Álcool: não existe dose segura

Ingerir bebida alcoólica pode se tornar uma necessidade nociva e fatal. Conheça os sinais da dependência física e psicológica e saiba como conquistar a cura definitiva

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outdoors, o consumo de bebidas alcoólicas é diariamente incentivado por meio de campanhas criativas, que apresentam uma ideia otimista em relação a esse hábito. Nesta época do ano, quando empresas que comercializam o produto visam impulsionar suas vendas para aproveitar o período do carnaval, os investimentos em anúncios para atrair o público aumentam, mas é em meio à magia do marketing e da sensação passageira de bem-estar que muitos são conduzidos a um fundo do poço chamado alcoolismo.

Segundo um levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), o transtorno por uso de álcool (TUA) atinge cerca de 400 milhões de pessoas com 15 anos ou mais no mundo todo. Além disso, um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que, anualmente, 2,6 milhões de pessoas morrem em consequência da dependência, sendo 90 mil brasileiros.

Diante disso, o dia 18 de fevereiro foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. A data motiva a conscientização sobre os perigos do consumo e a luta contra o transtorno, mas, antes de saber como superar o problema, é preciso entender como ele surge.

Uma única dose

Uma pequena dose em eventos sociais ou dentro de casa pode ser considerada inofensiva, mas, como alerta a OMS, não existe uma quantidade segura: ingerir álcool pode se tornar uma necessidade nociva sem que se perceba. No Brasil, por exemplo, 75% das pessoas que fazem uso abusivo da bebida acreditam que são consumidores moderados, aponta o levantamento Álcool e Saúde dos Brasileiros – Panorama 2023.

Para Eduardo Perin, psiquiatra e psicoterapeuta pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em terapia cognitivo-comportamental (TCC) pelo Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), ingerir álcool com frequência demonstra a tendência a uma intensa dependência no futuro e, por isso, é preciso ficar atento aos sinais que indicam o vício: “consideramos dependência quando a pessoa tem sintomas de tolerância, ou seja, ela bebe cada vez mais e em maior quantidade para se sentir alegre; ou de abstinência, quando ela tenta controlar o uso e não consegue, a falta gera ansiedade, tremor, sudorese,
convulsões e confusão”.

Além dos efeitos imediatos, o alcoolismo pode gerar consequências a longo prazo à saúde, como reforça Perin: “o álcool afeta diretamente os nervos e o sistema nervoso central, ocasionando neuropatias periféricas, que podem causar déficits de memória, atenção e, com o uso crônico, a demência. O álcool também é um fator de risco para doenças do coração e câncer”.

Perin ainda afirma que o descontrole causa danos a vínculos afetivos e sociais e à saúde mental: “a dependência é prejudicial também às relações da pessoa, tendo em vista que os prejuízos na vida dela se refletem em outras ao seu redor, com conflitos dentro de casa e problemas no trabalho. Ela fica propensa a ter atitudes mais agressivas e, inclusive, ao suicídio”.

Existe saída

Quem chega ao extremo da dependência não acredita na possibilidade de se livrar dela, mas algumas pequenas mudanças podem ser cruciais para a sua recuperação, assegura Perin: “além de uma boa alimentação, qualidade de sono e exercícios físicos, o dependente pode buscar tratamento médico, psicoterapia ou grupos de apoio e instituições que trabalham ajudando pessoas que têm problemas com o álcool”.

Um exemplo de assistência oferecida àqueles que sofrem com os vícios e suas consequências é o programa social Vício Tem Cura (VTC). Criado e mantido pela Universal há 11 anos, o projeto auxilia dependentes e seus familiares por meio de apoio emocional e orientação espiritual, promovendo palestras de conscientização e o tratamento gratuito para a cura definitiva dos vícios.

O Bispo Mauro Souza, responsável pelo VTC, aponta o diferencial do tratamento que, diariamente, tem proporcionado a reabilitação eficaz a inúmeras pessoas: “o resultado do tratamento é uma transformação completa. Trabalhamos com a desintoxicação na mente, que chamamos de extração do espírito do vício, e, uma vez que ele é extraído, a pessoa fica livre da força que a dominava”.

O autônomo Lucas Paixão dos Santos, de 32 anos, é a prova de que o tratamento funciona. Ele conta que, após um histórico de 13 anos de vícios, obteve a recuperação permanente e sem recaídas. Ele diz que consumia desde cerveja até cachaça e que esse vício, somado a outros comportamentos inadequados, o levou à depressão. “Mas há um ano e três meses conheci o tratamento do VTC. Lá, fui perseverando e lutando, o espírito do vício saiu e entrou o Espírito de Deus, que me libertou”. Dessa forma, Lucas alcançou a sobriedade permanente, algo que, todos os dias, milhões de pessoas lutam para conquistar.

Se você ou alguém que você ama está vivendo uma situação semelhante à de Lucas, participe do Tratamento para a Cura dos Vícios. Acesse universal.org/vicio-tem-cura/locais-de-tratamento e encontre a unidade mais próxima. Siga também o perfil @viciotemcuraoficial no Instagram e saiba mais.

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Colaborador

Yasmin Lindo / Foto: artisteer/Getty images