A vez das mulheres empreendedoras

Saiba como empreender sem deixar de lado outras prioridades

Ser mulher e empreender não é fácil. Elas enfrentam no dia a dia obstáculos como preconceito, falta de incentivo, taxas de juros mais altas e, muitas vezes, jornadas duplas para cuidar dos negócios e dos filhos. Ainda assim, segundo dados do LinkedIn, o empreendedorismo feminino cresceu 41% em 2020, na comparação com o ano anterior. O levantamento aponta ainda que o crescimento ocorreu apesar do impacto da pandemia de covid-19.

Outro relatório, o Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM 2020), realizado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mostra que 46% dos empreendedores iniciais (com até três anos e meio de empresa) são mulheres. Dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora (Irme), de 2019, mostram ainda que 57% das empresas delas se enquadram na categoria de microempreendedor individual (MEI) e 54% são do segmento de serviços.

Alice Salvo Sosnowski, de 46 anos, especialista em empreendedorismo e consultora de negócios, observa que o Brasil é o sétimo país com maior número de mulheres empreendedoras. “São mais de 30 milhões, mas, mesmo com o empreendedorismo por oportunidade, elas empreendem ainda muito por necessidade, pois não têm as mesmas oportunidades no mercado de trabalho, principalmente depois da maternidade, e começam a empreender para sobreviver. Na pandemia, isso aconteceu muito também pela perda de emprego”, analisa.

As mulheres normalmente empreendem em áreas ligadas à beleza, alimentação, saúde, educação e ao cuidado. “Elas têm vocação para isso até pela questão histórica e cultural de cuidado com a família. Elas, porém, deixam de lado muitas áreas inovadoras, como a de tecnologia da informação, que tem mais presença masculina. As mulheres ainda acabam tendo empresas que faturam menos e que têm crescimento menor. Isso faz com que elas não cresçam tanto e tão rapidamente. São questões do empreendedorismo feminino a serem resolvidas”, diz.

Para Alice, o mercado de trabalho ainda é muito hostil com as mulheres. “Uma pesquisa do Banco Mundial mostra que as mulheres pagam mais os empréstimos, no entanto, elas têm juros bancários maiores. É um contrassenso. Mesmo com uma escolaridade 16% melhor que a dos homens, elas ganham menos. Cerca de 80% das mulheres empreendedoras são mães. Normalmente, a mulher sai de licença-maternidade e quando volta é demitida logo depois. O que motiva as mulheres a empreender é o fato de que elas tiveram filho e querem ter mais flexibilidade”, observa.

De acordo com Alice, o empreendedorismo feminino não é uma corrida de velocidade: “é uma maratona de 42 quilômetros. Você tem que se conhecer e se preparar psicologicamente, principalmente porque é uma jornada com muita incerteza que vai cobrar da mulher empreendedora muita resiliência, ousadia e liderança. Trabalhe com o que gosta e tenha um modelo de negócio que possibilite gerar, entregar e capturar valor. Para isso, é preciso estar sempre estudando, fazendo networking, negociando, se valorizando e fazendo precificação”.

“Fiz uma aliança com Deus”
A empreendedora Elaine Couto, (foto abaixo) de 50 anos, é formada em administração de empresas e tem, com o marido, uma empresa de representação comercial. Assim como muitas mulheres, ela teve que empreender por necessidade. “Houve uma reestruturação e fui mandada embora da multinacional na qual eu trabalhava há anos. Depois, eu soube que estava grávida. Fiquei dois anos e meio cuidando do meu filho ainda bebê. Quando eu decidi voltar, comecei a procurar algo na área de prestação de serviços”, recorda.

Paralelamente às suas buscas, ela conheceu a Universal e começou a participar das reuniões do Congresso para o Sucesso. “Comecei a trabalhar em uma área que eu praticamente não conhecia: o mercado da construção civil. Eu fiz uma Aliança com Deus e Ele abriu essa oportunidade. Deus foi dando a Direção e eu tive a possibilidade de começar como autônoma e depois abrir a minha empresa. Não foi fácil. Tive muito apoio dos meus pais e do meu marido, mas, muitas vezes, meu filho ia comigo às visitas aos clientes”, lembra.

Hoje, a empresa de Elaine está consolidada no mercado.

“Temos que colocar todo o nosso empenho, nossa força e dedicação e trabalhar com muita transparência e, acima de tudo, com Deus para que as coisas realmente fluam bem. Nós até conquistamos sem Deus, mas sem Ele não estabelecemos nada”, declara. Se você quer desenvolver o seu espírito empreendedor, faça como Elaine e participe do Novo Congresso para o Sucesso, que acontece em todos os templos da Universal às segundas-feiras.

imagem do author
Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Getty Images / Arte: Eder Santos