“A minha vontade era morrer, pois eu achava que só assim a dor acabaria”

Ingrid Lia da Silva cresceu em meio à pobreza e às agressões da mãe e se tornou uma pessoa amargurada. Uma lembrança, porém, a fez entender que poderia ter a vida que sempre sonhou

Imagem de capa - “A minha vontade era morrer, pois eu achava que só assim a dor acabaria”

Por ter vivido em um lar desestruturado, a controladora de acesso Ingrid Lia da Silva, de 28 anos, conheceu a amargura na infância. “Meu pai foi embora de casa e abandonou minha mãe, a mim e aos meus três irmãos. Eu, muito pequena, achava que minha mãe era culpada por não ter permitido que fôssemos crianças como as outras, pois, sem condições e desempregada, a solução que ela encontrou foi nos colocar para vender chocolates na rua. Ali começou minha frustração”, diz.

Além da situação financeira complicada da família, a mãe de Ingrid se tornou agressiva. “Nervosa, ela passou a me bater a ponto de tirar sangue de mim, a proferir palavras de maldição e a praticar outros maus-tratos. Então, fui me tornando uma fera ferida, uma adolescente amargurada, depressiva, invejosa e vingativa. Passei a ter depressão”, conta.

Com o passar do tempo, outros sentimentos explodiram dentro de Ingrid, que relata que a dor deu lugar à raiva. “A dor da rejeição se transformou em ódio, que só foi crescendo contra minha mãe por conta daquele desprezo.” Depois de mais uma surra, Ingrid foi levada para o Conselho Tutelar: “de lá, me levaram para um abrigo e fiquei ali por cerca de seis meses. Lá dentro ouvi que não tinha jeito para mim e que aquela seria minha vida. A minha vontade era morrer, pois eu achava que só assim a dor acabaria. Fugi e voltei para casa, mas a situação só piorou, pois me envolvi com más amizades e passei a roubar. Cheguei a usar drogas e bebidas. Fazia isso para ter prazer, para abafar um pouco a dor que eu sentia e para poder me sentir um pouco melhor, mas aquele buraco se tornava cada vez mais profundo”.

DOR NA ALMA
Depois de usar lança-perfume e bebidas em uma festa, Ingrid perdeu a consciência. “Quando voltei à consciência, estava dentro de uma casa com pessoas desconhecidas. Sofri um abuso e, depois, tentei o suicídio algumas vezes. Certa vez, sentada em uma esquina, olhei para o céu e lembro de ter pensado: ‘por que estou passando por isso? Se o Senhor existe, por que eu sofro desse jeito? Não pedi para nascer nem para ter essa vida’. Foi então que me lembrei da Igreja Universal. Eu cresci na Escola Bíblica Infantil (EBI), mas minha mãe se afastou da Presença de Deus”, lembra.

NOVA HISTÓRIA
Ingrid recorda que chegou à Universal sozinha em uma sexta-feira, quando tinha 16 anos. “Saí daquela reunião outra pessoa. Parecia que eu ia voar porque todo aquele peso que eu carregava saiu de mim. Foi ali que começou minha caminhada da Fé. Entendi o que causava aquele sofrimento e que eu tinha que perdoar minha mãe. Decidi também me batizar nas águas e deixar aquela velha criatura que eu era para trás, a velha Ingrid, e passei a buscar o Espírito Santo. Eu ouvia a Palavra Amiga do Bispo Macedo e, um dia, aprendi sobre a necessidade de ter o DNA Divino, de nascer de novo. Ao participar de uma vigília, foi como se tivesse ouvido do Próprio Deus que Ele era o Pai que eu sempre quis e nunca tive.”

Foi então que ela percebeu que não estava mais sozinha. “Depois daquele dia, tudo se tornou diferente na minha vida, pois eu tinha um Pai celestial e passei a ter o DNA dEle. Ter o Espírito Santo é ter vida dentro de você. Hoje, tenho paz e a minha família na Presença de Deus. Já me perguntaram por que vivo rindo e minha resposta foi que tenho o Espírito Santo. Ele é a minha alegria, o meu consolo e o meu amigo”,
finaliza.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Guilherme Branco