Em 2024, o Brasil alcançou um recorde alarmante: 472.328 licenças médicas foram concedidas pelo INSS devido a transtornos mentais e comportamentais. Os dados, divulgados pelo Ministério da Previdência Social e reportados pela Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), apontam para um aumento de 68% em comparação com o ano anterior. Trata-se do maior índice da última década, revelando uma crise nacional de saúde mental que impacta diretamente a vida e a produtividade dos trabalhadores brasileiros.

Os diagnósticos que mais afastam do trabalho

Entre os casos de afastamento por incapacidade temporária (acima de 15 dias), os diagnósticos mais frequentes incluem transtornos de ansiedade, que geraram 141.414 afastamentos. Em seguida, aparecem episódios depressivos, com 113.604 casos. A depressão recorrente foi responsável por 52.627 licenças, enquanto o transtorno bipolar afastou 51.314 pessoas do trabalho.

Outros quadros clínicos, como vícios em substâncias e reações a estresse grave, totalizaram cerca de 75.492 afastamentos. Embora a síndrome de burnout tenha gerado cerca de 4 mil licenças, especialistas alertam que esse número é subnotificado, devido à dificuldade de diagnóstico.

Além disso, entre os afastamentos considerados de origem acidentária — ou seja, diretamente relacionados ao ambiente de trabalho — destacam-se episódios de ansiedade (27,4%), depressão (25,1%) e depressão recorrente (8,46%).

Quem são os mais afetados?

A maioria dos afastamentos (64%) atingiu mulheres, com idade média de 41 anos. Embora os números absolutos sejam mais altos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os maiores índices proporcionais foram registrados no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Santa Catarina, por exemplo, somou cerca de 35 mil afastamentos apenas em 2024, ocupando o quarto lugar no ranking nacional.

Conexão com o projeto Depressão Tem Cura: da estatística ao acolhimento real

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