No dia 6 de julho último, Brasília (DF) liberou o sinal da rede móvel 5G. A capital do País foi a primeira cidade brasileira a receber oficialmente a quinta geração de internet móvel.

As capitais estaduais deverão contar com tecnologia somente a partir do final de setembro deste ano. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) prorrogou o prazo inicial devido a uma “impossibilidade de entrega de equipamentos pela indústria”.

Quais benefícios esta novidade traz ao brasileiro?

Inicialmente, os brasileiros sentirão os benefícios do 5G em seus celulares. Em teoria, a quinta geração de internet promete maior velocidade e conexão mais estável (10 GB/s), até 33 vezes maior do que a máxima do 4G (300 MB/s).

• De acordo com o The Wall Street Journal, uma lista de reprodução de uma hora da plataforma de música Spotify levará meio segundo para ser baixada, em comparação com os 20 segundos que leva com 4G e sete minutos com 3G.

Ao cidadão comum, essa tecnologia deve significar, na prática, download mais rápido de arquivos e maior qualidade de imagem em chamadas de vídeo. Ademais, estabilidade parecida ou até maior da conexão wi-fi usada nas residências.

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Como isso é importante para os recursos urbanos?

Além disso, o sinal da rede móvel 5G será primordial na automação das cidades. Por exemplo, na automatização de recursos urbanos, como sinais de trânsito. Semáforos inteligentes poderão evitar congestionamentos ao identificar o tempo necessário para o sinal verde e o sinal vermelho se manterem nas vias.

Redes de eletricidade e água poderão enviar notificações de vazamento ou falha nos sistemas. Em caso de incêndio, por exemplo, de forma autônoma, os edifícios poderão se comunicar diretamente com os batalhões de bombeiros, sem a necessidade de que um ser humano ligue para a central de emergências.

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Desigualdade social

Apesar da grande novidade, poucas pessoas ainda têm acesso a celulares com tecnologia 5G. E poucos modelos, geralmente aparelhos com custo muito alto, são equipados com tecnologia capaz de captar o sinal 5G.

Além disso, o cronograma de implementação, da quinta geração de internet móvel no Brasil, para outras cidades que não são capitais de estados, será gradual até o ano de 2029.

Especialistas apontam que o 5G pode ampliar a desigualdade social no País, uma vez que a nova geração de telefonia móvel não estará disponível em todos os municípios e apenas os mais privilegiados terão acesso.

• Em entrevistas ao R7, a advogada especializada em telecomunicações Flávia Lefèvre, destacou que “nos moldes em que o sistema de telecomunicações opera, atualmente, o acesso à internet de qualidade é restrito aos mais ricos e àqueles que moram nas áreas centrais das grandes cidades, onde há uma grande concentração de antenas”.

• Ainda segundo a advogada, em um cenário onde o 5G é a geração de telefonia móvel predominante, a situação seria ainda mais dramática: “Primeiramente porque não vai haver investimento em 5G nas áreas periféricas. E, em segundo lugar, porque para acessar o serviço, será preciso trocar de celular, e um smartphone 5G custa, no mínimo, R$ 3 mil.”

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(*) Com informações do R7