“Deus também estava atrás daquelas grades”

Com um passado marcado por rebeldia, overdoses e abusos, Daniele Machado encontrou a libertação onde menos esperava

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Enquanto meninas de 15 anos costumam sonhar com o baile de debutante, Daniele Machado (foto abaixo), com essa mesma idade, já estava envolvida no mundo das drogas e do roubo.

“Eu era uma pessoa vazia, cheia de complexos e achava que não podia realizar meus sonhos. Tive diversas passagens pela antiga Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem), atual Fundação Casa, e em uma das rebeliões perdi a visão do olho direito”, recorda. Contudo, os prejuízos pela vida de crimes não pararam aí. Aos 20 anos, ela foi condenada a cinco anos de prisão.

O passado

“Morava com minha mãe, ia à escola e estudava direitinho. Mas chegava em casa e a encontrava envolvida com as drogas e o tráfico”, relembra. As amizades e, acima de tudo, as decisões erradas a levaram para o mesmo caminho.

Daniele chegou a roubar drogas da própria mãe. Viciada em cigarro, maconha e cocaína, ela fala que o seu “fundo de poço” foi o crack. Por conta do vício, sofreu sete overdoses.

Daniele foi abusada na infância pelo homem que ela acreditava que fosse seu pai. “Minha mãe chegou a ser garota de programa e ele, uma espécie de gigolô, batia nela para que ela fosse ganhar dinheiro na rua. Ele mexeu comigo várias vezes, mas eu ficava em silêncio, porque ele ameaçava bater na minha mãe caso eu contasse algo.

As ameaças duraram até que outras agressões surgiram. “Minha mãe viu meu rostinho machucado e contei a ela o que tinha acontecido. Ela chamou a polícia. Depois que largou esse rapaz, continuou a viver na prostituição e no tráfico. Daniele sempre culpava a mãe por todos os infortúnios que enfrentava e lhe dizia: “você não foi uma boa mãe para mim.”

Transformação

“Eu estava presa e uma amiga, que frequentava as reuniões aos sábados, no presídio, me convidou para participar. Nessa reunião, uma das detentas manifestou com espíritos malignos e então vi como o mal age na vida das pessoas. Comecei a frequentar os encontros semanalmente, seguia as orientações, escutava a rádio 99.3 FM, da Rede Aleluia, e aquilo foi me despertando. Determinei que não usaria mais drogas. Eu tremia muito, com a abstinência, mas estava decidida. Prometi para mim mesma que, se eu conseguisse passar três dias sem drogas, me batizaria nas águas. E consegui. Ali começou minha jornada com Deus, em 2000.”

Como foi possível abandonar um passado cheio de marcas? “Eu tinha raiva, ódio e muita mágoa de quem me fez mal. Mas, quando conheci a Deus, tudo passou.”

Quem está ao seu redor a enxerga como outra pessoa. “Quem me conheceu antes não me reconhece nos dias de hoje. Tenho 40 anos e sou feliz, realizada, sem complexos e tenho paz. Posso dizer que tenho vida”, finaliza.

LIBERTAÇÃO

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Colaborador

Por Flavia Francellino/ Fotos: Demetrio Koch