Eles prosperaram com um plano B

Conheça as histórias de pessoas que pela fé atingiram sucesso financeiro depois de colocar em prática uma ideia diferente da expectativa original. Inspire-se nelas e tire seus sonhos do papel

Imagem de capa - Eles prosperaram com um plano B

Técnica em odontologia, a paulista Gisele Lindo Barbosa, de 31 anos, trabalhou por muito tempo com carteira assinada. Apesar da estabilidade no emprego, ela conta que o salário era baixo e não havia previsão de aumento. Na época, o marido, Erick Willian Barbosa, de 31 anos, estava desempregado. O casal buscava alternativas para aumentar a renda quando recebeu uma sugestão: alugar um espaço em uma praça de alimentação ao lado de uma estação de metrô de São Paulo. A ideia foi de um colega deles. “Nós não tínhamos dinheiro, mas decidimos arriscar. Pedi as contas do trabalho e fui chamada de louca, pois eu mantinha a casa com minha renda”, revela.

Experiência
Gisele e Erick decidiram transformar o local alugado em um restaurante de refeições prontas para levar. A decisão levou em conta a experiência dos dois, que já tinham trabalhado preparando comida em eventos. Erick também havia participado de feiras gastronômicas e atuado ao lado de um renomado chef de cozinha.

Entretanto os planos do casal esbarraram no obstáculo financeiro. “A ideia era fazer arroz, feijão, carnes e saladas, mas nós não tínhamos dinheiro para comprar panelas e outros utensílios. Então decidimos usar os tachos grandes que nós já tínhamos”, diz Erick. Foi assim que nasceu a empresa Lindo Sabor, especializada em três pratos: baião de dois, galinhada e feijão tropeiro. “Nós fazíamos essas comidas em eventos beneficentes da igreja, os pratos eram muito elogiados, mas nunca pensamos em ganhar dinheiro com isso. Nossa cabeça estava limitada, até que veio esse estalo”, acrescenta Gisele.

Persistência
O restaurante foi inaugurado em 2017, mesmo sem muitos recursos. Aos poucos, o casal foi adaptando o espaço. “Trouxemos o que havíamos aprendido em feiras de rua. Como produzimos comidas em tachos, montamos uma vitrine para chamar a atenção dos clientes”, diz.

Gisele conta que a dedicação ao negócio foi fundamental para o sucesso. “Precisa ter coragem para acreditar que vai dar certo e colocar as ideias em prática, não podemos esperar que as coisas venham até nós.” Para manter o sucesso, o casal afirma que faz questão de oferecer um bom atendimento aos clientes e usar ingredientes de qualidade em todos os pratos. Hoje, eles têm três lojas e empregam dez funcionários. “Em dias muito bons, chegamos a vender até mil marmitas em apenas uma loja”, comemora Gisele.


O casal conta que usou a fé para manter a persistência e buscar inspiração para os negócios. “Nas palestras da Nação dos 318 nós aprendemos a colocar nossa fé em prática e isso abriu nossa visão. Nosso plano B deu certo porque colocamos Deus em primeiro lugar e acreditamos. Muitas pessoas reclamam que as promessas de Deus não chegam, mas é preciso perseverar, colocar nossos conhecimentos em prática e correr atrás”, completa Gisele.

“Tentei fazer de tudo”
Durante anos, Véssia Cristiane Viana de Abreu, de 47 anos, tentou colocar em prática um plano capaz de gerar uma renda extra para a família. Casada e mãe de quatro filhos, ela diz que se esforçou bastante, mas sem sucesso. “Eu tentei fazer de tudo: bolo, salgado e marmitex. Também fiz cursos de marcenaria, de pintura em lata, produzi sutiã e calcinha, mas nada dava certo.”

Há cerca de dois anos, entretanto, a vida de Cristiane começou a mudar depois que fez uma reflexão sobre suas ações. “Percebi que algumas coisas tinham melhorado na minha vida, mas eu não havia conseguido uma reviravolta. Eu participava de reuniões da Universal há 14 anos, mas observei que não seguia os ensinamentos.” Ela explica que, naquele momento, decidiu mudar de atitude e passou a colocar sua fé em prática.

