Um belo domingo de manhã, eu e minha irmã estávamos na escolinha dominical quando, de repente, ouvimos falar que nossos pais ganharam um bebê. O quê?! Como assim? O que isso significa? Corremos pra ver nossos pais e lá estavam eles, todos felizes com o Moysés no colo.

Naquela noite, o Moysés dormiu na caixinha que eu fazia de berço para o meu bebezinho, que também tinha uma coleção de roupinhas que deram, perfeitamente, no nosso novo bebê de verdade. É difícil descrever a alegria em casa, mas já no dia seguinte, eu comecei ficar com ciúmes. A minha mãe vivia com o Moysés no colo, e toda atenção em casa agora era dele, só se falava nele, e tudo que eu tinha de bebê pro meu boneco foi pra ele. No final do dia, eu e Vivi choramos. Foi tudo muito rápido, não tivemos nenhuma preparação para a chegada de um irmão, sei lá. Minha mãe pacientemente nos contou a história dele… sua mãe biológica tinha sofrido muito na vida, já tinha tido vários filhos, e não tinha mais condição de criar mais um. E nós entendemos e decidimos amá-lo também. Nunca mais sentimos ciúmes.

Nessa época, morávamos em um apartamento que pela primeira vez eu tive um quarto só pra mim, o que deixou de ser só meu, quando o Moysés chegou. O bercinho dele, as coisinhas de bebê, tudo dele tomou conta do meu quarto. Mas isso não me incomodou, pelo contrário, fiquei feliz de poder ser a mãezinha dele, à noite, pelo menos. Ele era tão quietinho que dormia a noite toda, mas quando acordava, ele fazia um barulhinho bem discreto, que me acordava imediatamente só para eu colocar a chupeta de novo na boquinha linda dele. Bateu saudade agora!

A chegada do Moysés em nossas vidas trouxe ainda mais alegria. Meus pais estavam nas nuvens e ele era a criança mais linda e boazinha do mundo. Foi um presente de Deus!

A história continua…