A pandemia chamada violência contra a mulher

Mais de 600 brasileiras são vítimas de violência doméstica todos os dias. Para combater o problema, é preciso denunciá-lo. Saiba como fazer isso

Imagem de capa - A pandemia chamada violência contra a mulher

Uma “pandemia global”. É assim que a Organização das Nações Unidas (ONU) classifica a violência contra a mulher. Infelizmente os casos espalhados pelo mundo comprovam isso. Na Rússia, a jovem Margarita Gracheva, de 26 anos, teve as duas mãos amputadas pelo ex-marido, Dmitry Grachev. No dia da agressão, o homem deixou os dois filhos do casal em um berçário e levou a vítima para um bosque em Moscou. No local, decepou as mãos dela com um machado. O caso ocorreu em dezembro de 2017, mas só em 15 de novembro o agressor foi condenado a 14 anos de prisão e proibido de ver os filhos, segundo reportagem da BBC.

Antes do ataque, o ex-marido de Margarita a havia ameaçado com uma faca. Ela foi à polícia, mas Dmitry recebeu apenas uma multa e ficou livre. Três dias depois, ele cometeu o crime. A mão esquerda da vítima foi reconstruída e ela usa uma prótese no braço direito.

Brasileira atacada

Em junho, uma mulher de 49 anos também teve as duas mãos cortadas e perdeu um olho depois de ser atacada com um facão pelo ex-marido em Ibiúna, no interior de São Paulo, de acordo com reportagem do SBT. A vítima estava em processo de separação do agressor quando foi atacada. Os ferimentos foram tão graves que ela teve as mãos amputadas. O acusado foi indiciado por tentativa de homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, feminicídio e impossibilidade de defesa da vítima. Em dezembro, ele foi condenado a 12 anos de prisão.

Atriz

Em novembro, a atriz Cristiane Machado (foto à esquerda) denunciou publicamente o ex-marido por violência doméstica e tentativa de feminicídio. Ela gravou vídeos e áudios das agressões sofridas na residência do ex-casal. Em uma das cenas, o agressor tenta enforcar a atriz com um fio de carregador de celular. Ela também foi espancada e ameaçada de morte.

O empresário e ex- diplomata Sergio Schiller Thompson-Flores, acusado de cometer as agressões, foi preso. Em 17 de dezembro, ele teve o pedido de habeas- corpus negado. Em entrevista à Record TV, a atriz explicou que conheceu o ex- marido em março de 2017. Meses depois, ele a pediu em casamento em uma viagem ao Peru. “Foi um conto de fadas, eu me sentia a princesa”, disse. As primeiras agressões ocorreram depois da união civil, em novembro de 2017. O ex-marido prometeu que iria mudar, mas a violência continuou.

Denuncie

O Brasil registra 606 casos de violência doméstica por dia. Só em 2017, foram 221.238 casos, segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Diante disso, denunciar os agressores é fundamental para enfrentar o problema. A violência contra a mulher é crime. Isso inclui xingamentos, tapas, empurrões, ameaças e humilhações. Nada justifica a violência.

Por isso, se você conhece uma pessoa que sofre qualquer tipo de abuso ou agressão, ajude-a a fazer uma denúncia. E, se você for vítima, procure uma Delegacia da Mulher ou ligue para o telefone gratuito 180 e peça orientações. Busque apoio de pessoas de sua confiança. Afinal, a vida de cada mulher importa.

imagem do author
Colaborador

Rê Campbell/ Fotos: Fotolia e Reprodução