Um sinal
Cristiane relata que começou a fazer orações em que pedia uma direção de Deus para montar um negócio. “Um dia, eu acordei de madrugada com vontade de comer doce. Fui na despensa e encontrei coco, açúcar e leite condensado. Fiz balinhas de coco”, lembra. No dia seguinte, a filha dela, Vanessa Viana de Abreu Castro, de 28 anos, foi visitá-la.

“A Vanessa disse que as balas estavam muito gostosas e que elas eram um sinal de Deus.” A jovem então colocou a mão na massa: comprou potes para armazenar o produto e preparou rótulos. “Em um mês eu tinha o produto para ser vendido, mas a bala derretia em poucas horas. Pesquisei na internet e fiz muitos testes até que consegui chegar a uma receita de bala com 90 dias de durabilidade”, comenta. Ela abriu a empresa Panelinha de Coco.

Em família
No início, a produção das balas era feita na casa de Cristiane. Em poucas semanas, ela precisou convocar os filhos Renan, de 30 anos, e Lucas, de 18 anos, para ajudar no negócio. “Não é fácil, nós trabalhamos muitas horas por dia para produzir, fazer as bolinhas e embalar.”

Sua filha, Vanessa, que é sócia da empresa, passou a apresentar o produto a possíveis clientes e a fazer contatos com distribuidores. “Com o primeiro distribuidor tivemos um faturamento de R$ 10 mil. Eu fiquei muito feliz, pois queria muito dar uma guinada na vida”, destaca Cristiane.

Aos poucos, a empreendedora criou novos produtos. “Eu continuei usando a minha fé e tive a ideia de fazer a bala de coco banhada em chocolate branco, preto ou meio amargo. Também comecei a fazer balas com recheio e, graças a Deus, elas estão tendo excelente aceitação.” A família também fechou contratos com uma rede de supermercados e outros distribuidores. Com o aumento no faturamento, foi possível investir ainda mais no negócio. “Alugamos uma casa e abrimos uma pequena fábrica de balas. Compramos uma máquina para embalar os produtos e já demos entrada em uma máquina que faz as bolinhas, que vai chegar em alguns dias”, explica.

Segundo Cristiane, a fé ajuda a explicar o sucesso da empresa. “As coisas começaram a dar certo quando mudei minha relação com Deus. Ele nos dá inspiração, mas é preciso estar atento e colocá-la em execução. Deus não quer pessoas desinteressadas. Para conquistar o Reino dos Céus a luta é diária e é preciso enfrentar a rotina”, acredita ela, acrescentando que busca direcionamento nas palestras da Nação dos 318 da Universal.

Plano B
Gisele, Erick, Cristiane e Vanessa transformaram um plano B em empresas lucrativas e prósperas. Entretanto o cenário do Brasil estava desfavorável para os negócios. O que explica o sucesso em tempos de crise econômica? “É em momentos de crise que as pessoas descobrem como melhorar um serviço, lançar um produto novo, melhorar o atendimento ao cliente. Nessa fase, as pessoas precisam analisar suas fraquezas, melhorar o currículo, investir em marketing pessoal. Em vez de reclamar, aproveite esse período para enxergar novas oportunidades”, opina o professor Lucivaldo Santos (foto a esq.), fundador do Instituto Cimas de Ensino.

Para ele, a facilidade de acesso à internet, aos smartphones e às redes sociais ajuda quem quer começar um negócio. “Você pode aprender por meio de cursos on-line ou gravar vídeos sobre seu negócio. Os recursos estão disponíveis. É possível vender produtos e serviços pela internet. Quem quer prosperar precisa agir”, diz.

Fabiana Capella, consultora do Núcleo de Apoio ao Empreendedor da Unisuam, destaca que é importante conhecer o negócio em que se deseja investir. O planejamento deve ser uma das primeiras etapas. “Não adianta querer fazer e não ter nenhum conhecimento. Além disso, é preciso fazer um plano de negócios baseado no público-alvo e na concorrência. Quais são os custos? Por que as pessoas vão comprar de você e não de seu concorrente? Qual será seu diferencial?”, questiona.

O coach Lisandro Zanotto (foto a dir.), especialista em empreendedorismo e modelagem de negócios, diz que hoje é possível tirar o plano B do papel sem muitos recursos financeiros. Para isso, o empreendedor deve entrar em contato com amigos e ex-colegas de trabalho. “Olhe para a sua rede de contatos e converse com pessoas que possam trabalhar em parceria com você. Fale sobre seu sonho, veja o que você pode oferecer para trocar conhecimento sem trocar moeda.”

