Alerta: faça uso consciente de água e energia

Com o impacto da maior crise hídrica dos últimos 91 anos, é preciso mudar algumas atitudes na rotina da casa

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A falta de chuvas tem impactado a vida de milhões de brasileiros. Em um pronunciamento em rede nacional de televisão, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que “o Brasil enfrenta uma das piores secas de sua história” e que “a escassez de água que atinge as usinas hidrelétricas, em especial as do Sudeste e do Centro-Oeste, é a maior dos últimos 91 anos”.

Dentre as medidas apontadas para contornar o atual cenário hidrelétrico de escassez incluem-se incentivos para que empresas desloquem o consumo dos horários de maior demanda de energia para os horários de menor demanda. Contudo, além dos setores do comércio, o ministro reforçou que “é importante que todo cidadão consumidor participe desse esforço e evite o desperdício de consumo de energia elétrica”, minimizando, assim, os impactos do dia a dia, de produção e, consequentemente, de custos. A palavra racionamento não configura nem está projetada nas medidas.

O Ministério de Minas e Energia tem incentivado e compartilhado orientações sobre o consumo consciente nas redes sociais e também no seu site oficial (confira, ao lado, algumas dicas).

Diferença no bolso
O aumento da conta de luz é um dos reflexos da falta de chuvas, uma vez que 61% da matriz energética brasileira provém de hidrelétricas. No final de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) viabilizou a elevação de 52% no custo adicional cobrado pela bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em nota, a Aneel informou que “em junho, as afluências nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN) estiveram entre as mais críticas do histórico” e que julho se iniciou “com a mesma perspectiva hidrológica desfavorável (…), com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos”.

Vale lembrar que, em 2015, foi criado o sistema de bandeiras tarifárias, com três modalidades, como forma de dar transparência e sinalizar os custos de energia, até mesmo para que o consumidor faça bom uso e as adaptações necessárias. Dessa forma, é repassado ou não o valor de produção de acordo com a demanda representada pelas cores verde (com condições favoráveis para geração de energia), amarela (menos favoráveis) ou vermelha (que contém os patamares 1 e 2, com geração mais custosa). O acionamento da bandeira vermelha em seu maior patamar remete a ações relacionadas ao uso racional e consciente e reforça a necessidade de combate ao desperdício.

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Colaborador

Flavia Francellino / Foto: Getty images