O perigo de adiar suas tarefas

Quantas vezes você já cedeu ao prazer do agora?

Imagem de capa - O perigo de adiar suas tarefas

Giselly Abdala, jornalista e fotógrafa, de 27 anos, se considera procrastinadora de longa data e já pensou até em fazer terapia. Ela justifica que adia suas tarefas porque sua maior distração é o telefone celular e o hábito de acessar as redes sociais. Giselly conta que inicialmente deixava de lado tarefas que considerava chatas, mas, com o passar do tempo, começou a adiar também as atividades do trabalho e os sonhos e projetos.

A procrastinação já trouxe severas consequências na vida dela. Na infância e adolescência, ela acreditava que o problema estava relacionado à preguiça, mas, quando estava na faculdade e ao começar a trabalhar, identificou que sua dificuldade era grave. Ela ficava várias noites acordada para conseguir entregar as demandas do serviço e vivia estressada e com sentimento de culpa.

Além disso, essa característica interferiu em outras atividades que ela teve de abandonar, como aconteceu com um projeto de fotografia que está parado há cinco meses. “Contatei um produtor cultural e era só entregar as fotos, mas procrastinei desde o planejamento. Estraguei tudo e isso me deixa triste”, revela.

Para muitas pessoas. a atitude parece de desapego total, mas Giselly vive, na verdade, uma luta diária para se concentrar no que é preciso fazer para solucionar seus problemas. “Chego em casa e tento deixar o celular desligado, manter o foco e me forçar para resolver as coisas pendentes. Isso acontece há meses.”

Apesar de obter pequenas conquistas, ela sempre tem recaídas. Giselly consegue manter o foco durante um dia, mas depois procrastina outros quatro. Ela vive um círculo vicioso.

Todos nós já procrastinamos alguma vez na vida em níveis diferentes, mas os de Giselly são elevados. Segundo Marcus Marques (foto abaixo), diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Coaching e mentor de pequenas e médias empresas, as pessoas têm tendência a procrastinar porque gostam da zona de conforto e adiam o que implica sacrifício. “O ser humano tem tendência a apenas sobreviver e evitar riscos. Quando procrastinamos, rejeitamos, inconscientemente, aquilo que ameaça esse ideal e que não é prazeroso.”

O especialista explica que existem três tipos de procrastinadores: o comum (aquele que procrastina uma ou duas vezes por semana), o acentuado (a procrastinação aparece com mais frequência) e o desequilibrado (aquele que procrastina ao extremo e sofre com seus atos e com sentimentos de frustração diariamente).

No trabalho e nos negócios

No ambiente profissional, Marques atribui a procrastinação a uma vida contemporânea acelerada, com acúmulo de funções e empresas competitivas. Contudo, ele afirma que o diferencial são as pessoas com senso de urgência. “Hoje 20% dos profissionais atendem às expectativas e são de alta performance, 60% são profissionais comuns e 20% são profissionais de baixa performance ou procrastinadores desequilibrados.”

O especialista aponta três motivos que contribuem com a procrastinação no ambiente corporativo: o chefe não deixa muito claro o que espera da equipe, existe um acúmulo de tarefas, que vai além da capacidade de entrega; e os funcionários têm dificuldade de sair da zona de conforto.

Outros fatores são o medo de ser humilhado ou de fracassar e a autossabotagem dos próprios funcionários. “As pessoas têm a ilusão de que as decisões fáceis fazem bem à vida delas, o prazer do agora”, diz Marques. “Isso também se aplica ao uso do celular, aplicativos e redes sociais que são vilões da produtividade e aliados da procrastinação.”

No caso dos empreendedores e empresários, a procrastinação está relacionada a deixar de fazer algo novo na empresa por estar 100% focados naquilo que já está acostumado a fazer. Por exemplo, o dono de uma empresa com dificuldade de liderar os funcionários procrastina a busca de cursos de liderança e gestão de pessoas e continua a fazer as coisas que já sabe. “Segundo o Sebrae, 50% das empresas morrem por falta de conhecimento dos sócios, mas o conhecimento nos tira da zona de conforto”, destaca.

Consequências

Marques diz que a procrastinação gera consequências negativas para a pessoa e desconforto para quem está ao lado dela. A pessoa perde oportunidades de trabalho, afeta a própria autoestima e a vida pessoal. Quando os empreendedores procrastinam podem perder oportunidades de lucro, gerar prejuízos ao negócio e deixar clientes insatisfeitos.

O que fazer?

Marques diz como reconhecer o problema: “se você sempre deixa para depois as coisas importantes, se arrepende com frequência porque não fez algo e é sempre cobrado pelas pessoas que trabalham com você, é um procrastinador. Para superar o problema, procure ajuda”, orienta.

Vida financeira

Quer aprender a enfrentar as dificuldades do mercado de trabalho e se tornar uma pessoa vencedora? Então, não perca o Congresso Para o Sucesso, que acontece às segundas-feiras, no Templo de Salomão. Para encontrar uma Universal mais próxima de você, acesse localhost/enderecos.

Caso queira adquirir o livro “50 Tons Para o Sucesso”, que contém dicas para a vida profissional e financeira, acesse o Arca Center, clicando aqui.

imagem do author
Colaborador

Por Katherine Rivas/ Fotos: Fotolia e Marcelo Alves