Zanotto afirma que é importante testar a ideia de negócio a partir de um protótipo. “Os recursos são escassos, mas o empreendedor pode aplicar a ideia em menor escala para saber se ela é válida ou se precisa de ajustes. Se você quer abrir um restaurante, por exemplo, faça um jantar em sua casa, chame amigos e peça conselhos, faça as contas dos custos.”

Vendas pela internet
O empresário Vladimir de Paiva de Carvalho, de 40 anos (foto abaixo), conta que estava desempregado quando começou a vender produtos de iluminação pela internet para garantir a renda da família. Na época, o filho dele tinha acabado de nascer. Em poucos meses, o que parecia ser um plano B se transformou em um negócio lucrativo. Vladimir nunca mais pensou em procurar emprego. “Começamos a fazer vendas on-line e o negócio foi crescendo. No início, tudo funcionava no fundo da garagem.”

Ele destaca que sempre procurou ficar atento às novidades do mercado. “Quando vieram as lâmpadas de LED, todos queriam comprá-las, pois eram mais econômicas. Também usei meus conhecimentos de iluminação para oferecer produtos para eventos.” Vladimir diz que o aumento da sensação de violência no Rio de Janeiro o levou a comercializar outro produto: câmeras de segurança. “Estamos vendendo equipamentos de segurança há uns cinco anos. Percebi que as pessoas queriam monitorar suas residências e comércios”, detalha.

Com nove anos no mercado, Vladimir relata que o negócio continua crescendo. Os produtos são comercializados pela internet, principalmente em marketplaces. “Estamos com quatro funcionários. Como trabalhamos com internet e atacado e oferecemos nossos produtos em plataformas, vendemos para centenas de pessoas. Agora vamos abrir outra loja e diversificar os produtos”, conta. Ele diz que a fé o ajudou a manter a perseverança. Todas as segundas-feiras, Vladimir participa da Nação dos 318 na Universal de Del Castilho, no Rio. “A fé é o principal fator de sucesso. Se você está em comunhão com Deus, você sabe que, se algo de errado acontecer, você não pode desanimar. Tem que inventar outra coisa e manter a coragem”, finaliza.

Congresso para o Sucesso
Para muitas pessoas não é tão simples realizar um sonho. O Bispo Jadson Santos explica que o fator decisivo para começar um plano B é perder o medo. “Quem tem medo de errar nunca acerta. A verdade é que o medo impede muitas pessoas de começar algo novo. Deus precisa que tenhamos coragem para que Ele possa fazer coisas grandes”, afirma o Bispo, que é responsável pelas palestras da Nação dos 318 que ocorrem às segundas-feiras na Universal no bairro de Del Castilho. Ele acrescenta que ter atitude é fundamental: “nós só colhemos o que plantamos. Se a pessoa não está gostando do que está colhendo, é só mudar as sementes. Deus não tem culpa nenhuma do que plantamos.”
Segundo o Bispo Jadson, nas palestras de segunda-feira, as pessoas aprendem a fortalecer a própria fé. “A reunião as leva a fazer um pacto com Deus e nessa parceria elas passam a ter coragem e força para enfrentar as lutas e vencer.”

O pastor Rodolfo Lima, responsável pelas reuniões da Nação dos 318 em Belo Horizonte (MG), reforça que o ser humano é capaz de se transformar. “Deus criou o ser humano e o dotou de inteligência e, por isso, ele pode se reinventar todos os dias. Nós somos os únicos que temos esse poder. Nós erramos, falhamos, mas podemos nos aperfeiçoar, acertar e crescer. Se fizermos isso, Deus nos dá o crescimento”, explica.

Segundo ele, ouvir palavras de fé e incentivo é um diferencial para aqueles que estão em busca de uma ideia. “Nas palestras da Nação dos 318 a pessoa ouve que ela pode colocar em prática seus objetivos por meio da fé no poder de Deus, pois Ele primeiro muda o pensamento, então o pensamento produz o sentimento, o sentimento leva à atitude e a atitude faz o fraco se tornar forte.”

 

 

imagem do author
Colaborador

Rê Campbell / Fotos: Fotolia, Cedida, Demetrio Koch e Divulgação / Arte: Eder Santos