O que suas unhas mostram por trás das camadas de esmalte

Muitas mulheres se preocupam com a cor da semana enquanto a questão da saúde fica de escanteio

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Pode soar óbvio, mas a existência das unhas não se limita a servirem de cobaias para as versões de francesinha nem de palco para a criatividade das impressionantes unhas artísticas. Já parou para pensar o que elas podem esconder por trás de tantas camadas de esmalte? Será que estão fortes, hidratadas e saudáveis?

Para a dermatologista Roberta Nakamura, assessora do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), vários são os problemas que podem acometê-las. Confira o que as unhas podem mostrar sobre sua saúde e veja como os cuidados básicos são preventivos.

Problema à vista

A principal função da unha é proteger a região de traumas e choques. Segundo Roberta Nakamura, elas podem revelar alguns problemas de saúde, como doenças causadas por alterações nos sistemas pulmonar, cardíaco e hepático, que podem ser vistas no leito ungueal das unhas, a pele abaixo da lâmina ungueal, a unha propriamente dita. Mas, para isso, faz-se necessária a avaliação de um dermatologista. Mais comuns:

Entre as principais reclamações, a especialista aponta que estão a micose, a onicotriptose (síndrome das unhas frágeis) e as terríveis unhas encravadas, que acomete os pés.

A síndrome das unhas amarelas também pode ser observada e está ligada à alteração pulmonar e ao linfedema, que se caracteriza pelo acúmulo do líquido linfático na região das pernas e braços.

A melanoníquia é a listra marrom ou preta que surge nas unhas, devido a fatores como idade, etnia, histórico familiar, etc. Em alguns casos, podem migrar para a pele ou caracterizar um melanoma, um tipo de câncer. Em todos os casos, a avaliação de um especialista é fundamental.

Unhas quebradiças

Para a especialista, isso acontece porque “a matriz que fabrica a unha, a lúnula (raiz que parece uma meia lua) vai desaparecendo. Com isso, essa raiz não consegue hidratá-la até o fim.” Segundo ela, fatores como envelhecimento, menopausa, hipotireoidismo, anemia e deficiências nutricionais com baixa em ferro, zinco e vitamina B também colaboram para a quebra das unhas.

Fonte boa

O uso de fortalecedores, bases e fortificantes pode ser válido, mas não atua no mais importante. “O objetivo principal é tratar a raiz para que se fabrique unha boa. E isso é feito através da vitamina B7, a biotina, que estimula a matriz a produzir mais células.” A biotina pode ser encontrada em fontes alimentares como as oleaginosas (amendoim, castanha-de-caju, etc.), nos cereais e carnes.

Cuidados

A brasileira tem o hábito de retirar a cutícula constantemente, o que, segundo a especialista, não faz bem para a saúde das unhas. “A cutícula é uma camada protetora e, quando aberta, sujeita os dedos e unhas a infecções.”

*Ela recomenda que a mulher, ao fazer as unhas em uma manicure, procure saber se o material (alicates, espátulas, etc.) está devidamente esterilizado. Dessa forma, é possível evitar o contágio de algumas doenças.

*Outro cuidado apontado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia é quanto ao uso frequente de esmaltes, o que causa ressecamento e enfraquecimento das unhas.

*Dar uma pausa de uma semana por mês entre as esmaltações é o ideal. Mas, se não conseguir, deixe as unhas de dois a três dias, no mínimo, sem esmaltar. Durante o período, é bom que se use hidratantes.

*Entre acetona e removedor, sinal verde à segunda opção. Os removedores são menos agressivos à saúde das unhas. O uso constante de produtos de limpeza também pode ser prejudicial. Ao utilizá-los, proteja as mãos com luvas.

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Colaborador

Por Flavia Francellino/ Foto: Fotolia