Por que você deve prestar atenção à sua tireoide?

Entenda como o mau funcionamento dessa glândula pode trazer complicações para a saúde

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Com 68 anos de idade, Alzira Piazza era muito “elétrica”. Em menos de um mês, ela perdeu oito quilos e achou estranho o registro da balança. Foi quando os exames de rotina detectaram hipertireoidismo.

A história de Bárbara Monfrinato, de 20 anos, é diferente. Ela foi diagnosticada com carcinoma papilífero e precisou retirar a tireoide. Tanto Alzira quanto Bárbara realizam acompanhamento médico frequentemente para cuidar dos seus hormônios. Todo cuidado é pouco quando se trata da saúde.

O que é?

A tireoide é uma glândula, com formato de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço abaixo do pomo de adão, que regula as funções do coração, cérebro, fígado e dos rins. Com estímulo da hipófise e do hormônio TSH, a tireoide produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).

As doenças da tireoide, portanto, surgem em duas situações: quando há risco de câncer por nódulos ou quando há disfunção da glândula (hipotireoidismo e hipertireoidismo).

O hipotireoidismo afeta cerca de 8% dos brasileiros e surge pela baixa produção de hormônios T3 e T4. Sua principal causa é a doença autoimune conhecida como tireoide de Hashimoto, quando anticorpos atacam a tireoide e produzem menos hormônios, mas a falta ou excesso de iodo na alimentação, essencial para produção de T3 e T4, também podem gerar a disfunção.

Alguns dos seus sintomas são cansaço, depressão, inchaço, dificuldade de perder peso, pele seca, sonolência e constipação, entre outros.

O hipertireoidismo tem o efeito contrário. A glândula produz em excesso os hormônios T3 e T4. Entre os sintomas estão taquicardia, tremores, perda de peso acelerada, insônia, irritação e bócio. Entre as principais causas está a doença de Graves, que ocorre quando o sistema imunológico ataca a glândula, provocando o seu aumento e estimulando-a a produzir mais hormônios do que o necessário. Nódulos tireoidianos também estimulam a produção hormonal e podem gerar hipotireoidismo.

Descoberta e risco

Para Frederico Maia, especialista em doenças da tireoide do Hospital Israelita Albert Einsten, é preciso ficar de olho em pessoas com os seguintes perfis: mulheres em idade fértil, gestantes e aquelas com antecedentes familiares ou oncológicos.

Apesar de esse ser o grupo de risco, as disfunções também podem acometer homens.

Pessoas que sofrem de distúrbios autoimunes, diabete tipo 1, lúpus, vitiligo, artrites reumatoides ou são medicadas com amiodarona (arritmia cardíaca) ou lítio (bipolares) estão predispostas a ter tireoide de Hashimoto.

O autoexame pode ser feito em casa. “Pegue um espelho com cabo e coloque na altura dos olhos. Beba um gole de água, estenda a cabeça para trás e olhe se há alguma saliência. Repita o teste para confirmar”, explica o médico.

Em caso de anormalidade, é preciso procurar um endocrinologista. Maia explica que, para o diagnóstico, o médico analisa os sintomas do paciente, seu histórico familiar, se houve perda ou ganho de peso e a dosagem de TSH. Posteriormente, são avaliados os níveis dos hormônios T3 e T4.

O especialista, por fim, reforça a importância do acompanhamento e do tratamento médicos.

Previna-se

– Evite níveis de obesidade que podem incentivar disfunções. Não use hormônios tireoidianos para emagrecer.

– Poluição e estresse não são grandes responsáveis, mas podem ser gatilhos. Evite a exposição constante a produtos químicos, radiações e até mesmo a aparelhos como o celular. Monitore os níveis de cálcio e vitamina D.

– Cuidado com o consumo de iodo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sugeriu a redução do teor da substância do sal de cozinha. As taxas, que ficavam entre 20 e 60 miligramas por quilo, precisaram se adaptar à quantia de 15 a 45 miligramas. A carência e o excesso durante longos períodos podem causar o hipertireoidismo.

Alguns mitos

– Hipotireoidismo engorda? Não, mas pode provocar inchaço e aumentar o peso em até 3 kg.

– Todo nódulo de tireoide é câncer? Não. Os nódulos podem ser benignos ou malignos e exigem tratamentos diferentes.

– Hipotireoidismo só surge em mulheres? Não. Elas são um grupo de risco, mas atinge ambos os sexos.

– Existe uma epidemia de doenças da tireoide? Não. Mas a sensibilidade do ultrassom, nos dias de hoje, é capaz de detectar nódulos muitas vezes indolores.

– Hipotireoidismo causa papo? Não, pois o bócio não existe em todos os casos.

Gestantes e crianças

– O médico especialista em doenças da tireoide Frederico Maia recomenda deixar de lado o medo de tomar hormônios da tireoide durante a gestação, pois estes evitarão um parto prematuro.

– Para o primeiro trimestre da gestação, os níveis de TSH permitidos são de 0,5 a 2,5.

– Recém-nascidos devem fazer o teste do pezinho até o quinto dia de vida, para avaliar hipotireoidismo congênito ou ausência de tireoide. Caso haja disfunção em crianças, elas recebem hormônios em dosagens adaptadas à idade.

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Colaborador

Por Katherine Rivas / Fotos: Fotolia / Arte: Edi Edson