A ponta do iceberg

A Obra de Deus é muito maior do que o que está visível aos olhos de todos. Leia e entenda

Imagem de capa - A ponta do iceberg

Muitas pessoas desejam fazer a Obra de Deus. Mais que isso: anseiam desesperadamente por ela.

De fato, fazer a Obra de Deus é gratificante, mas é preocupante notar a ansiedade de alguns em fazer parte dela.

Preocupante porque não vemos nessas pessoas a mesma ânsia em servir a Deus, em agradá-Lo, conhecer a Sua vontade para a vida delas. O que querem na verdade é realizar o seu sonho, um capricho pessoal, sem se importarem se esse é o sonho de Deus para elas. Assim, colocam em risco a própria Salvação.

Quem de fato tem dentro de si o desejo sincero de servir a Deus serve-O, independentemente de título ou posição. Dentro dessa pessoa existe o espírito de servo, e por isso ela enxerga oportunidade de Servi-Lo onde ninguém mais enxerga.

Ela não se preocupa se está sendo ou não observada pelo pastor. Ela sabe que o Supremo Pastor a tudo vê, e é a Ele que ela quer agradar.

Temor, submissão, renúncia, entrega, obediência e humildade são características inerentes a ela, não há esforço para fazê-las transparecer, simplesmente porque fazem parte dela. É a sua essência.

Ela não busca reconhecimento, tapinha nas costas, elogios. Tampouco se importa se não é notada. Ela sabe que Aquele cujos olhos passam por toda a Terra a vê, por isso tem paz de espírito e confia no seu chamado.

Ser para ter

Infelizmente, esse espírito de servo não é visto em muitos candidatos à Obra de Deus. O que se vê são pessoas esperando “ter” para “ser”, quando na verdade devemos “ser” para “ter”.

Querem ter o título de obreiro, de pastor, para então começarem a ser mais espirituais, mais servos, mais usados por Deus, mais, mais e mais. Esquecem-se de um dos ensinamentos mais básicos de Jesus: dar para receber.

Doar a si mesmo em favor dos aflitos, dos perdidos, como Jesus se doou por nós. E isso envolve dor, renúncia, negar-se a si mesmo, sacrifício, altruísmo, entrega. E são muito poucos que estão dispostos a isso.

Enganam-se dizendo que querem servir a Deus, mas a conduta deles prova exatamente o contrário: o que querem mesmo é se servir de Deus e da Obra de Deus.

Por essa razão sucumbem no meio do caminho, exaustos, sem forças e esgotados espiritualmente, porque enxergaram a Obra de Deus com olhos carnais. Contemplaram apenas o visível, como a ponta de um iceberg.

É preciso pagar o preço

É comum as pessoas nutrirem certa admiração pelos obreiros, pastores e esposas de pastores. Veem os obreiros uniformizados no salão da igreja, sorridentes e sempre tão prestativos, e acham tudo isso lindo. Ficam encantadas quando o pastor os coloca no altar, ora por eles e fala da importância e da santidade da Obra de Deus.

Veem as esposas e os pastores sempre bem-vestidos, felizes, vivendo uma vida totalmente dedicada a Deus e desejam ser como eles. Desejam a vida deles. Desejam o que eles têm. Mas será que estariam dispostos a pagar o preço que eles pagaram para chegar até ali?

Desconhecem os caminhos cheios de espinhos que tiveram que percorrer e as feridas e cicatrizes causadas por esses espinhos. As lágrimas que tiveram que derramar para hoje poderem sorrir.

A Obra de Deus é muito maior e mais abrangente do que os nossos olhos podem ver. Muitos esquecem de que, submersa nas águas, nas profundezas do oceano, está a maior parte daquele lindo iceberg, do qual só conseguimos enxergar a ponta. Mas é o que está escondido que sustenta o que está visível aos olhos de todos. É o invisível que sustenta o visível.

A força do iceberg está na sua estrutura, que tem suas raízes nas profundezas das águas e resiste a todas as ameaças e perigos que o cercam. Sua força é capaz de fazer afundar o mais imponente dos navios.

O verdadeiro servo

Assim é aquele que verdadeiramente é servo do Altíssimo. A sua força não está no título, na posição e muito menos no uniforme, mas na sua dependência de Deus, na comunhão que mantém com o seu Senhor. E, assim como a de um iceberg, a sua força é capaz de fazer afundar o inferno inteiro que se levanta contra ele, porque a sua força não está no que é visível, mas as suas raízes estão muito bem fincadas no Deus invisível. E, portanto, não há luta, dificuldade, perseguição ou fome que o façam desistir e olhar para trás, pois sabe a Quem tem servido.

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Colaborador

Por Jeane Vidal / Foto: Thinkstock