“Não vos enganeis: de Deus não se zomba”

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No início do ano, uma escultura do mascote do McDonald’s imitando Jesus Cristo crucificado foi colocada no Museu de Arte de Haifa, em Israel. O objeto trazia o palhaço Ronald McDonald em tamanho real na cruz, fazia parte da exposição Sacred Goods (Bens Sagrados, em tradução livre) e visava retratar uma crítica ao consumismo da sociedade atual. A obra, criada pelo artista finlandês Jani Leinonen, foi intitulada de McJesus.

A exposição gerou revolta entre os cristãos do país, que pediram o recolhimento da obra. Depois que as imagens ganharam a internet, centenas de pessoas de outras localidades também protestaram. O boneco Ken (namorado da boneca Barbie) representando Jesus crucificado também causou indignação.

A alegação dos que protestaram era que as esculturas desrespeitam um fato extremamente importante para o Cristianismo: o sacrifício do Senhor Jesus na cruz. A ministra da Cultura de Israel, Miri Regev, até chegou a solicitar a remoção das obras ao diretor do museu. No entanto, a Associação pelo Direitos Civis de Israel interveio alegando que ela não poderia ter aquela atitude. Então, a decisão foi colocar uma placa na entrada do museu informando que ali poderia haver conteúdo ofensivo aos visitantes.

O impasse quanto à remoção ou não das esculturas do museu deve continuar (até o fechamento desta edição não haviam sido removidas), mas o problema é que elas não deveriam nem sequer ter sido exibidas.

Outros casos relacionados ao sacrifício de Jesus na cruz, que ofendem a fé cristã, também já aconteceram pelo mundo. Em 2018, um clipe que circulou nas redes sociais na Austrália trazia Jesus tornando-se doador de órgãos na cruz. No anúncio, dois guardas romanos Lhe perguntavam se Ele gostaria de ajudar a salvar a vida de sete pessoas com os Seus órgãos, após Sua morte. Um dos guardas Lhe entrega um telefone por meio da lança e convida Maria e João a endossar o ato. Os três então posam para uma selfie que seria postada nas mídias sociais.

Este clipe, como era esperado, causou alvoroço. É um ato nobre realizar ações para aumentar o número de doadores de sangue, no entanto, foi um erro utilizar esse tipo de evento como exemplo – e de forma irônica.

Aqui no Brasil, em 2013, durante a Marcha das Vadias, no Rio de Janeiro, algumas jovens nuas usaram a imagem de Cristo crucificado em um tapa-sexo para protestar na Jornada Mundial da Juventude, realizada pela Igreja Católica. Anos depois, em 2016, durante a Parada LGBT, uma artista transexual se apresentou na Avenida Paulista, em São Paulo, em uma cruz e com o corpo manchado de sangue.

A imagem de Jesus crucificado remete a um significado muito importante para os cristãos. Certa vez, o próprio Senhor Jesus falou que ninguém teria um amor maior do que o daquele que dá a vida pelos seus amigos, referindo-Se ao sacrifício que Ele iria fazer pela humanidade (João, 15.13). Esse sacrifício nos deu a oportunidade de nos limparmos dos pecados e recebermos a Salvação. Foi um evento que serviu para nos dar a chance de nos livrarmos do sofrimento eterno, longe de Deus, no inferno.

Para compreender esse fato é preciso ter olhos espirituais. Quem não os tem, o menospreza, o desvaloriza e, pior do que isso, o usa como deboche, sem receber qualquer tipo de censura – há menos que os cristãos protestem. Ou seja, é preciso protestar para que haja censura quanto a algo tão importante para a humanidade, infelizmente.

Ainda há os que zombam da fé cristã de outras formas, como ocorre em alguns veículos de comunicação. O programa de humor Zorra, da Rede Globo, inúmeras vezes fez piadas sobre os evangélicos. No final de 2017, um esquete intitulado Deus Mulher trazia um pastor que se encontrava com Deus no céu representado pela figura de uma mulher. Ao vê-la, o pastor lhe dizia que aquela imagem não correspondia à que ele imaginava. Deus fica irritado, acusa o pastor de pecar por não acreditar nele e começa a tomar diferentes formas, afirmando que se apresenta como quiser às pessoas. Em seguida, o manda para o inferno. Lá, o diabo, com chifres e dentes, dispara: “você deu sorte, por que se pega Deus de TPM, aí rapaz…” Então, o pastor diz que o diabo, “pelo menos”, era como ele sempre havia imaginado.

Seja da forma que for, não se zomba de Deus. Paulo diz no capítulo 6, versículo 7, de Gálatas: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará”.

Muitos pedem para que o direito à liberdade de expressão seja respeitado, mas o direito de qualquer pessoa só tem início quando não afeta o direito do outro em relação às suas crenças e ideologias. Um cristão não deve agredir a fé de outras pessoas nem agredir quem tem a liberdade de não acreditar nela, mas também merece respeito por ter sua fé.

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Redação / Foto: Fotolia