maior, muitos se sujeitam à corrupção e abrem mão do que realmente importa

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Desde os primórdios da Humanidade identificou- se a necessidade de realizar trocas de produtos como forma de adquirir o necessário para a sobrevivência. Com a evolução das relações sociais, foi preciso estabelecer alguns padrões de valor para produtos e serviços. Em determinada época, itens não perecíveis faziam o papel do dinheiro, como cobre, grãos, ouro, prata e sal. Segundo a Casa da Moeda do Brasil, as primeiras moedas semelhantes às de hoje surgiram na Lídia (atual Turquia) no século VII a.C.

Considerando que o dinheiro é um instrumento usado para a realização de trocas comerciais na sociedade, deve-se admitir que ele é necessário. Porém, ele pode ser uma verdadeira armadilha, pois as riquezas são uma das inúmeras fraquezas do ser humano.

Nos dias atuais o dinheiro é visto como um dos caminhos para a felicidade. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) ouviu cerca de 2 mil brasileiros a respeito dos seus maiores sonhos e obteve as seguintes respostas: viajar pelo Brasil (61%), ter o próprio negócio (60%), comprar a casa própria (54%) e adquirir um automóvel (54%). Diante desses resultados, é possível perceber que os desejos mais citados estão diretamente ligados ao dinheiro, como se ele fosse a condição fundamental para alguém alcançar a verdadeira realização.

Outro estudo feito pela Escola de Negócios de Harvard, nos Estados Unidos, com quatro mil milionários de vários países, identificou um quadro interessante. Mesmo já tendo alcançado a cifra dos milhões, um quarto dos entrevistados afirmou que para ser “feliz” precisaria que sua riqueza aumentasse 1.000%. Será que se alcançassem essa meta a tal felicidade viria ou seria preciso ir mais além para entender que o “ter” não pode ser traduzido em “ser”?

Ganhar a todo custo
A necessidade de sempre ter mais dinheiro e fazer o que for preciso para conquistá-lo não é a solução dos problemas, mas, sim, a origem deles, como a Bíblia orienta: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores (1 Timóteo 6.9-10).

Sem equilíbrio, aquele que coloca o dinheiro acima de tudo fica cego com o brilho do mundo. “Quando uma pessoa ama o dinheiro ela passa por cima dos seus princípios e valores. Tem pessoas que, por amor ao dinheiro, não falam com um familiar, já mataram, já roubaram e mudaram. Na verdade, o dinheiro é um ótimo servo, mas um péssimo senhor”, explica o Bispo Jadson Santos, responsável pela reunião da Prosperidade com Deus, que ocorre às segundas-feiras na Universal.

As pessoas nessa condição acreditam que a maior riqueza é material e até se corrompem para ter mais dinheiro. “Elas pensam que quando ganharem mais vão ser felizes, mas o que mais tem são ricos depressivos, ricos tentando o suicídio. O amor ao dinheiro é uma coisa maligna que leva o indivíduo a colocá-lo acima de tudo, da família e da própria alma”, alerta.

Ameaça discreta
Antes de apontar o dedo para o próximo é preciso fazer uma autoanálise sobre a própria vida, pois a armadilha montada pelo amor ao dinheiro é discreta e começa com ações simples. Ela é tão sutil que se infiltra até no coração de muitos que um dia estiveram com a vida no Altar. “O grande perigo é que o dinheiro dá uma falsa segurança, então quem se deixa levar por essa sensação começa a colocar as conquistas no lugar de Deus, passa a dizer que não tem mais tempo para Deus e começa a achar que foi a força do braço que o levou a tantas conquistas”, pontua.

Dessa forma, o Bispo Jadson orienta que cada um vigie, se policiando sobre o real significado do dinheiro em sua vida, “para que a casa continue sendo cimento, o carro seja lata e o dinheiro papel, mas que Jesus continue sendo tudo”.

O Senhor Jesus inclusive alertou sobre valorizar o que é eterno em vez de priorizar o que é passageiro: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6.19-21).

Para não se perder nessa caminhada, é necessário que o foco seja ajustado na direção certa. “O mais importante é entrar no Reino de Deus e se manter nEle, e Deus vai acrescentando as outras coisas. Para isso, é preciso se policiar a vida inteira, porque um pequeno desvio vai causar uma tragédia lá na frente e a pessoa não vai chegar ao Céu, que é o objetivo. É preciso vigiar para que a bênção recebida não tome o lugar de Deus e se transforme em maldição”, finaliza.

Imaturidade espiritual
Alex Gonçalves de Jesus, de 22 anos, começou cedo sua vida como empreendedor. Ele participa das reuniões de segunda-feira na Universal desde o início da adolescência. “Eu sempre tive a visão empreendedora e, pela fé, fui em busca de realizar meu sonho e abri meu próprio negócio aos 18 anos. Só que em determinado momento eu vi que quanto mais dinheiro entrava, mais eu queria. Cheguei a abrir quatro comércios”, diz.

Com muito trabalho, mas pouca estrutura espiritual, os olhos de Alex se encheram, assim como sua confiança na própria força. “Eu me apeguei ao dinheiro e deixei Deus de lado. Parei de fazer meus votos, minhas ofertas e até mesmo o dízimo deixei de separar. Priorizei o dinheiro e o coloquei acima de tudo.”

De imediato, essa mudança de atitude pareceu não trazer nenhum efeito negativo, porém, em pouco tempo, as coisas mudaram. “A loja que faturava R$ 60 mil passou a não vender mais e quando eu percebi estava pegando dinheiro emprestado com conhecidos e até agiotas para pagar a dívida do comércio. Virou uma bola de neve, até que eu não tinha mais como pagar e tive que vender as lojas e passar o ponto”, conta.

O fracasso na vida financeira levou Alex a se refugiar em bebidas, drogas e festas. “Perdi um relacionamento, desenvolvi depressão e tentei o suicídio duas vezes. Até que cheguei ao meu limite e me lembrei de como era a minha vida na Presença de Deus. Decidi, então, retornar para a fé e assumi um verdadeiro compromisso com Deus”, explica.

Alex quitou as dívidas e abriu um negócio on-line, mas a principal mudança ocorreu em seu interior: “eu trabalho, mas o Espírito Santo é o primeiro na minha vida. Tenho paz, a verdadeira alegria e agora estou consciente de que, mais do que dinheiro, o meu foco principal é a minha Salvação”, conclui.

Prosperidade com Deus
A verdadeira prosperidade envolve abundância em todas as áreas da vida, desde a espiritual até a familiar. Porém, para alcançar esse equilíbrio, é preciso se aliar a Deus. Essa é a base da reunião Prosperidade com Deus, que ocorre às segundas-feiras em todos os templos da Universal. Participe.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: Juanmonino/getty images / Mídia FJU Bloco Sul -SP