Padre é acusado de desviar dinheiro de associação para enriquecimento próprio
Ele também está ligado a diversas transações financeiras para compra de imóveis, gado, empresas de comunicação e minério
Um famoso padre da região de Goiás está sendo acusado de crimes como apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.
Ele é Robson de Oliveira (foto acima), de 46 anos, reitor da basílica de Trindade e presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Esta última foi criada com o objetivo de arrecadar dinheiro para o auxílio de fiéis e a construção da nova basílica de Trindade, em Goiás.
A suspeita é que ele lidere a organização criminosa que desvia o dinheiro de doações para a entidade. A quantia investigada chega a quase R$ 2 bilhões. A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos dados bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos, além da interceptação telefônica dos investigados.
Esquemas
A construção da nova basílica começou em 2012, com previsão de entrega para 10 anos. Mas, oito anos depois, a construção ainda está em fase inicial, nos alicerces. Com o valor arrecadado até agora (cerca de 20 milhões mensais), ela poderia ter sido construída e reconstruída várias vezes, de acordo com a investigação.
Ele também está ligado a diversas transações financeiras para compra de imóveis, gado, empresas de comunicação e minério. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP/GO) chegou a pedir a prisão do religioso, mas a Justiça negou.
Na sexta-feira (21), o padre Robson pediu afastamento das funções de reitor e da presidência da Afipe. Em suas redes sociais, ele negou as acusações e afirmou colaborar para as investigações.
Dois representantes do Vaticano também estiveram em Trindade para investigar a associação e analisar a quantidade de recursos financeiros arrecadados.
Confira a reportagem do Domingo Espetacular: