A asfixia dos médios, pequenos e micros negócios
Empresas grandes seguem maiores e os menores e seus trabalhadores clamam por justiça para continuar trabalhando
Há mais de um ano o mundo enfrenta a pandemia de COVID-19. Em 14 meses, pessoas tiveram que viver longe umas das outros, utilizar álcool em gel para tudo e ter uma máscara como principal acessório no dia a dia. As perdas são inestimáveis e irreparáveis. Isso, ninguém pode negar. Mas, além das mortes, o Brasil, hoje, também tem de enfrentar uma dura realidade: a econômica.
Para tentar conter o avanço do vírus no País, os governantes devidamente autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceram medidas restritivas, em que apenas o que é considerado essencial pode funcionar. Com isso, muitos comércios, lojas, restaurantes, bares, entre outros, foram fechados, sem definição clara de quando ou como voltará a abrir, gerando muito embaraço, perplexidade e frustração.
Enquanto isso, o serviço de transporte (ônibus, trens, metrôs) que cabe aos governantes gerir, fiscalizar, segue cheio, um catalizador na transmissão da doença, os eventos clandestinos seguem acontecendo e pouco reprimidos, nas periferias das grandes cidades as aglomerações seguem, e os governantes não demonstram preocupação, mas afirmam que o que fazem é para salvar vidas. Será?

Voltando aos pequenos negócios, esses têm sido os mais prejudicados, diante de todas as medidas ora fase emergencial, fase vermelha, e, por aí vai … Paralelamente, o que vemos, são as grandes redes de lojas, supermercados, restaurantes, se manterem abertos ou se adaptarem às vendas pela internet, porque tem estrutura, mas os médios e pequenos, os que mais empregam, seguem morrendo, deixando um rastro de destruição na economia, confirmando a verdade de que o dinheiro não some, apenas muda de mão. Isso é justo?
O resultado não podia ser diferente: empresas falem e as demissões em massa são inevitáveis. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em novembro do ano passado, mais de 14 milhões de pessoas estavam desempregadas. Contudo, o que chamou atenção no levantamento é que entre maio e novembro – portanto, em meio à pandemia-, mais de 4 milhões de pessoas perderam seus empregos e não se vê melhora para este ano. Vai seguir até 2022, ano eleitoral?

Além disso, a classe de empreendedores que, há anos, trabalha para manter seus negócios de pé, hoje se vê com contas para pagar, entre essas, os impostos, aluguéis atrasados e o sonho do próprio negócio se esvaindo entre os dedos, sem que possam fazer absolutamente nada.
Para o jornalista e comentarista de política Augusto Nunes, em sua participação no Jornal da Record, “seria mais rigoroso e eficaz se todos pudessem seguir as regras do isolamento, o problema é que incontáveis brasileiros precisam sair de casa, para garantir a sobrevivência”.
Por isso, as medidas têm escancarado a grande diferença entre grandes empresas e pequenos comerciantes de todo o País. Apesar da campanha #ApoieoComercioLocal, amplamente difundida no ano passado, muitos negócios não têm conseguido encontrar nem ambiente e nem condições para se manterem. Segundo o IBGE, 7 em cada dez, 70% das pequenas empresas tiveram queda nas vendas ou nos serviços.
Pedido de socorro
Em um vídeo, que viralizou recentemente nas redes sociais, um proprietário de um restaurante, na baixada santista, pede por socorro.
“Cansado mentalmente, espiritualmente, já sem forças, meus funcionários já foram todos embora. Eu tentando me manter e hoje o que chega pra mim? Protesto, protesto, Serasa, [ordem] judicial, boletos… chegaram todos em uma ‘tacada só’. Já não tenho mais forças”, lamentou.
Ele ainda pediu socorro e destacou que é apenas um empreendedor que deseja sobreviver. “Um empreendedor, filho de pais humildes, que não tem condições de vida financeira. Não posso trabalhar. Como vou pagar tudo isso? Como vou fazer? Fora meus funcionários, a pensão do meu filho, eu só sou um empreendedor, não sou rico!”, relatou.
Infelizmente, essa é a realidade de milhares de brasileiros empreendedores que sonharam em ter o seu próprio negócio, realizaram os seus sonhos, mas agora têm sido impedidos de abrir, manter os seus negócios. A pandemia de imposições e ações mal planejadas dos governantes têm tirado a vida, mas também o sonho e a esperança dessas pessoas. E pior, destruído por completo os pequenos empreendimentos e tirado o seu sustento e o de sua família dia após dia. Até quando? Essas pessoas clamam por justiça.
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