A Fé que move a justiça

Quando tudo parece desabar, não é só a solução de um problema que se busca. É justiça! E uma justiça real acontece diante da Presença Divina. Veja de que forma isso é capaz de transformar toda a sua história

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Generalizar comportamentos sempre exige cautela, mas há padrões entre eles que se repetem, como os que são vistos entre as pessoas que chegam à Universal. Sem medo de errar, é nos momentos mais difíceis que a maioria delas pisa na Igreja pela primeira vez: com o casamento destruído, com a miséria batendo à porta, com a saúde arruinada por um diagnóstico e com a alma em frangalhos. O que as move é a fé pelo milagre e a urgência por respostas.

Convenhamos que não é a fé dos fortes que, muitas vezes, chega primeiro, mas o desespero dos que não veem outra saída. São vidas marcadas por perdas sucessivas, frustrações recorrentes, histórias de abuso, vícios que corroem a família inteira e uma sensação profunda de que algo sempre faltou – de que a vida foi, até aqui, injusta – e essa injustiça incomoda.

UM VÍNCULO INSEPARÁVEL

Muitos veem a justiça apenas como um conceito que se mede pelas reparações, pelas compensações e pelas correções dos erros cometidos. Contudo a justiça vai além disso.

A procura por justiça não se limita a sanar uma dor moral, mas, antes de tudo, uma dor existencial. Por mais que a justiça seja, em nossa cultura, associada a tribunais, códigos e especialistas em leis, a sede de justiça se entrelaça à alma. É por isso que, quando a vida parece travada, quando a maldade prospera sem que haja uma consequência, quando a perda se repete até se tornar rotina, algo dentro de nós protesta com a frase: “Algo precisa mudar.”

E é aí que a Fé vem à tona, não como um mero consolo, mas para trazer à existência aquilo que não existe (Hebreus 11:1). Não se trata de uma fé insana, tampouco ingênua, mas de uma Fé que se reconhece no caráter de Deus.

INQUIETUDE HUMANA, TRAÇO DIVINO

As Escrituras Sagradas revelam que Deus não apenas compreende esse anseio, mas que é, em seu cerne, justo. Sua Presença é conhecida por esse atributo e Sua Justiça pôde ser vista em vários exemplos bíblicos, como:

  • Quando um terço dos anjos caiu do Céu por se rebelar contra a ordem e, consequentemente, a justiça Divina (Apocalipse 12:4);
  • Quando o sangue de Abel, derramado futilmente por seu irmão Caim, clamou desde a terra por reparação (Gênesis 4);
  • Quando Noé foi poupado por sua retidão em meio a uma geração corrompida (Gênesis 6); e
  • Quando Abraão, ao interceder por Sodoma, não apelou à compaixão Divina, mas à Sua justiça: “Destruirás também o justo com o ímpio? (…) Não faria justiça o Juiz de toda a Terra?” (Gênesis 18:23,25).

Esses exemplos formam mais do que uma sequência de histórias, eles constroem uma linha contínua que liga a justiça Divina à Sua própria identidade. É uma justiça que não tolera o mal, mas também não abandona o justo. Que julga, mas também redime. Falar de justiça, portanto, é falar de quem Deus é.

“Porque o Senhor é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos.” (Salmos 11:7).

Se fomos criados à imagem e semelhança do Justo (Gênesis 1:27), não é de se estranhar que a injustiça nos fira tão profundamente: ela nos agride no ponto em que somos mais vulneráveis – em nossa humanidade – e, ao mesmo tempo, porque somos espiritualmente parecidos com Deus.

A FORÇA DA INSISTÊNCIA

Em uma das parábolas mais conhecidas do Senhor Jesus, uma viúva insiste para ser atendida por um juiz injusto (Lucas 18:1-8), descrito como alguém que “nem a Deus temia, nem respeitava o homem”. Ela não tinha recursos, nem poder, nem aliados. Por fim, o juiz atendeu ao pedido da viúva não por compaixão, mas por exaustão. Essa parábola revela que Deus não é como o juiz indiferente, mas um Pai presente, pronto a ouvir.

Em um reino de injustos, Deus se faz justo e Ele espera ser buscado com a mesma urgência e com a mesma fé que nascem do desespero. Essa busca por justiça é, em última instância, uma expressão de Fé

Se até um juiz injusto acabou atendendo alguém por insistência, por que Deus, que é justo e misericordioso, não ouvirá aqueles que clamam a Ele dia e noite? (Lucas 18:7), perguntou Jesus à multidão.

Mas a história não termina aí, pois curiosamente, ao final da parábola, Ele deixa uma pergunta que ecoa como uma provocação espiritual até os dias de hoje: “Quando o Filho do Homem vier, encontrará fé sobre a terra?” (Lucas 18:8).

Em um mundo onde a fé parece frágil e a justiça cada vez mais rara, Deus está à espera dos que procuram por Ele.

