Por que você deve valorizar o seu voto nas eleições deste ano?

Mais de 42 milhões de eleitores brasileiros não escolheram um candidato para presidente em 2018

Nas últimas eleições para presidente no Brasil, ocorridas em 2018, mais de 42 milhões de eleitores não escolheram nenhum dos candidatos no segundo turno, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As abstenções e os votos nulos e brancos passaram de 30%: os votos em branco somaram 2,4 milhões, ou 2,1%, e, ao todo, 31,3 milhões de eleitores não compareceram às urnas, o equivalente a 21,3% dos possíveis eleitores. Já os votos nulos somaram 8,6 milhões, estabelecendo o percentual de 7,4%, um aumento de 60% em relação à eleição de 2014. Foi o maior percentual registrado desde 1989, ano em que, após quase três décadas de liberdade cerceada, a escolha para a Presidência da República voltou ser feita por meio do voto direto.

Situação semelhante ocorreu na eleição presidencial do Chile em 2021, quando as abstenções chegaram a 47%, o que resultou na vitória do esquerdista Gabriel Boric. Somente nas primeiras 24 horas após o resultado, a bolsa de valores chilena despencou 3% e obteve a maior desvalorização em relação ao dólar desde 2008. Vale ressaltar que, ao contrário do que ocorre no Brasil, lá o voto não é obrigatório.

A verdade é que, tanto lá quanto aqui, muitos dos que se abstêm de escolher um candidato não entendem as consequências dessa ação.

Voto nulo, cidadão nulo
Há também quem defenda a abstenção e faça questão de disseminá-la nas conversas entre amigos ou nas redes sociais. É fato que, em um ano de eleições, muitos costumam afirmar equivocadamente que os votos brancos vão para os partidos ou que os votos nulos podem anular uma eleição. Trata-se de uma falácia, pois os votos nulos e brancos são considerados inválidos. A diferença entre as duas atitudes é apenas a maneira como o eleitor prefere invalidar seu voto. É importante lembrar que somente os votos válidos, dados aos candidatos ou aos partidos, são contabilizados e determinam a vitória de um dos concorrentes.

Para que não exista dúvida, é preciso entender que o voto em branco ocorre quando o eleitor está utilizando a urna eletrônica, clica na tecla “branco” e, em seguida, aperta o botão “confirma”. Já o voto nulo acontece se o eleitor digita uma sequência de números que não corresponde a nenhum candidato ou partido e depois confirma essa opção.

Qualquer uma dessas modalidades de votos não anula uma eleição, mesmo se mais de 50% dos eleitores optarem por elas.

Já os votos válidos são aqueles corretamente destinados a um candidato ou a um partido. São eles que decidem o pleito, sendo devidamente computados para definir o vencedor.

Postura equivocada
Às vésperas das eleições previstas para 2 de outubro deste ano no Brasil, o coordenador nacional do Grupo Arimateia, Bispo Alessandro Paschoall, (foto abaixo) avalia o grande equívoco que são os votos brancos ou nulos: “anular a sua voz não é uma forma de protesto, é omissão e é como se estivéssemos entregando o nosso futuro nas mãos de alguém que nem conhecemos, pois é isso o que acontece quando deixamos de votar. As outras pessoas acabam escolhendo quem vai governar a minha cidade, o meu Estado e o meu país”.

Pesquisa avançada
Além disso, para o Bispo, trata-se de uma omissão aos olhos de Deus: “tanto no sentido de a pessoa estar se esquivando de um direito garantido por lei como também no sentido de deixar que outras pessoas que não carregam os mesmos valores que ela escolham por ela. Votar também é uma forma de proteger sua fé, pois, ao apoiar candidatos cristãos, estamos guardando a nossa fé e os nossos valores. Muitos cristãos pensam que, por serem cidadãos do Reino dos Céus, não precisam se envolver com política e limitam sua participação ao simples ato de votar. Isso quando votam”.

Segundo ele, é importante entender que vivemos pela fé, mas ainda estamos sujeitos às leis e regras deste mundo. “É fundamental conhecer o seu candidato, as bandeiras, as escolhas e, acima de tudo, o caráter dele. Comece desde já a seguir aqueles que você deseja que o represente nas redes sociais, faça uma pesquisa sobre o candidato e verifique se a ficha dele realmente é limpa. Analise também o partido ao qual ele pertence, afinal, ele se filia a um partido que tem os mesmos ideais que ele”, conclui o Bispo.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Getty images e reprodução