A melhor idade começa agora

Grupo Calebe celebra seis anos de existência e colhe os frutos de um trabalho dedicado à terceira idade. Confira histórias inspiradoras

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Segundo dados do Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens. Todos os dias, em média, 30 pessoas tiram a própria vida no Brasil. O problema atinge, na maior parte, homens: eles representam 79% dos casos. A taxa de ocorrência desse tipo de morte é de 8,7 por 100 mil habitantes.

Contudo no primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, divulgado pelo mesmo órgão em setembro deste ano, o alerta foi para a alta taxa de suicídios entre idosos com mais de 70 anos. Ela foi maior até que a dos jovens. Nessa faixa etária, foi registrada a média de 8,9 mortes por 100 mil habitantes nos últimos seis anos, sendo que a média nacional anterior era de 5,5 por 100 mil.
Problemas de saúde, isolamento social decorrentes da viuvez, separação, distanciamento da família, perda de produtividade, além de depressão e doenças crônicas, são alguns fatores que contribuem para que os idosos com mais de 70 anos figurem com as maiores taxas de suicídio no País, conforme o boletim.
Projeto Calebe
Pelo fato de entender a importância de valorizar as pessoas de qualquer idade, especialmente as que são esquecidas, a Universal desenvolve um trabalho para a terceira idade. O Projeto Calebe reúne pessoas que não aceitam se entregar ao desânimo e ao cansaço provocados pelo avanço da idade. O nome Calebe foi inspirado em um dos 12 espiões de Israel. Ele manteve a jovialidade e energia e nunca desanimou como é mencionado no capítulo 14 do livro de Josué. Os principais objetivos do projeto são oferecer apoio espiritual e social a essas pessoas, além de motivá-las a interagir, fazer novas amizades e participarem de atividades de lazer e de ações sociais.
O Bispo Sérgio Gonçalves, responsável pelo grupo no Brasil, explica um pouco mais do projeto que começou em setembro de 2012: “foi vista a necessidade de ter esse projeto depois que foi notada a ausência de uma senhora que frequentava a Universal na Inglaterra. Nesse momento que perceberam que não havia um trabalho específico para essa parcela da população, o que gerou mais atenção e cuidado com a melhor idade”.
Para a gerontóloga Naomi Sanches, o processo de envelhecimento tem caráter multifatorial e é heterogêneo. Isso significa que diversos fatores, como experiências de vida, condições biológicas e até a forma que a pessoa reage frente às situações, são responsáveis por tornar cada processo único. Por isso, é impossível e um equívoco considerar que exista uma “receita de bolo” que torne as pessoas longevas.

Contudo, a especialista afirma que já é comprovado tanto pela ciência como por relatos que algumas condutas tendem a resultar em melhor qualidade de vida não só na terceira idade como em todos os estágios. “Nós somos seres sociais, nascemos e crescemos em comunidade, o que nos leva a construir relações o tempo todo. Algumas dessas relações de tão sólidas tendem a se tornar nossa rede de apoio, ou seja, aquelas pessoas com quem contamos.”
Naomi afirma que às vezes as situações que são comuns na terceira idade, como aposentadoria, falecimento dos pares, irmãos e/ou amigos, casamento e a partida dos filhos e netos para novos lares ou aparecimento de doenças, dificuldade de locomoção ou perda de significado para a vida, acabam levando os idosos a deixar de praticar ou realizar atividades que antes eram importantes e podem acarretar em diferentes qualidades de relações.
“Essas condições podem fazer com que o indivíduo passe a sentir seu tempo ocioso, trazer o sentimento de solidão e de baixa autoestima. Um exemplo da gravidade das situações citadas acima seria o acometimento de patologias como a depressão que pode também estar relacionada a mudanças de estilo de vida e adversidades emocionais, entre outros fatores.”
O Bispo Sérgio também ressalta que a solidão é o problema de muitos idosos quando chegam ao grupo. “O grupo Calebe, apesar do pouco tempo de existência, não mede esforços para mostrar a esses idosos que eles não estão sozinhos. Infelizmente, hoje o grande obstáculo da melhor idade tem sido a solidão e queremos ajudá-los a resgatar a autoestima e os valores perdidos.”

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a previsão é que até o ano 2050 os idosos correspondam a um quinto da população do planeta, o que para o Bispo é um dos inúmeros motivos para ter um grupo fortemente dedicado à melhor idade. “Quando tomamos conhecimento de dados como esse, percebemos o quão importante é nos educarmos para estarmos aptos a ajudar nossa sociedade dentro dessa nova realidade.”
O amor na terceira idade
Um exemplo de transformação é o casal de aposentados Mário Guidolim, de 90 anos, e Vanilda Leonel da Silva Guidolim, de 73 anos (foto a dir.), que descobriu que é possível recomeçar nesta fase de suas vidas, a terceira idade. Ambos eram viúvos quando se conheceram e estão casados há um ano. “Éramos vizinhos e Vanilda me convidou para ir à Igreja.
Comecei a frequentar a Universal e os encontros do Calebe”, explica Mário. O aposentado ainda ressalta a importância que o projeto teve em sua vida no momento que ele já estava viúvo e se sentia muito sozinho. “Eu fui bem recebido por todos, me senti em casa, me aceitaram do jeito que eu sou e, aos poucos, fui me desenvolvendo graças às atividades do grupo. E ainda de quebra encontrei uma companheira e hoje fazemos parte de todas as atividades do Calebe juntos. Me sinto mais animado com 90 anos do que quando tinha 30”, finaliza Mário. O casal frequenta o projeto na cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo.