A FÉ QUE VAI AO ENCONTRO DOS INJUSTIÇADOS

Deus espera ser importunado. Sim, Ele deseja ouvir o clamor insistente, a oração sincera, o grito desesperado dos que já não têm mais a quem recorrer. Ele não se ofende nem rejeita os que O procuram quando estão em meio à dor.

Quando a Fé de alguém encurralado por situações injustas se levanta, algo poderoso acontece: ela chega ao alcance do Deus Justo, pois a justiça Divina só depende da disposição da pessoa em buscá-la. Diante disso, uma pergunta é inevitável: como você tem reagido diante das injustiças que enfrenta? Tem se calado ou buscado por justiça com perseverança?

O Altar é o lugar onde a Fé é provada – e também onde ela é honrada. Ele desafia nossas limitações exigindo apenas uma entrega: a de crer que toda injustiça será reparada.

Essa Fé que arranca respostas dos Céus é proposta pela Fogueira Santa da Justiça. Existem histórias que só nascem quando a Fé se levanta. Você está prestes a conhecer uma delas nas páginas a seguir.

Desesperada, ela ateou fogo em si mesma

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Aos 10 anos, tive depressão

“Durante a infância, minha mãe trabalhava e estudava, então meu irmão e eu ficávamos aos cuidados do meu pai e da minha avó. Até que os dois morreram. Eu tinha 10 anos. A partir daí, minha mãe começou a trabalhar em dois empregos e, nesse período, comecei a desenvolver depressão e a fazer acompanhamento com psicólogos.”

O trauma do abuso e da rejeição

“Aos 11 anos, conheci um rapaz na escola que me levou a uma casa onde ele e um amigo abusaram de mim. Me senti enganada, humilhada e desprotegida. Minha mãe, ao descobrir o fato, não acreditou em mim: me xingou e me bateu muito. Lembro que ela falava que eu seria ‘uma qualquer’, que ninguém iria me querer e que eu não prestava. Esse rapaz gravou um vídeo do que aconteceu e o expôs na internet. Passei a beber, a fumar e, várias vezes, perdi a consciência. Fui novamente vítima de abusos e comecei a me cortar e a odiar a minha mãe.”

Caminho errado

“Conheci um rapaz e achei que teríamos uma família, mas ele me agredia e me traía na minha frente. Grávida dele e menor de idade, nos separamos e voltei para a casa da minha mãe. Meu filho nasceu com alergias e, ao buscar sustento para ele, conheci uma jovem que ganhava dinheiro na prostituição. No início, eu não tinha coragem de me prostituir, então eu bebia para conseguir fazer isso. Quando eu chegava em casa, me sentia suja e usava drogas para dormir. Até ganhei dinheiro dessa forma, mas perdi tudo com os vícios e ainda tive overdose. Foi em um dia difícil desses que conheci meu marido. Ele conhecia a Universal, mas estava afastado.”

Tentei me matar várias vezes

“Tentei me matar. Foram várias tentativas e, em uma delas, joguei álcool no meu corpo e ateei fogo. Com isso, perdi meu cabelo todo. Também pulei na linha do trem, mas fui socorrida. Eu enxergava minha vida como um erro e acreditava que, se tivesse nascido em outro lugar ou se meu marido entendesse o meu sofrimento, eu seria feliz. Eu não enxergava que tinha um problema, mas que todos eram um problema, menos eu.”

Transformação

“Em 2019, fui à Universal com o meu marido. Por alguns meses, estive bem com Deus, mas não permaneci. Eu não conseguia perdoar nem minha mãe, nem a mim. Mesmo casada, eu queria o mundo e o que ele oferecia e, depois de muitas separações, em 2024, caí novamente em depressão. Até que tomei uma decisão nesse mesmo ano: passei a obedecer à Palavra de Deus. Foi assim que, em seguida, recebi o Espírito Santo. Quando conheci a Deus e Sua Justiça, recebi também a paz e o amor de um Pai que não tive e a identidade de Filha de Deus. Descobri meu valor, perdoei e aprendi a amar sem precisar de nada em troca. O Espírito de Deus preencheu o vazio e tem feito tudo se encaixar.”

Do transtorno à paz

“Minha mãe tentou várias vezes pegar a faca e cortar o pescoço. Eu via aquela situação e queria ajudá-la, mas ao mesmo tempo sentia medo de que ela fizesse algo contra mim. Eu pensava: ‘Vou dar um passo, levantá-la e falar para que ela pare’. Eu a via transtornada e ela, com raiva, descontava tudo em mim e me batia com força. Quando ela foi para a Igreja, tudo mudou. Hoje, ela ora, lê a Bíblia, conversa, sendo que, antigamente, ela não conversava com a gente. Hoje, me sinto em paz com a minha mãe.”

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Colaborador

Flávia Francellino / Fotos: Gettyimages, Dilvugação, Guilherme Branco