Brasil tem o maior índice de mortes por afogamento da américa latina

Confira dados alarmantes e dicas para não colocar a sua vida em risco

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O verão é a estação preferida dos brasileiros para curtir o sol e se refrescar em piscinas, praias e rios. Com o clima convidativo, esses locais ficam superlotados e é nesse período também que aumentam os casos de afogamento, motivo principal das ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros no País.

Segundo um estudo da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o Brasil tem o maior índice de mortes por afogamento da América Latina. O estudo levou em conta informações do Datasus, departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS), referentes a 2016 e alertou que a cada 91 minutos um brasileiro morre afogado, totalizando 16 mortes por dia, o que resulta em 5.840 óbitos por ano.

O número de homens vítimas de afogamento é 6,8 vezes maior do que o de mulheres e 44% dos casos ocorrem no verão (de dezembro a março).

A pesquisa mostra ainda que 47% das mortes são de pessoas de até 29 anos e que 75% dos casos acontecem em locais de água doce, como rios, represas, lagoas e cachoeiras. A região Sul é a terceira com maior número de mortes, com 2,8 óbitos a cada 100 mil habitantes, o que representa cinco mortes a cada 100 afogamentos.

Perigo para as crianças
Com as crianças, a supervisão de um adulto deve ser constante e a atenção redobrada, pois são elas as principais vítimas de afogamento. Qualquer recipiente com água representa perigo e muitos afogamentos acontecem dentro de casa, como na banheira, tanques e máquinas de lavar ou mesmo em um balde com água. De acordo com a ONG Criança Segura, as crianças podem se afogar em apenas 2,5 centímetros de água.

Ainda de acordo com a pesquisa da Sobrasa, o afogamento é a segunda causa de óbitos entre os pequenos de 1 a 4 anos; quarta causa entre crianças de 5 a 9 anos; e terceira causa em crianças de 10 a 14 anos.

Os indicativos do estudo revelam que 52% das mortes na faixa de 1 a 9 anos ocorrem em piscinas e residências e mostram que crianças menores de 9 anos se afogam mais em piscinas. Crianças maiores de 10 anos e adultos se afogam mais em águas naturais, como rios, represas e praias.

David Szpilman, diretor e médico da Sobrasa, afirma que o afogamento não ocorre por acidente, pois é o resultado de alguma falha na prevenção. “Imagine, por exemplo, uma praia onde existam guarda-vidas trabalhando. Cerca de 99,8% das ações e intervenções realizadas por eles são de prevenção, como orientar, tirar a pessoa da área de risco, alertar algum comportamento perigoso, e poucas são as ocorrências de resgate. Sempre que elas ocorrem foi em razão de uma falha na prevenção. Alguma coisa falhou: a pessoa não obedeceu, o Estado não estava presente o suficiente ou a sinalização e prevenção não foram vistas ou realizadas. Afogamentos, como qualquer outro tipo de trauma, não acontecem por acaso. Em 99% dos casos eles tinham como ser evitados. Eles ocorrem por duas razões: ou a pessoa subestimou os riscos ou ela superestimou a própria capacidade de enfrentá-los. Diferentemente de acidente que é algo que foge do controle”, diz Szpilman.

Prevenir ainda é a melhor maneira de evitar afogamentos.

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Colaborador

Kelly Lopes / Foto: Fotolia