A preocupante censura da imprensa nos dias que antecedem o 2º turno

Leia na íntegra editorial divulgado pela emissora Jovem Pan, após ter sido impedida de falar sobre o ex-presidente Lula

Imagem de capa - A preocupante censura da imprensa nos dias que antecedem o 2º turno

Nos últimos dias, um fato repercutiu em todo o País e fez os eleitores refletirem sobre a preocupante censura da imprensa nos dias que antecedem o 2º turno das eleições de 2022, que acontece no próximo dia 30 de outubro. Nesta data, o brasileiro votará para eleger o Presidente da República assim como, em algumas localidades, o governador do seu estado.

  • Na quarta-feira (19), a Jovem Pan divulgou que estava, desde o dia 17 de outubro, sob censura instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bem como outros grupos de comunicação.
  • Isso, após ter sido notificada e impedida de falar sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E, os fatos envolvendo a condenação do candidato petista, sob pena de multa.

Entenda o caso e sua repercussão:

  • A saber, o TSE proibiu a citação de qualquer fato envolvendo a condenação do candidato petista.
  • Além disso, os advogados do PT e coligação solicitaram a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático de 11 pessoas. E ainda a suspensão de 113 perfis e canais em diversas redes sociais e a retirada do ar de outros cinco sites.

Saiba mais e confira também reportagem do Jornal da Record sobre este caso, clicando aqui.

Leia na íntegra editorial divulgado pela emissora:

Diante deste episódio, a Jovem Pan se pronunciou oficialmente no site da emissora.

Confira abaixo o editorial na íntegra.

JOVEM PAN SOB CENSURA

Tribunal Superior Eleitoral determinou que alguns fatos não sejam tratados pelo grupo de comunicação e seus profissionais, seja de modo informativo ou crítico

A Jovem Pan, com 80 anos de história na vida e no jornalismo brasileiro, sempre se pautou em defesa das liberdades de expressão e de imprensa, promovendo o livre debate de ideias entre seus contratados e convidados em todos os programas da emissora no rádio, na TV e em suas plataformas da internet.

Os princípios básicos do Estado Democrático de Direito sempre nos nortearam na nossa luta e na contribuição, como veículo de comunicação, para a construção e a manutenção da sagrada democracia brasileira, sobre a qual não tergiversamos, não abrimos mão e nos manteremos na pronta defesa — incluindo a obediência às decisões das cortes de Justiça. O que causa espanto, preocupação e é motivo de grande indignação é que justamente aqueles que deveriam ser um dos pilares mais sólidos da defesa da democracia estão hoje atuando para enfraquecê-la e fazem isso por meio da relativização dos conceitos de liberdade de imprensa e de expressão, promovendo o cerceamento da livre circulação de conteúdos jornalísticos, ideias e opiniões, como enfatizou a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao arrepio do princípio democrático de liberdade de imprensa, da previsão expressa na Constituição de impossibilidade de censura e da livre atividade de imprensa, bem como da decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF 130, que, igualmente proíbe qualquer forma de censura e obstáculo para a atividade jornalística, determinou que alguns fatos não sejam tratados pela Jovem Pan e seus profissionais, seja de modo informativo ou crítico. Não há outra forma de encarar a questão: a Jovem Pan está, desde a segunda-feira, 17, sob censura instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral. Não podemos, em nossa programação — no rádio, na TV e nas plataformas digitais —, falar sobre os fatos envolvendo a condenação do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Não importa o contexto, a determinação do Tribunal é para que esses assuntos não sejam tratados na programação jornalística da emissora. Censura.

É preciso lembrar que a atuação do TSE afeta não só a Jovem Pan e seus profissionais, mas todos os veículos de imprensa, em qualquer meio, que estão intimidados. Justo agora, no momento em que a imprensa livre é mais necessária do que nunca. Enquanto as ameaças às liberdades de expressão e de imprensa estão se concretizando como forma de tolher as nossas liberdades como cidadãos deste país, reforçamos e enfatizamos nosso compromisso inalienável com o Brasil. Acreditamos no Judiciário e nos demais Poderes da República e nos termos da Constituição Federal de 1988, a constituição cidadã, defendemos os princípios democráticos da liberdade de expressão e de imprensa e fazemos o mais veemente repúdio à censura.”

Para concluir, vale destacar que:

Nesse ínterim, sobre este tema, durante a programação Inteligência e Fé, de 20 de outubro, o Bispo Renato Cardoso comentou:

  • “O mais grave de tudo isso é o uso de dois pesos e duas medidas. Um rigor que, segundo muitos observadores, aparentemente favorece um lado e totalmente desfavorece o outro. Todos precisam estar alarmados com respeito a isso, porque não projeta um bom futuro para nós como nação. É hora de prestar atenção, porque o País não pode caminhar para este destino. É muito preocupante isso. Os dias que antecedem as eleições precisam ser cuidadosamente observados por todos os eleitores.”
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Colaborador

Redação / Foto: iStock