“Sentia prazer em fazer as pessoas sofrerem”

Depois de quase oito anos praticando a maldade no mundo do crime, Mateus encontrou a paz

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O alagoano Mateus de Souza Nascimento, de 19 anos, envolveu-se com as drogas e a criminalidade aos 10 anos. “Comecei fumando maconha. Meu irmão era traficante, então queria seguir o mesmo caminho e ser igual. Como ele teve problemas em Maceió, capital do Alagoas, minha família mudou-se para o Rio de Janeiro”, conta.

Apesar da mudança para a nova cidade, Mateus não desistiu do desejo de crescer no mundo do crime. “Entrei no tráfico aos 12 anos, foi quando um inferno começou na minha vida. Não tinha paz, pois passava noites em claro devido às dívidas com os traficantes”, conta.

Mas isso não foi suficiente para que Mateus abandonasse as más atitudes. Aos 16 anos, ele foi nomeado dono de uma “boca de fumo”.

Procurava nas drogas e na ostentação preencher o vazio que existia no seu interior e tentar se livrar da dor que sentia na alma. Ele afirma que ficava feliz quando machucava alguma pessoa.

“O uso de maconha, cocaína, loló (lança-perfume) e cigarro era constante. Drogas, mulheres e bailes eram uma forma de escape, mas continuava sendo infeliz, e isso me fazia ser mais cruel e vingativo. Sentia prazer em fazer as pessoas sofrerem.”

Mateus também sofreu com perturbações espirituais. “Eu sempre via, em qualquer lugar que fosse, um homem todo de preto, mas não via o seu rosto. Algumas vezes ele também falava comigo. Cheguei a ouvir outras vozes também, dizendo que nunca seria alguém na vida, pois todos tinham medo de mim”, descreve.

Além de ter cometido um homicídio, em 2017, ao ser abordado pela polícia em uma guerra de tráfico, ele recebeu voz de prisão. “Passei cerca de oito meses na penitenciária do Bangu 3. Sai de lá mais revoltado com a sociedade. Só quem passou por isso sabe o quanto é doloroso. Sofri calado e o ódio me consumia cada vez mais.”

Depois que recebeu a liberdade e saiu da prisão, Mateus retornou para sua terra natal, onde continuou praticando crimes. No entanto, ele queria encontrar uma maneira de ter paz, pois a tristeza e a angústia estavam se tornando cada vez mais insuportáveis.

Convite para a vida
Em meio ao tráfico, Mateus recebeu um convite para obter a mudança de vida. Mas, no início, não acreditou que isso seria possível. “Uma jovem me chamou para participar da Força Jovem Universal (FJU) em Maceió e que lá eu receberia a ajuda que precisava. Mas eu já tinha buscado em tantas coisas e lugares, que não aceitei de imediato. Fui conhecer só depois de dois meses”, pontua.

Ao chegar na Universal, sua esperança de transformação foi renovada. “Nos meus pensamentos, eu não tinha mais jeito, mas entendi que Deus veio para os doentes e pecadores. Entreguei tudo que eu era, pois não aguentava mais” afirma.

A partir dessa atitude, ele ficou livre dos vícios, do crime e de todas as perturbações que lhe atormentavam.

Os olhos de Mateus que antes transpareciam tristeza e ódio hoje refletem alegria, paz e amor ao próximo. “A maior transformação que Deus fez foi ter me batizado com o Espírito Santo. Deixei tudo o que era para trás. Hoje, quero ser usado por Ele e mostrar para os jovens que vivem assim como eu vivia que eles podem ser felizes de verdade”, finaliza o jovem.

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Colaborador

Camila Teodoro / Fotos: Cedidas