Os verdadeiros representantes do povo de ontem e hoje

Quem está perto do poder máximo de um país é mais importante do que pensamos

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Muitas pessoas conhecem a história de José do Egito. Vendido pelos irmãos, o filho de Jacó foi levado para a terra das pirâmides como escravo. No entanto, mesmo diante de uma cultura estranha e com falsas divindades por todos os lados, ele nunca se afastou de Deus.
A devoção daquele rapaz hebreu o protegeu de tudo aquilo e mais: levou-o a ser um protegido da família real do local. Conforme o direcionamento de Deus, José soube que aquele reino passaria por uma severa crise econômica e de abastecimento. Da mesma forma, foi orientado sobre um dos maiores projetos de logística do mundo antigo: como estocar riquezas e alimentos que mantivessem o país inteiro vivo enquanto aquela crise não acabasse. E agiu segundo a orientação de Deus.
A Bíblia também descreve mais um caso de alguém que ficou perto de um rei: Ester. Ela salvou seu povo da humilhação e da dominação dos persas. Contam os relatos bíblicos que Hamã, o segundo homem mais poderoso do reino e próximo do rei Assuero, tinha ódio do primo de Ester, Mardoqueu, que a criou como se fosse seu pai.
Ela foi escolhida para se casar com Assuero e soube que Hamã decidiu exterminar os hebreus movido pela raiva que sentia de Mardoqueu, que se recusou a se curvar perante os ídolos locais. Próxima ao rei, Ester revelou a ameaça a ele. Hamã foi, então, punido com a morte que desejava aos judeus.
Outro hebreu, dessa vez na Babilônia, também esteve muito perto do governante máximo: Daniel. Ele também não se envolveu com a idolatria e a devassidão que eram frequentes na época. Fiel a Deus, tornou-
se conselheiro do rei Nabucodonosor. Com ele, o monarca aprendia sobre Deus, sem, no entanto, se render ao Altíssimo e deixar os falsos deuses.
Então, entraram em cena outros três israelitas, amigos de Daniel: Sadraque, Mesaque e Abednego. Nabucodonosor, em sua tirania egocêntrica, mandou que todos os filhos de Israel se curvassem a um ídolo, mas os irmãos não cederam à ordem do rei. Irado, ele mandou queimá-los vivos em uma fornalha, à vista de todos. Não só as chamas chamuscaram os rapazes, como um quarto homem foi visto com eles: o Senhor Jesus. Nabucodonosor não teve escolha: reconheceu que o Deus dos hebreus era o Único e decretou respeito a Ele e a Seu povo.
Hoje é como ontem
Esses exemplos bíblicos mostram algo que merece nossa reflexão. José, Ester, Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego eram próximos das autoridades máximas dos países em que estavam. O rei era o centro de todo o poder, mas tinha perto dele pessoas que representavam o povo de Deus. Com a influência e a proximidade que tinham, esses representantes conheciam os problemas de seus povos e, com isso, garantiram a sobrevivência deles.
Nos dias atuais, não é diferente. O período de campanhas eleitorais está aí. As manchetes de todos os dias estão abarrotadas de assuntos sobre os presidenciáveis e os candidatos a governador. Os senadores ficam no segundo lugar desse pódio, mas aparecem bem menos nas reportagens, sem a mesma atenção dada pelos leitores, espectadores e usuários da internet. Os candidatos a deputados estaduais, distritais e federais são ainda menos citados.
Essa é uma armadilha que requer todo o nosso cuidado. Muitas pessoas já têm seus candidatos a presidente da República e governador, mas não pensaram em quem vão votar para senador ou deputado. Esse é um grave erro. Sabe por quê?
A Bíblia ainda nos mostra, nos casos desses personagens, que quem está próximo do centro das decisões também influencia suas ações. Os deputados e senadores são nossos representantes “lá em cima”, bem no centro do poder.
Eles são nossos olhos e ouvidos e devem defender os interesses da sociedade que votou neles. Os deputados e senadores que escolhemos elaboram as leis, barram o abuso de poder por parte de quem está na Presidência, fiscalizam o Poder Executivo e garantem que o povo não seja lesado. Estando lá no poder, os eleitos se esforçam para impedir que projetos prejudiciais ao povo que ele representa sejam aprovados. Da mesma forma, se esmeram por colocar em prática as ideias que se transformam em projetos de lei que vão trazer resultados positivos para toda a população.
Não podemos estar lá fiscalizando a ação dos governantes. Por isso, nossos representantes estão ali bem perto, no Congresso Nacional ou na Assembleia Legislativa, vigiando, a uma distância bem pequena, as decisões contra ou a nosso favor.
Mas se os escolhidos não forem do povo de Deus – como foram os personagens bíblicos do passado – vão defender os nossos interesses? Não, apenas correrão atrás do lucro para satisfazer seus próprios interesses e os de grupos egoístas que os querem próximos do poder para garantir seus objetivos mesquinhos, os quais levam o País cada vez mais para baixo. Entre todos os exemplos citados, o de Ester mostra claramente essa situação. Hamã, que também estava bem próximo do poder máximo, iria cometer um genocídio. A jovem representante de seu povo, Ester, estava perto, soube de tudo e impediu esse acontecimento.
Portanto, reflita: votaremos em uma Ester, um Daniel, um José – que estarão de olho em movimentos que destroem nossas famílias e outros valores – ou em um Hamã, que só pensava nele e que quase destruiu uma geração inteira? Vale a pena pensar, e muito, nisso.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Ilustração: Edi Edson