Ajudar faz bem
A empresária Fernanda Silva Guimarães, de 33 anos, também faz parte do grupo como voluntária. Ela entrou no projeto há um ano com o marido, o editor Tiago Santana Guimarães, de 30 anos (foto a esq.), e explica que escolheu esse projeto pois percebeu o quanto o grupo precisava de pessoas mais jovens para auxiliar no trabalho. “O Calebe tem muito a me ensinar. Já aprendi até a fazer fuxico com as participantes. É o grupo mais talentoso da Universal. Elas fazem um artesanato mais lindo do que o outro.”
Fernanda também passou a frequentar casas de repouso e sentiu na pele a realidade que muitos idosos vivem: “muitos foram abandonados pelos seus filhos e é nítido ver a tristeza no olhar deles. Por isso, cada conversa é uma oportunidade para falar de Jesus, da fé e da cura da alma”, finaliza.
Já a aposentada Rita Fernandes Silva, de 69 anos (foto abaixo), que frequenta a Universal há 20 anos, confessa que sentia falta de um grupo específico para a terceira idade. “Eu entrei no Calebe quando ele surgiu, me sinto muito bem e amo esse trabalho. Sou ajudada e, ao mesmo tempo, ajudo. Muitos idosos, assim como eu, mudaram até a forma de pensar por causa da interação e das atividades que fazemos diariamente. A qualquer hora e a qualquer dia estamos desenvolvendo a nossa mente, nosso corpo e a nossa fé“, ressalta. Ela diz que passou recentemente por um problema de saúde e recebeu apoio do grupo.

Celebração
Para comemorar o aniversário de seis anos do grupo foi realizado um encontro, denominado Celebração dos seis anos do Grupo Calebe – Congresso Melhor Idade 2018, que reuniu 200 mil pessoas em todo o mundo. O evento foi realizado no dia 10 de novembro e transmitido por videoconferência da Catedral da Universal no bairro do Brás, em São Paulo. Entre os países da América Latina que assistiram à transmissão destacam-se a Bolívia, o Equador e México, entre outros.
O Bispo Sérgio começou o evento enfatizando que “a pessoa da melhor idade não pode se conformar com uma situação que não seja a de uma vida feliz e abençoada. É a partir do momento que ela recebe o Espírito Santo que Ele nos dá a força para lutar e conquistar uma vida de qualidade”.
Depois desse momento para ouvir a Palavra, os membros do grupo realizaram apresentações de dança e caratê. O evento contou ainda com atendimento na área da saúde, com aferição de pressão, teste de glicemia, avaliação com nutricionistas, fisioterapeutas e massoterapeutas.
Na parte jurídica, voluntários realizaram um plantão para sanar dúvidas dos idosos quanto aos seus direitos e como fazer para exigi-los. Também estavam disponíveis orientação com psicólogos e assistentes sociais. E, claro, o momento especial para a beleza não poderia faltar, com a presença de cabeleireiro, barbeiro, maquiador, manicure, esteticista facial e designer de sobrancelha.
Além disso, foram oferecidas aulas de ginástica laboral coletiva e experimental de caratê e dança coletiva. E, por fim, foram promovidas palestras sobre cuidados e boas práicas de saúde. Quem compareceu ainda pôde conferir a exposição de peças de artesanato produzidas pelos próprios idosos.

O Bispo Sérgio enfatiza a alegria de estar à frente desse projeto: “a cada dia nos surpreendemos com as reações deles. O agradecimento de uma pessoa idosa é puro e vem com carinho, afinal eles apreciam toda a nossa dedicação. Isso faz com que todos nós possamos aprender e valorizar cada vez mais a companhia e experiência dessas pessoas da melhor idade”.
O Projeto Calebe beneficia milhões de pessoas por intermédio de suas ações sociais e de atividades. No ano passado foram ajudadas mais de 1,5 milhão de pessoas. Atualmente, aproximadamente 164 mil idosos participam assiduamente do projeto, que conta com cerca de 54 mil voluntários em todo o Brasil.

O Calebe proporciona mais diversas opções a pessoas acima de 50 anos, com apoio de voluntários e profissionais de variadas áreas. O idoso pode participar de cursos, oficinas, atividades diárias, eventos, receber orientações e ajuda espiritual, jurídica ou social. Há áreas específicas para oferecer seus serviços, como Cultura, Bem-Estar, Calebe Inclusivo, Calebe Educar e outras (conheça detalhes de cada um delas ao lado).
Se você, leitor, deseja fazer parte do grupo, procure a Universal mais próxima de sua residência ou mande um e-mail para grupocalebets@gmail.com, entre na fan page Grupo Calebe Universal, envie uma mensagem pelo WhatsApp (11) 99571-9920 ou faça contato pela Central Brasil pelo telefone (11) 2178-1191.

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Colaborador

Maiara Máximo / Fotos: Demetrio Koch, Cedidas, Marcelo Alves e Arquivo Pessoal