Bispo da Universal fala sobre a onda de violência no Ceará

Ataques começaram após novo secretário anunciar mudanças em relação a uso de celulares e divisão de facções em prisões

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Desde o dia 2 de janeiro o estado do Ceará enfrenta uma grave onda de violência. Em 43 municípios, bandidos realizaram ataques a ônibus, veículos de serviços – como Correios e de coleta de lixo –, prefeituras, bancos, prédios públicos e comércios. Até o momento foram 188 ataques que incluem pichações, incêndios e explosão de bombas.

Tudo começou após o novo secretário da nova pasta de secretaria de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, determinar a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Ele também propôs acabar com a divisão das facções no sistema penitenciário.

Reforços

Tropas da Força Nacional foram enviadas ao Estado para ajudar a conter a violência. O Governo da Bahia também mandou 100 policiais para ajudar nas ações. Agentes das polícias dos estados de Santa Catarina, Pernambuco e Piauí também serão enviados para reforçar a segurança.

Ainda assim, o Governo afirma que não recuará na decisão.

Universal Ceará

O Bispo Sidnei Marques (foto ao lado) é atual o responsável pelo trabalho da Universal no Ceará e contou ao Universal.org que, apesar de todo o caos, nenhum templo foi atacado.

“A Igreja está orando para que tudo se normalize e para que as pessoas de bem não sejam prejudicadas no seu direito de ir e vir”, disse. “Os cultos e o trabalho do Universal nos Presídios (UNP) estão acontecendo normalmente, mas o principal problema é que pela frota de ônibus ter diminuído, muitos membros não conseguem chegar às reuniões”, informou.

É possível mudar

Há quem pense que uma vez na vida do crime, é impossível sair vivo ou mudar. Mas o trabalho do UNP e Universal Socioeducativo (USE) mostra o contrário. Um exemplo é o cearense Isaque Fernandes, de 18 anos, que por quase 10 anos esteve na criminalidade. Para ele, a violência, roubos e assassinatos eram comuns. Veja ao lado foto do antes e depois.

“Não tinha condições financeiras, minha família era carente e, por influência de amigos na escola, recorri ao crime. Iniciei usando drogas, em pouco tempo passei a traficar e com 14 comecei a praticar crimes mais pesados”, lembra.

Ele chegou a comandar um grupo de extermínio e quase morreu diversas vezes. “Assassinei várias pessoas a sangue frio, matar era algo normal e até viciante. Às vezes, você está tão estressado que o sangue sobe à cabeça e por uma dívida, um dinheiro qualquer, você acaba com a pessoa”, lamenta.

Porém, somente na prisão Isaque conheceu a verdadeira liberdade. Ao ser enviado para uma unidade socioeducativa ele participou dos encontros e atividades proporcionados pelo projeto Universal Socioeducativo (USE) onde conheceu Aquele que podia mudar sua história.

“Com 4 meses lá dentro eu já estava me interessando pelas coisas de Deus. Encontrei Jesus, a verdadeira paz e liberdade que nunca tive. Hoje estou livre, liberto, transformado e sou voluntário no projeto. Ensino a outros jovens que o único sentido da vida é viver na presença do dEle”, afirma.

Saiba mais detalhes do grupo Universal Socioeducativo curtindo a página oficial no Facebook.

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Colaborador

Rafaella Rizzo / Fotos: José Cruz/Agência Brasil - Reprodução - Cedida