“Algo sobre sua reputação o atrapalhou”

Na série Reis, Jessé, o pai de Davi, terá de lidar com os males de um erro, mas aprenderá que o arrependimento gera bênçãos que podem impactar uma nação inteira

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Descendente de homens valentes, Jessé está presente desde a primeira temporada de Reis, série da Record TV. Ele é neto de Boaz e Rute, um casal com uma linda história de redenção e fé, herdeiro de posses e pai de muitos filhos, o que lhe dava o status de um homem abençoado em Belém.

Quando criança, o pequeno Jessé (Miguel Venerabile) foi apresentado como o filho bondoso e obediente de Obede (Alex Morenno), o guerreiro temente a Deus, com Bília (Débora Sartori), uma mulher de fé. Os anos passaram na trama e, agora, na quarta temporada da série, ele será um dos personagens de destaque e serão reveladas as nuances de seu caráter e mais detalhes de sua história bem atípica – não pela genealogia e conquistas, mas por suas escolhas e as consequências delas.

Interpretado por Edson Fieschi (à dir.), o patriarca da família do segundo rei de Israel é pai de oito filhos homens, sendo três deles integrantes do Exército de Israel. Em entrevista à Folha Universal, a autora dessa quarta temporada, Cristiane Cardoso, comenta que é possível imaginar Jessé como um homem forte que ensinou seus filhos não só a se defenderem como também a serem guerreiros, já que viveram em uma época difícil em Israel, quando nações vizinhas ameaçavam tomar suas terras.

A autora faz uma revelação sobre a série: “Jessé é aquele cidadão perfeito, só que não. Ele tinha tudo para ser um dos anciãos de Belém, mas não foi. Algo sobre sua reputação o atrapalhou e creio que foi seu segundo casamento, com a mãe de Davi, que acarretou muitos problemas familiares que teve com o nascimento do ruivinho que um dia seria ungido rei”.

Entre erros e acertos
Afinal, que segundo casamento é esse? Apesar de não estar explícito na Bíblia, o filho mais famoso de Jessé teria sido fruto de um matrimônio forçado pelas circunstâncias, caso contrário, Davi (Gabriel Vivan) poderia ter sido um filho bastardo. Com essa informação, pouco conhecida até entre os cristãos, é fácil compreender o porquê de o caçula ser tão diferente e, muitas vezes, objeto de escárnio entre os filhos de Jessé.

Todavia Cristiane acrescenta que ele é um pai que se esforça para ser uma boa influência para todos os filhos: “rígido quando precisa ser e carinhoso nas horas amargas. Jessé é um homem exemplar, que cometeu um erro no passado e, por mais que já tenha se consertado com Deus, sofre ao ver seu filho caçula pagar por isso”. Não à toa, quando Deus anuncia ao profeta Samuel (Roberto Birindelli) a escolha de um novo rei para Israel, Ele não menciona o nome de Davi nem como encontrá-lo, mas o anuncia como filho de Jessé, como está escrito em 1 Samuel 16.1.

Quando o profeta chega à casa da família belemita, Davi não está presente e, diferentemente do que se acredita, em Reis o jovem não é menosprezado pelo pai. “Jessé envia Davi para pastorear, assim ele fica longe dos irmãos que o odeiam tanto. Enquanto uns pensam que Jessé não gosta de Davi, prefiro vê-lo como um pai que tentou protegê-lo o máximo possível, já que Davi não tinha idade ainda para entrar no Exército e trabalhar ao lado dos demais irmãos seria arriscado demais”, diz Cristiane.

Pai, filho e Deus
Ao enfrentar as consequências de uma escolha errada, a autora destaca que Jessé passará algumas lições valiosas ao público: “principalmente a de como lidar com um passado que atormenta o presente e a lição que Deus é misericordioso para perdoar, limpar e até mesmo tornar um erro um acerto”.

Cristiane explica que “Jessé foi quem passou tudo o que sabe sobre Deus para Davi e Davi ensinou Jessé a ter um relacionamento com Deus”. Essa troca entre eles mostra que ambos têm um papel importante na vida um do outro. O fato de Davi ter sido o escolhido reforça que Jessé encontrou o perdão de Deus, apesar do seu erro no passado.

A série Reis é exibida de segunda a sexta-feira, com reprise dos melhores momentos aos sábados, na Record TV, a partir das 21h15.

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Colaborador

Laís Klaiber / Fotos: Vinicius Muhammad