O que você precisa saber sobre a febre amarela

Doença já matou ao menos seis pessoas neste ano. Confira a importância da vacinação e saiba como se prevenir

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Na última semana, os óbitos causados pela febre amarela na Grande São Paulo chamaram a atenção da imprensa. Ao todo, no Estado, já foram confirmados 40 casos e 21 mortes desde janeiro de 2017, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. A enfermidade é do tipo infecciosa, considerada grave, e pode levar à morte em uma semana, caso não seja tratada rapidamente. A vacina ainda é a principal ferramenta de prevenção.

No último dia 9, o Ministério da Saúde anunciou uma nova campanha que fraciona a vacina, ou seja, a dose antes oferecida para uma pessoa poderá vacinar até quatro. O objetivo é contemplar 19 milhões de habitantes de 76 municípios dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia e evitar a expansão do vírus para áreas próximas de onde há circulação atualmente. Além da vacinação com a dose fracionada, também será feita a imunização com a dose padrão.

Durante uma coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, explicou que a adoção do fracionamento visa evitar um surto como ocorreu no primeiro semestre de 2017. “Os estudos concluídos até o momento demonstram que a vacina padrão e a fracionada têm a mesma eficácia. No entanto, o Ministério da Saúde continuará acompanhando e atualizando as estratégias, conforme a atualização das pesquisas”, afirmou. A duração da imunização da dose fracionada é estimada em pelo menos oito anos. A dose padrão tem duração de dez anos.

O período da campanha em São Paulo será de 3 a 24 de fevereiro. Já no Rio de Janeiro e Bahia, as campanhas ocorrerão do dia 19 de fevereiro a 9 de março.

A vacina é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão, transplantadas ou com reação alérgica grave à proteína do ovo. No caso dos idosos, a imunização deverá ser realizada após avaliação dos serviços de saúde.

A enfermidade

A febre amarela é transmitida por mosquitos infectados e possui ciclos de transmissão silvestre e urbano. Os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, encontrados em áreas rurais ou de florestas, provocaram os surtos no Brasil nos últimos anos. Os casos de febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, não são registrados no País desde 1942.

Sintomas

Eles aparecem de 3 a 6 dias após a pessoa ter sido infectada. Súbito de febre, calafrios, fortes dores de cabeça e no corpo, náuseas, vômitos e fadiga são alguns. A maioria dos enfermos melhora após a ocorrência dos sintomas iniciais, mas cerca de 15% dos infectados desenvolvem a forma grave da doença, segundo dados do Ministério da Saúde. Em casos graves, os sintomas apresentados são febre alta, icterícia – pele e branco dos olhos ficam amarelados –, hemorragia e insuficiência dos órgãos.

O paciente deve ser hospitalizado para repor líquidos e sangue, se necessário. Se a doença já estiver em estágio avançado, o paciente deve ser encaminhado a uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para controle das complicações. Atenção: medicamentos como AAS e Aspirina não devem ser tomados, pois eles podem contribuir para a ocorrência de hemorragias.

Orientação para a imunização

Quem nunca foi vacinado ou não tem o comprovante: deve tomar uma dose, com reforço após 10 anos

– Pessoas com 60 anos ou mais: devem ser vacinadas apenas após avaliação médica

– Gestantes: a vacinação é contraindicada. Em situação de emergência epidemiológica ou em viagens para áreas de risco, um médico deverá avaliar os riscos

– Lactantes: a vacinação da mãe é contraindicada até a criança completar 6 meses de idade

– Crianças com idades entre 6 e 8 meses: a vacina é indicada apenas em situações de emergência ou de viagem para área de risco

– Crianças com idades entre 9 meses e 4 anos: devem tomar uma dose aos 9 meses, com reforço aos 4 anos

Fonte: Ministério da Saúde

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Colaborador

Por Sara Oliveira/ Foto: Fotolia