Política ou politicagem?

Escândalos deixaram brasileiros desiludidos com a política. Entenda o que levou alguns eleitos a se corromper e saiba como mudar esse cenário

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Você acredita na política? Nos últimos anos, a corrupção levou os brasileiros a se decepcionar com os políticos eleitos. A desilusão chegou a um nível tão alto que muitas pessoas pensam até em não votar neste ano. Atenção: é aí que mora o perigo. Nenhum país pode existir sem política, ou seja, sem administração. Isso significa que, se você não quiser decidir, outros decidirão por você – mas todos sofrerão as consequências.
Políticos ou corruptos?
Muitas pessoas ainda confundem política com politicagem. Você sabe a diferença? Política é a arte de governar e administrar. Durante as eleições, os brasileiros vão às urnas para escolher os representantes que farão política nos municípios, nos Estados e no País.
O problema é que alguns eleitos acabam se desviando no meio do caminho. Ou seja, em vez de fazer política e obedecer à vontade do povo, eles fazem politicagem e passam a trabalhar em prol de seus interesses pessoais. É aí que entram as trocas de favores, o “jeitinho”, os desvios de dinheiro público e outros problemas.
Fé e política
As diferenças entre política e politicagem foi um dos assuntos do programa Entrelinhas Fé e Política, apresentado pelo Bispo Renato Cardoso e disponível na plataforma UniverVídeo . Durante a conversa, Cardoso destacou que a política é uma necessidade. “O cristão precisa entender que não é possível viver em sociedade sem a política”, disse. Entretanto ele alertou que política é bem diferente de politicagem. “A politicagem prioriza os próprios interesses. A política pensa no coletivo, no todo.”

O Bispo Marcello Brayner lembrou que a politicagem também existe em outras esferas. “Até o eleitor pode praticar politicagem. Quando o eleitor fala que vai votar em um candidato, mas pede para asfaltar a rua dele, pede emprego, significa troca de favores. E na verdade o eleitor vota em benefício do coletivo e não do individual”, esclareceu.
Para o Bispo Edson Costa, a politicagem pode estar ligada a um aprendizado. “Desde pequeno, o brasileiro aprende a trocar favores para se beneficiar. Então, desde criança, ele olha para a política com esses olhos. Ele não tem a cabeça de pensar no todo, no grupo, na cidade dele, no Estado dele, na nação.”
Nas relações do dia a dia também é possível diferenciar a política da politicagem, como apontou o Bispo Sergio Corrêa. “Até mesmo dentro de um prédio existe a política, tem o síndico que coordena tudo. A visão do síndico tem que estar no coletivo, no bem maior de todos os moradores. Quando existe algum tipo de negociação fora do contexto da boa política, entra a politicagem, a malandragem, o interesse próprio daquele síndico ou daquele morador”, explicou.
O Bispo Antonio Bulhões, que exerce mandato de deputado federal, destacou a importância de fazer a distinção entre Igreja e fé, política e Estado. “Tem que haver a separação entre Igreja e Estado. O Estado não pode beneficiar uma determinada igreja e a igreja não pode querer gerir o Estado, o Estado é laico.” Entretanto ele destacou que fé e política estão interligadas. “Desde quando nascemos até morrermos, somos sócios do Estado. Nós temos direitos e deveres”, completou.
Até aqueles que não querem saber de política são impactados pelas decisões dos nossos representantes eleitos, como esclareceu o Bispo Adilson Silva. “A lei tem o poder de fazer que uma coisa certa se torne crime. Há países em que o cristão não pode sair na rua para evangelizar por causa de leis”, exemplificou.
Por isso, é fundamental avaliar as propostas e os valores de cada candidato. No dia 7 de outubro, vote consciente. Afinal, as decisões que serão tomadas pelos eleitos poderão ter impactos profundos em várias áreas da sua vida por muitos e muitos anos.

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Colaborador

Rê Campbell / Foto: Fotolia