Seu celular está contaminado?

Entenda por que o aparelho pode apresentar riscos à sua saúde

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A tecnologia facilitou a comunicação e isso ninguém pode negar. Com o desenvolvimento de celulares cada vez mais modernos, com funções que não se resumem a uma simples ligação telefônica, as pessoas passaram a usá-los cada vez mais e em diversos lugares. Mas você já parou para pensar que, ao mesmo tempo que os aparelhos podem facilitar o diálogo entre as pessoas, eles também podem contribuir para a transmissão de doenças?

Os smartphones podem ser morada de bactérias e de fungos nocivos à saúde. Um estudo realizado por uma pesquisadora da Devry Metrocamp, de Campinas, revelou que esses aparelhos contêm uma grande quantidade de micro-organismos causadores de doenças, como micoses, conjuntivites, intoxicações alimentares e infecções urinária e respiratória.

Ao todo, foram colhidas 74 amostras e em 43% delas foram encontradas a bactéria Staphylococcus aureus, que está relacionada a infecções de pele, das vias aéreas superiores (otites e sinusites) e até mesmo meningite.

O estudo confirmou a presença de até 23 mil fungos e bactérias em celulares, tablets, capas de proteção dos aparelhos, teclados e mouses. Foram encontrados ainda coliformes fecais e mofo. O estudo revelou que a contaminação ocorre pela falta de higienização das mãos, que acabam transportando os micro-organismos aos equipamentos.

O biomédico Roberto Figueiredo, especialista em saúde pública, esclarece que a mão não é o único meio de contaminação. Ele aponta que, na saliva, por exemplo, existem cerca de 2 bilhões de bactérias por gota, ou seja, o simples fato de falar ao celular já o contamina.

Outras atitudes comuns também favorecem a contaminação, como levar o aparelho para o banheiro, colocá-lo no bolso, (geralmente contaminado por causa do contato com as mãos), mesas de locais públicos (praças de alimentação de shoppings), bancos dos carros, entre outros. “O celular pode se tornar mais sujo do que a sola de um sapato”, afirma o biomédico.

Figueiredo explica que as doenças mais comuns são gripes, resfriados, conjuntivite, laringite, candidíase (sapinho), herpes labial, faringite, entre outras. “Até casos de ebola, na África, tiveram o celular apontado como meio de contágio”, completa.

Como higienizar

Umedeça levemente um pano com álcool isopropílico (isopropanol), comprado em lojas de materiais eletrônicos, sem encharcar, e passe em todo o aparelho. O especialista faz um alerta sobre as capinhas: “elas dificultam a higienização e ‘escondem’ os germes. A limpeza deve ser feita com a retirada delas e é importante que se faça o processo de higienização nelas também”.

Ele esclarece que é preciso usar o álcool certo e não confundir com o álcool etílico, aquele tradicional, pois ele danifica a tela do celular.

Para quem não tiver o álcool isopropílico em casa, o biomédico sugere outra alternativa eficaz: lenços umedecidos, que são usados comumente para limpar bumbum de bebê.

É importante repetir o processo de higienização uma vez por semana, para manter as bactérias longe do seu celular. Pessoas ligadas a áreas de saúde, como médicos e enfermeiros, devem fazer a limpeza diariamente. Todo cuidado é pouco na hora de prevenir contaminações.

Outras dicas

– Evite utilizar o aparelho celular no banheiro

– Mantenha-o longe da mesa na hora das refeições

– Não se esqueça de fazer a higienização correta

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Colaborador

Por Kelly Lopes / Fotos: Fotolia