A quem interessa o impeachment de Crivella?

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O dia 26 de março, para os vereadores do Rio de Janeiro, deveria ter sido marcado pela votação de um projeto de emenda à Lei Orgânica Municipal que tinha o objetivo de discutir a data de pagamento do 13º salário dos servidores do município. Mas alguns vereadores aproveitaram a ocasião para tentar incluir a votação de uma emenda que, na prática, alteraria as regras de eleição para prefeito, caso ocorresse um impeachment nos dois últimos anos de mandato.

Atualmente, a Lei Orgânica prevê eleição direta, ou seja, voto popular para prefeito até o terceiro ano do mandato em situações de impedimento. Eles queriam executar uma mudança nessa lei que permitiria aos vereadores eleger um novo prefeito, se o atual Marcelo Crivella sofresse impeachment.

Como o Rio de Janeiro não tem vice-prefeito, já que Fernando Mac Dowell morreu em 2018, caso a proposta tivesse passado e houvesse um afastamento de Crivella, quem assumiria temporariamente a gestão, até a realização das eleições diretas, seria o presidente da casa, Jorge Felippe. A proposta precisaria de 34 votos para passar. Trinta e três vereadores votaram a favor, 15 contra e um se absteve.

Essa atitude polêmica foi vista como uma tentativa de golpe ao mandato do prefeito do Rio de Janeiro. Especialistas afirmam que foi uma manobra política, conhecida como “jabuti”. O termo é usado quando a proposta de interesse não se relaciona em nada com o tema da votação original.

Mas a pergunta que fica é: por que querem alterar as regras (de surpresa) que pavimentariam o caminho para um possível impeachment? É claro que isso só mostra que a Câmara está disposta a mudar as regras para desestabilizar o governo de Crivella.

Além disso, está evidente que queriam chamar a atenção da mídia, colocando o tema de um novo pedido de impeachment em discussão (como já está acontecendo).

Você acha que querem destituir Crivella por qual motivo: porque os vereadores querem um Brasil melhor? Ou porque eles não estão se sentindo, de alguma forma, beneficiados com a gestão do prefeito?

Isso sem falar da perseguição religiosa. Não se vê na mídia, por exemplo, a exposição das religiões de outros políticos, mas, no caso da dele, fazem questão de evidenciar a todo momento e, principalmente, destacar a Igreja da qual ele faz parte.

A verdade que a imprensa esconde, então, é que Crivella é alvo de uma campanha negativa e que vem sendo perseguido, por meio de discursos difamatórios, diariamente.

É curioso que o mesmo não acontecia com seu antecessor, Eduardo Paes. Segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura, Paes assumiu o comando da cidade do Rio com uma dívida de R$ 4,6 bilhões e deixou outra de R$ 13,2 bilhões.

E não para por aí. Dos escândalos de corrupção e das obras inacabadas, de conhecimento de todos, ninguém quer falar. Por quê? Ao preço de R$ 1,4 bilhão, foram encomendadas 110 escolas (várias estavam vazias quando Crivella assumiu), enquanto 1.537 já existentes da rede municipal estavam literalmente caindo aos pedaços. Em uma delas, um mês depois da saída do ex-prefeito, o portão desabou, matou uma criança e feriu outras duas.

Você sabia que Crivella está executando o Plano de Recuperação da Rede Física das escolas da prefeitura? A iniciativa acontece após um período de pelo menos 16 anos sem investimentos de grande porte na manutenção delas. Mais de R$ 80 milhões foram destinados para essa ação. Vale lembrar também que, em neste ano, pela primeira vez, os uniformes das 650 mil crianças da rede pública e os da Comlurb serão feitos pelas costureiras das comunidades e presidiárias. Isso sem falar das novas creches e das melhorias nos cardápios nas escolas.

Na área da saúde, foram realizados investimentos de mais de R$ 70 milhões em equipamentos, como tomógrafos computadorizados, centenas de carrinhos de anestesia, novas camas hospitalares, entre outros. De março a novembro de 2018 foram realizados milhares de cirurgias de cataratas. Isso tudo sem contar os recursos direcionados à contratação de profissionais para hospitais, programas sociais e habitacionais.

São muitas as ações que foram, estão sendo e serão feitas, mas, por que a mídia não divulga isso? Afinal de contas, a quem interessa o impeachment de Crivella?

É fácil responder. O atual prefeito do Rio de Janeiro derrubou acordos de verbas publicitárias que favoreciam determinados grupos de comunicação do País e tem buscado fazer seu governo pensando apenas em privilegiar um único grupo: a população.

A nova política requerida nas últimas eleições exige essa transparência e clama por justiça. E isso implica cortar privilégios e priorizar o que é essencial para todos. É claro que a velha política e os que eram beneficiados por ela não gostam e reagem com suas armas. Mas é como diz o próprio Crivella, em uma de suas canções: “É que a gente não se rende, não se entrega, não se vende, mesmo a vida sendo dura …”.

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Colaborador

Redação / Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil