A maior mentira que você já contou para si mesmo: "não tem jeito para mim"

É necessário acabar com o vitimismo antes que ele acabe com você. Descubra como é possível olhar para as situações da vida sob outro ponto de vista

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Chame como quiser: síndrome do impostor, na qual o indivíduo duvida de suas habilidades e conquistas; autossabotagem, quando a pessoa sabota a si mesmo para confirmar sua autocrença de incompetência; procrastinação, quando ela adia decisões e ações por medo de falhar; síndrome da vitimização ou coitadismo, em que o indivíduo se coloca constantemente na posição de vítima; ou complexo de inferioridade, quando a pessoa se sente constantemente inferior a todos. Os rótulos e as justificativas para eles são os mais variados possíveis, mas a questão é que muitas pessoas, com receio de que os outros as julguem por uma característica pessoal, julgam a si mesmas.

Pior do que o preconceito alheio é o autopreconceito!

A visão que alguém tem sobre si mesmo afeta – e geralmente negativamente – as suas experiências. Assim como no preconceito que se sofre da parte de terceiros, o real problema do autopreconceito não é o tom de pele, a etnia, a condição socioeconômica, o nível de escolaridade, a deficiência ou o gênero de quem é discriminado, mas, sim, o interior do preconceituoso. É esse interior contaminado que exacerba o preconceito em suas ações, reações, pensamentos e falas.

Há quem se sinta inferiorizado pela maneira pela qual foi tratado um dia por alguém ou por algo cuja mudança é improvável e cometa o erro de usar isso como desculpa para estagnar sua vida ou retroceder. “Normalmente, o preconceito da própria pessoa contra si mesma é muito maior do que o preconceito que as outras pessoas expressam, e, às vezes, nem há preconceito da parte dos outros. Às vezes, o outro está olhando e nem percebeu, seja um defeito físico ou alguma outra situação que possa gerar um preconceito. Mas a própria pessoa, que sabe da sua deficiência ou da sua forma diferente de ser, já deduz que o outro a está descartando porque ela tem aquela característica”, explicou o Bispo Renato Cardoso em edição recente do programa Inteligência e Fé.

É questão de identidade

Você não pode negar os dados que estão em seu RG. Por mais que você possa, com alguma burocracia, mudar seu nome e sobrenome, o restante é inalterável. Da mesma forma, há situações que você pode reverter, mas há circunstâncias que não pode mudar. Então, o que fazer?

Na Bíblia encontramos diferentes exemplos de homens e mulheres que tinham tudo para se esconder atrás de “máscaras”, mas escolheram se ver como Deus os enxergava. Um deles é Neemias. Ele era eunuco e servo do rei da Pérsia. Humanamente falando, ele não tinha condições físicas, econômicas nem sociais para nada, mas, ainda assim, foi ele quem se dispôs a liderar a reconstrução dos muros de Jerusalém.

Entenda: Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34) e não se importa com suas limitações ou com o seu passado. Tudo de que Ele precisa é da sua disposição em apenas Lhe dizer: “Eis-me aqui, Senhor”.

Pela ótica certa

“Mais importante do que você ter uma autoimagem, é você ter a imagem do Alto, a que Deus deu a você. Quando você descobre que foi criado à imagem e semelhança de Deus, que Ele te formou e que Ele não faz nada errado, você passa a entender o seu valor”, destacou o Bispo Renato.

Comumente falamos que a Bíblia é um manual, mas ela também é um espelho. Quanto mais a lemos, a relemos e meditamos em suas páginas, mais enxergamos a maneira como Deus nos enxerga. Nas cartas espalhadas por essa reportagem você poderá ler autopreconceitos comuns e respostas de Deus para eles. Se você se enxerga como alguém inferior, leia a Bíblia. Só assim será possível deixar todo o autopreconceito de lado para declarar:

“Eu Te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as Tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.” (Salmos 139:14)

À imagem e semelhança

Todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26), mas para ser capaz de vencer todo o preconceito, o autopreconceito e qualquer outro tipo de limitação, é necessário deixar de ser apenas uma alma vivente e tornar-se espírito vivificante (1 Coríntios 15:45-49), o que é possível quando você:

  • reconhece sua realidade (medite em Salmos 19:12-14);
  •  se liberta do autopreconceito
    (medite em Gálatas 3:26-29);
  • entrega sua vida a Jesus e pratica a Sua Palavra (medite em Tiago 1:21-25);
  • sepulta a velha criatura no batismo nas águas
    (medite em Romanos 6:4-18); e
  • recebe o batismo com o Espírito Santo
    (medite em Atos 1:8).

Quando carregamos a imagem de Deus, não importa quais sejam os padrões impostos pelo mundo, o que importa é estar conectado com o Criador, como o Bispo Renato declarou: “Mesmo com limitações físicas ou deficiências, Deus se agrada em usar quem o mundo rejeita para confundir os que se acham fortes. (…). Se você já ouviu críticas sobre seu corpo, cabelo, sotaque, sua origem ou condição social, saiba que isso não define quem você é. Guarde o que está descrito em Salmos 139:14 em seu coração. Olhe para si mesmo com os olhos de Deus”.

Isso não significa entrar em negação com a sua realidade terrena, que é momentânea, mas, sim, não se prender a ela, mesmo quando alguns dos obstáculos enfrentados têm tal condição como raiz. Por quê?

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” (2 Coríntios 4:17-18)

 

“Convivo com uma deficiência e já questionei a Deus inúmeras vezes sobre o motivo dEle não ter me feito uma pessoa igual às outras. Sou obrigado a lidar com limitações que não deveriam existir.”

“… e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.” (1 Coríntios 1:27)

 

“Pelo desejo de receber amor, sofri abuso e fui abandonada pela pessoa a quem entreguei meu coração. Agora, sinto que não tenho valor, que sou indigna de ser amada e que até Deus me abandonou.”

“Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá.” (Salmos 27:10)

 

“Não pude terminar meus estudos e, mesmo que eu tenha ideias, me sinto incapaz de avançar com elas porque acredito que preciso de um diploma para ser mais inteligente.”

“E, se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá deliberadamente…” (Tiago 1:5)

 

“Dizem que idade é somente um número, mas me sinto tão atrasado para algumas coisas e tão apressado para outras. A frase que mais digo é “Não tenho idade para isso”, em qualquer situação.”

“A glória do jovem é a sua força; e a beleza dos velhos são os cabelos brancos.” (Provérbios 20:29)

 

“Carrego minha origem com vergonha e, para completar, minha condição financeira é desfavorável. É como se eu estivesse destinado a ficar preso nessa situação para sempre.”

“… Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? (…) Vem e vê” (João 1:46) porque “O Senhor é meu pastor, nada me faltará.” (Salmos 23:1)

 

“Meu sotaque é a primeira coisa que notam em mim e ainda não sei falar como os outros. Sinto que devo me calar para me encaixar nos moldes que o mundo me impõe.”

“… Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou Eu, o Senhor? Vai, pois, agora, e Eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.” (Êxodo 4:11-12)

Uma beleza fora do comum

A maior mentira que você já contou para si mesmo: "não tem jeito para mim"

Temos a tendência de olhar a aparência, mas Deus enxerga muito além dos traços físicos de uma pessoa (1 Samuel 16:7). A história do servidor público Caio Mendes, de 32 anos, prova que se olhar da maneira como o Senhor nos enxerga é o segredo para se livrar do autopreconceito

Um caso raríssimo no mundo

Eu me achava a pessoa mais feia do mundo! Nasci com uma condição rara conhecida como síndrome de Pierre Robin. Além disso, nasci também com a úvula, a campainha do céu da boca, aberta, e com orelhas pontiagudas, como as de duende, o que fazia meu caso algo mais raro. Cheguei a ouvir dos médicos que me acompanhavam, em Bauru (SP), que só existia mais uma pessoa no mundo com um caso semelhante ao meu.

