Recentemente, o Bispo Renato Cardoso – responsável pelo trabalho da Universal no Brasil -, realizou uma reunião em São Paulo com cerca de 50 ex-internos da Fundação Casa, que desejam uma vida nova na presença de Deus.
O encontro aconteceu na sede do grupo Socioeducativo, localizada na zona leste de São Paulo.
Na oportunidade, o Bispo ressaltou três pontos importantes para aqueles que estão recomeçando.
A saber: “Entender o seu valor diante de Deus, de não se envergonhar da história de vida que têm e das coisas que passou, porque foi essa história que o fez chegar até Deus, e não achar que tudo irá mudar do dia para a noite”, orientou o Bispo.
E continuou: “Quando o jovem se entrega para Deus, acha que a vida dele vai mudar de um dia para outro, mas não é assim, afinal, ele passou anos plantando o que é ruim, e aquelas ‘sementes’ darão fruto, ainda que hoje ele tenha decidido mudar de vida. O início vai ser difícil, mas se ele decide plantar boas sementes agora, é só uma questão de tempo para elas também começarem a dar bons frutos”, explicou o Bispo.
Unidade de internação socioeducativa
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que o menor de 18 anos, ao cometer algum ato infracional, dependendo de sua gravidade, seja encaminhado a uma unidade de internação socioeducativa.
Lá, os jovens podem permanecer por no máximo três anos, e espera-se que eles recebam escolarização e profissionalização, a fim de não regressarem para o mundo do crime. Mas na prática, não é bem assim.
No período de agosto de 2014 a agosto de 2017, de acordo com o Ministério Público de São Paulo, os adolescentes reincidentes – aqueles que voltaram a ser internados por praticarem crimes – representavam 61% dos jovens internados na Fundação Casa na cidade de São Paulo, onde o número de jovens internados corresponde a 36% de todos os estados do Brasil, segundo o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
Mudança de vida: ex-interno da Fundação Casa
Para o jovem que sai, as dificuldades são inúmeras o que acaba o impelindo de novo para o crime.
Everton Raí Alves de Jesus (foto ao lado), de 19 anos, ressalta isso. Ele foi internado na Fundação Casa aos 16 anos por roubo de carro.
Após 9 meses de internação, mesmo não passando dificuldades financeiras – já que a mãe sustentava a casa -, ele voltou a praticar crimes para sustentar os vícios e “ostentar”, como ele mesmo relatou.
Em contraste com a realidade vivida, um dia, Everton decidiu dar uma chance à oportunidade que conheceu enquanto ainda estava internado em uma unidade da Fundação Casa, e que na ocasião, desprezou.
“Um amigo que vivia na bandidagem saiu da vida do crime e me convidou para participar das reuniões na Universal. Foi quando decidi buscar a minha libertação espiritual por entender todo mal que estava na minha vida”, recorda-se.
Inesperadamente, a cada reunião, Everton percebia a diferença no seu interior. “Até que decidi largar aquela vida errada e me entregar totalmente ao Senhor Jesus”.
Atualmente, o jovem Everton é voluntário no trabalho do grupo Universal Socioeducativo (USE) –  trabalho que é realizado há 25 anos e, desde março de 2017, expandiu suas ações por todo o país a jovens que foram apreendidos pela prática de crimes.
Ressocialização
Para o coordenador do grupo, Pastor Ulisses Gomes, quando se investe no trabalho de ressocialização, o número de menores que reincidem no crime é bem menor.
“Só este ano ajudamos na ressocialização de mais de mil jovens”, pontuou o Pastor.
Assim sendo, ainda em 2018, quase 40 mil pessoas foram beneficiadas pelo grupo, entre elas jovens internos, os familiares deles e funcionários das unidades socioeducativas.
Os trabalhos incluem apoio social e psicológico, cursos, palestras, entretenimento cultural e esportivo. Além disso, o programa oferece suporte jurídico, orientação e almoço aos familiares desses adolescentes.
Caso queira ser um voluntário do grupo, encontre aqui o endereço de uma Universal mais próxima de você e se informe com um pastor.
Você também pode acompanhar o grupo na página do Universal Socioeducativo na rede social.