A novela O Rico e Lázaro, da RecordTV, já está chegando à reta final, mas as surpresas não param. Um dos personagens que conquistaram o público é o eunuco Ebede-Meleque, papel vivido pelo ator André Luiz Miranda (foto acima).

O eunuco fazia parte da corte de Judá antes de ser levado cativo para a Babilônia junto com sua rainha, Neusta, interpretada pela atriz Vera Zimmermann. Em entrevista exclusiva, André falou sobre como recebeu o convite para interpretar seu primeiro personagem em uma novela bíblica. “O convite veio através do diretor-geral Edgar Miranda. Trabalhamos juntos em 2009 na novela Chamas da Vida, também da RecordTV. Fiquei surpreso e muito feliz.”

André conta como compôs o personagem, que é mencionado nas Escrituras Sagradas. “Tive horas de trabalho intenso com a preparadora Fernanda Guimarães, uma excelente profissional que me ensinou bastante sobre o comportamento dos eunucos. E, para entender mais sobre a parte bíblica, contamos com a ajuda do bispo Miguel Peres.”

Demonstração de fé

Ebede-Meleque demonstra carinho e fé a quem está à sua volta. Prova disso é que, mesmo servindo ao rei de Judá, o eunuco salvou o profeta Jeremias, interpretado pelo ator Vitor Hugo, quando ele foi jogado dentro de um poço. A cena, que foi exibida no início da novela, está descrita no livro de Jeremias capítulo 37. Para André, essa cena pode ter sido uma das que despertaram no público a admiração por seu personagem. “Ebede tem bom coração, um caráter ímpar e isso faz dele um ser humano maravilhoso. Ele me ensinou muito e me mostrou outra linha de criação. Nós crescemos juntos durante a trama.”

Quanto à cena que mais emocionou o ator, ele diz que foi a da Fornalha de Fogo Ardente, exibida recentemente. “Foram cinco dias exaustivos de gravação e o resultado foi lindo, mostramos o real sentido da fé.” Fé que André diz que todos têm. “Acho que todo mundo tem fé. Tudo está imbuído neste conceito. No caso do personagem, ele é a fé ‘materializada’. Nada para ele está perdido.”

O amor

Ebede-Meleque já se apaixonou no passado e reencontra na Babilônia a serva Gadise (Aisha Jambo), um antigo amor que não pode ser cultivado. O eunuco é obrigado a abrir mão desse sentimento. “Ele passou por muita coisa na vida e descobriu outra forma de amar e ser amado, que é servindo sua rainha até o fim da vida. Dessa forma, ele consegue ‘driblar’ esse amor por Gadise, um amor impossível, e viver sua vida normalmente. ”

A novela

Para o ator, a RecordTV vem crescendo muito e mostrando a cada dia que sabe fazer excelentes novelas e surpreendendo com qualidade. “Vejo esse crescimento ótimo para os profissionais do meio e uma ótima concorrência com as demais emissoras.”

Perguntado sobre o que podemos esperar de Ebede-Meleque, André diz que não pode adiantar muita coisa, mas que até novembro o público vai ter grandes surpresas. Então, fique ligado em O Rico e Lázaro, de segunda a sexta-feira, às 20h40, na RecordTV.

Segundo a Bíblia

Quem era o eunuco

Um homem castrado que tinha a função de guardar as mulheres do harém. No entanto, o eunuco Ebede- Meleque se destacou por ter salvo o profeta Jeremias, como relatado na Bíblia:

“Ouviu Ebede-Meleque, o etíope, eunuco que estava na casa do rei, que tinham metido a Jeremias na cisterna; ora, estando o rei assentado à porta de Benjamim, saiu Ebede-Meleque da casa do rei e lhe falou:

Ó rei, senhor meu, agiram mal estes homens em tudo quanto fizeram a Jeremias, o profeta, que lançaram na cisterna; no lugar onde se acha, morrerá de fome, pois já não há pão na cidade.

Então, deu ordem o rei a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo: Toma contigo daqui trinta homens e tira da cisterna o profeta Jeremias, antes que morra.

Tomou Ebede-Meleque os homens consigo, e foi à casa do rei, por debaixo da tesouraria, e tomou dali umas roupas usadas e trapos, e os desceu a Jeremias na cisterna, por meio de cordas.

Disse Ebede-Meleque, o etíope, a Jeremias: Põe agora estas roupas usadas e estes trapos nas axilas, calçando as cordas; Jeremias o fez.

Puxaram a Jeremias com as cordas e o tiraram da cisterna; e Jeremias ficou no átrio da guarda.” (Jeremias 37, 7-13)