Cirurgias e olhares

A maior mentira que você já contou para si mesmo: "não tem jeito para mim"Fiz uma cirurgia para colocação de dois extensores na região da mandíbula. Me lembro que todos os dias o meu pai tinha que girar uma chave e eu sentia a dor do osso se movimentando e trazendo o meu queixo para a frente. Tenho até hoje as placas de titânio.

Quando criança, eu ouvia que era uma pessoa diferente e achava isso o máximo! Na adolescência, porém, comecei a notar os olhares e cochichos ao repararem nos meus defeitos físicos. Era impossível não perceber. Então, deixei o meu cabelo crescer para esconder as orelhas.

Por que Deus me fez assim?

Na adolescência, todos os colegas da sala estavam ficando com garotas, mas até nisso eu tive dificuldades, o que aumentou a minha insegurança a ponto de eu não conseguir me aproximar dos espelhos.

Várias vezes eu me questionava: “Deus, porque me fez assim? Se eu pudesse voltar para a barriga da minha mãe e nascer completamente diferente…”.

Mas foi diante desses complexos, de um vazio dentro de mim, da insegurança e dos medos que eu sentia, que, aos 16 anos, eu aceitei um convite do meu pai.

Paz pela primeira vez

Ele estava frequentando a Universal há alguns meses e, quando coloquei os pés ali pela primeira vez, senti uma paz muito grande. Vi que o Espírito Santo estava ali e continuei frequentando, me batizei nas águas e comecei a buscar o batismo com o Espírito Santo.

O diabo colocava inúmeras dúvidas na minha mente, mas meu pai me presenteou com um CD de uma reunião que o Bispo Macedo fez em 2009. A oração começava com “Meu Deus e meu Pai, só quem é filho pode te chamar ‘de meu Pai’”. E eu orei: “Se eu não posso te chamar de Pai, do que vou Te chamar?” Eu não tinha um Altar em casa, mas fiz do tapete meu Altar quando dobrei os joelhos e orei com sinceridade. Foi nesse dia que recebi o batismo com o Espírito Santo.

“Eu sou lindo”

Ser batizado com o Espírito Santo me trouxe uma alegria que eu jamais tinha sentido. Não foi uma emoção passageira, mas uma fonte que jorra de dentro de mim. A partir dali, o Caio que outrora se achava a pessoa mais feia do mundo passou a se achar o cara mais lindo. Até hoje eu olho para o espelho e digo “Eu sou lindo”.

Comecei a fazer a Terapia do Amor para que Deus curasse meu interior e me desse uma vida completa. Numa Fogueira Santa, fiz o que Deus me pediu e desci do Altar com a certeza de que Deus faria justiça. Eu não sabia como, quando ou quem seria, mas uma coisa eu sabia: Deus colocaria a mão dEle.

Pronto para amar e ser amado

A maior mentira que você já contou para si mesmo: "não tem jeito para mim"Eu fazia parte da FJU e ali vi uma moça de fé, com uma aparência que muito me agradava, a Bianca. Então, mandei um chocolate para ela por uma amiga e dias depois ela me procurou e começamos a fazer a Terapia do Amor.

Quando começamos a namorar, nossas maiores lutas começaram porque uma pessoa da família dela me disse “Eu não vou deixar a Bianca se casar com você”. Falavam até que eu tinha feito algum feitiço porque a Bianca é muito linda e não poderia estar apaixonada e namorando comigo.

Foi com muita oração e votos no Altar que em 23 meses nós namoramos e nos casamos, graças a Deus. A Bianca é minha primeira namorada, foi a primeira moça que beijei e vai ser a única, porque Deus não demorou, Ele estava caprichando e uniu duas pessoas adequadas uma à outra.

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Colaborador

Laís Klaiber / Fotos: Arquivo pessoal e Gettyimages