Pesadelo da vida real

Ivaneide Souza Santana conta como deixou para trás uma vida marcada por complexos, abusos e tormentos

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Em 1997, no município de Una, na Bahia, Ivaneide Souza Santana pisou pela primeira vez em uma Universal. Hoje, mais de duas décadas depois, ela conta o que vivia naquele período. “Era uma pessoa perturbada, fracassada, doente, com a autoestima baixa. Não acreditava em mim nem via meu potencial. Me enxergava muito inferior a todos e era complexada. Eu era fraca, muito fraca”, relata.

Na infância, ela sofreu com problemas espirituais. “Assim que nasci, minha mãe parou de fazer oferendas aos encostos. Eu sofria todos os dias, porque os encostos achavam que a minha mãe tinha parado de fazer isso por minha causa. Foi assim até certa idade, até quando voltamos a fazer o que eles queriam.”

Mas as perturbações continuaram. “Eu via vultos, ouvia vozes, enxergava mortos. Dormia sempre com a luz acesa, tinha medo do escuro.”

Aos 7 anos, Ivaneide sofreu abusos sexuais “algumas vezes”. A violência gerou traumas e marcas, que se tornaram barreiras em seus relacionamentos. “Pensava que todos os homens que se aproximavam de mim queriam me fazer mal. Eu tinha um certo medo com a aproximação deles.”

Momento difícil

A mais velha de seis irmãos, Ivaneide precisou cuidar deles quando a mãe passou um momento delicado. “Ela estava ficando louca por causa da depressão e eu estava seguindo pelo mesmo caminho. Não aguentava mais, precisava de um alívio. Foi quando tive a ideia de tirar a minha vida. Não tentei o suicídio, mas pensei nisso. Achava que cria em Deus, que tinha uma devoção enorme, mas tinha a ideia de me matar. Pensava que isso resolveria tudo.”

Mudança

O convite para conhecer a Universal veio por meio de uma professora, que frequentava a Igreja. “Minha mãe foi com minha irmã. Eu resisti ao primeiro convite, mas fui em outra ocasião, era uma reunião de sexta-feira. Lembro que eu não parava de chorar, era algo incontrolável. O pastor me atendeu, me orientou espiritualmente. Comecei a gostar do trabalho da Igreja. Passei a dormir, algo que eu não conseguia. Aos poucos, notei uma transformação dentro de mim. Fui curada de uma dor incontrolável e me libertei de todo mal.”

Hoje, aos 42 anos, ela tem certeza de que é uma vencedora. “Venci todos os complexos de inferioridade. Trabalho como secretária na área de comunicação visual e tenho uma vida abençoada. Ouvi várias vezes que ficaria solteira, que não casaria, mas estou namorando. Pensamos em nos casar. Meus irmãos são abençoados e tenho paz na minha casa. Nós temos saúde e, principalmente, temos Deus. Quem tem o Espírito Santo, tem tudo”, finaliza.

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Colaborador

Por ?Flavia Francellino / Foto: Marcelo Alves