Saiba como aproveitar melhor os estudos

Ainda não existe uma fórmula mágica que se adapte a todos, mas é possível otimizar a apreensão de conteúdos

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O ano letivo é um período marcado pelo calendários de provas, entrega de trabalhos e por atividades que devem ser mantidas em dia. Independentemente da idade, é certo que aqueles que transitam no ambiente acadêmico e universitário precisam de um fôlego a mais para dar conta de todas as tarefas.

Neste início de ano, muitos jovens estão concorrendo a vagas no ensino superior. Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) publicou os editais dos três principais programas de acesso ao ensino superior: o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), cujos resultados serão divulgados em 28 de fevereiro; o Programa Universidade Para Todos (Prouni), com inscrições abertas de 7 a 16 de março; e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), com inscrições abertas de 7 a 10 de março.

Contudo, depois de ingressar em uma instituição de ensino, como o estudante deve se organizar para aprender mais e não desperdiçar tempo? O fato é que muitos não sabem como estudar e absorver novos conhecimentos, o que pode levar à frustração e até à desistência dos estudos.

EXISTE CERTO OU ERRADO?
Ao contrário do que alguns imaginam, não existe fórmula mágica ou receita infalível de estudo que se adapte a todos, embora existam meios de potencializar o aprendizado.

À Folha Universal, o professor de português, literatura, redação e pedagogo da Rede Daltro Educacional, Romulo Bolivar, explica que existem várias formas de reforçar a absorção de conteúdos. “Há quem aprenda melhor com música, com marcadores coloridos em páginas ou mesmo falando em voz alta os conteúdos mais importantes. Cada um pode encontrar seu melhor estilo de aprendizagem. Porém, independentemente da forma de aprender, a melhor maneira de memorizar é escrevendo e anotando, ou seja, recriando com suas palavras o conteúdo depreendido. Já o erro mais comum na hora de aprender novos conteúdos é tentar decorar fórmulas, regras e datas sem pensar em um jeito de aplicar tais conhecimentos na vida prática”, afirma Bolivar.

Cristhiane Amorim, pedagoga com pós-graduação em neurociência de educação e desenvolvimento infantil, que atua como especialista em educação na rede Kumon, compartilha opinião semelhante: “o importante é que o aluno faça algumas correlações do que ele já aprendeu com o que está aprendendo para que faça sentido para ele. Quando faz sentido, conseguimos memorizar porque passa a ter significância para nós. Então, não acredito que decorar seja a função principal do aprender. Memorizar é importante, obviamente, e pode até fazer parte inicial do aprendizado, mas, para que essa memória tenha sentido e seja permanente, é necessário que o aluno faça conexões e entenda o que está lendo.”

ATENÇÃO GARANTIDA
Outro erro comum dos estudantes é acumular conteúdos e estudar de uma só vez na véspera de provas. “Tem que existir uma rotina no dia a dia de pequenas pílulas de aprendizagem para que, próximo às avaliações, o aluno faça apenas uma revisão, pois a pressão para aprender causa uma ansiedade que pode inviabilizar o processo de aprendizagem”, diz Cristhiane.

Ela acrescenta que nada supera a organização na hora de estudar, independentemente do método de estudos usado. “É importantíssimo que o aluno possa alinhar a rotina dele com a gestão do tempo para se dedicar integralmente a uma atividade por vez e atingir, assim, os objetivos do dia.” Ela aconselha que o estudante tenha um local de estudo livre de muitos estímulos visuais e siga um cronograma.

Estudar de forma intercalada, alternando as disciplinas durante o período de estudos, também é importante “para que o corpo e a cabeça possam estar leves, descansados e sem sobrecargas”, avalia Cristhiane.

PRECISANDO DE UM ALIADO?
Vale lembrar que a Força Jovem Universal (FJU) está ao lado de quem lida com os estudos por meio do Projeto Universitários. “Nosso amparo a eles é feito com as aulas que oferecemos. Temos à disposição também um acervo de livros doados, além de professores que dão aulas tanto para o Enem como de idiomas. Os professores oferecem o pacote de conhecimento que têm, dão dicas e ensinam alguns caminhos para que os jovens possam se desenvolver nos estudos”, diz Luke Castro, coordenador nacional do Projeto Universitários. Para ele, a iniciativa é importante do ponto de vista acadêmico e, sobretudo, do espiritual. Em São Paulo, no Templo de Salomão, as aulas do Enem acontecem aos sábados e as aulas de idiomas, aos domingos. Para outras localidades, procure o coordenador local. O projeto também oferece ações como o Bate-Papo Universitário, a Roda Universitária, o Cine Universitário, a Biblioteca da Fé, o Desafiando o Enem, entre outros.

PARA ESTUDAR E SE DAR BEM

– Organize-se. Escolha um horário fixo e um local para manter uma rotina diária de estudos. Avalie em qual período do dia você absorve mais conhecimento.

– Faça conexões entre os conteúdos estudados e sua vida. Aprendeu um cálculo novo? Por que não pensar em como ele serviria para você conhecer melhor certas experiências, como viagens ou mudanças de temperatura?

– Mantenha um ambiente agradável de estudos e cumpra as prioridades do dia. Isso evita o desânimo e um possível desequilíbrio.

– Procure intercalar o tempo de aprendizagem com outras atividades. Estudar não precisa ser sinônimo de passar o dia inteiro com os livros nas mãos, pois isso pode gerar sobrecarrega física e mental.

– Use a internet a seu favor. Embora pareça apenas uma distração, o tempo gasto on-line pode ser benéfico para o aluno quando ele busca informação com curiosidade e o objetivo certo.

Fontes: ROmulo Bolivar, professor de português, literatura, redação e pedagogo da Rede Daltro Educacional; e Cristhiane Amorim, pedagoga com pós-graduação em neurociência de educação e desenvolvimento infantil, que atua como especialista em educação na rede Kumon

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Colaborador

Flavia Francellino / Foto: Getty Images